SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff (PT),
candidata à reeleição em outubro, aproveitou um evento em que recebeu apoio de
seis centrais sindicais nesta quinta-feira para insinuar que seus adversários
irão acabar com a política de valorização do salário mínimo caso vençam a
eleição.
Dilma voltou a repetir a uma plateia de sindicalistas,
reunidos no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo , que seus três principais compromissos
são a valorização do salário mínimo, a manutenção dos empregos e dos direitos
trabalhistas.
Sem citar nominalmente o candidato do PSDB, Aécio Neves, que
está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto atrás da presidente,
Dilma disse que quando o tucano cita "medidas impopulares", ele fala
em acabar com a valorização do salário mínimo. O ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos, do PSB, aparece em terceiro lugar na corrida presidencial.
"Sabe qual é a medida impopular a que eles se referem?
É acabar com a política de valorização do salário mínimo. Essa é a
medida", disse a presidente.
Aécio chegou a afirmar em entrevistas que, se eleito, estará
preparado para adotar "medidas impopulares" caso as considere
necessárias para o país, mas à época não chegou a esclarecer quais seriam essas
medidas.
No seu discurso, Dilma manteve o ataque aos adversários e
disse que o projeto que representa, iniciado com a eleição do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, é diferente do representado pelos seus
rivais no pleito de outubro.
"Eles (adversários) acham que é muito perigoso a gente
viver numa situação de pleno emprego, sabem por quê? Porque numa situação de
pleno emprego o trabalhador tem mais poder", disparou.
"Sempre falam em modificar a CLT (consolidação das leis
trabalhistas). Querem modificar para tirar direitos trabalhistas", disse.
Entre as centrais sindicais que declararam apoio a Dilma
está a Força Sindical, que já foi liderada pelo deputado federal Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), que atualmente preside o Solidariedade e
apoia Aécio, além de ser um feroz crítico de Dilma.
Paulinho esteve com o tucano na manhã desta quinta-feira na
porta de uma fábrica em São
Paulo e, na ocasião, o candidato tucano se comprometeu a
garantir a valorização do salário mínimo e prometeu corrigir a tabela do
imposto de renda.
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