Sininho: presa no dia 12 de julho durante a
Operação
Firewall (TV RBS/Reprodução)
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Justiça permitiu que 23 black blocs, acusados de atos
violentos, respondam em liberdade a processo por associação criminosa armada
Os black blocs Elisa Quadros, a Sininho, Camila Jourdan e
Igor D'Icarahy deixaram a prisão na tarde desta quinta-feira no Rio de Janeiro.
Eles estavam presos desde o dia 12 de julho, véspera da final da Copa do Mundo,
por planejar e participar de atos violentos em manifestações de rua. O trio
deixou a prisão beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador
Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A
decisão judicial permite que respondam em liberdade a processo por associação
criminosa armada.
A decisão beneficia 23 black blocs, mas dois deles – Fábio
Raposo e Caio Silva – continuarão detidos porque restam contra eles ordens de
prisão preventiva expedidas pelo assassinato do cinegrafista Santiago Andrade.
Dezoito beneficiados estavam foragidos.
Sininho e Camila estavam detidas na Cadeia Pública Joaquim
Ferreira de Souza, e Igor D'Icarahy estava preso na Cadeia Pública José
Frederico Marques. As unidades prisionais ficam no Complexo Penitenciário de
Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Por volta das 18 horas, um
grupo de baderneiros que aguardava a saída dos três agrediu fotógrafos e
cinegrafistas.
O grupo de 23 foi investigado pela Polícia Civil do Rio de
Janeiro na Operação Firewall. Dezenove foram presos na véspera da final da Copa
do Mundo acusados de organizar protestos violentos que seriam realizados
durante a partida. Durante o cumprimento dos mandados de prisão, foram
apreendidas garrafas, litros de combustível, um revólver e uma bomba caseira.
O desembargador Siro Darlan afirmou que não analisou o
processo na íntegra, mas se baseou em informações enviadas formalmente pelo
juiz Flávio Itabaiana Nicolau sobre a necessidade das prisões dos 23. "O
juiz mandou as informações para análise e, neste momento, não preciso analisar
o inquérito. Constatei que a prisão não era necessária e que podiam permanecer
em liberdade com medidas cautelares", afirmou ao site VEJA.
Para impedir a fuga dos 23, o desembargador determinou que
eles entreguem até a noite desta quinta-feira os passaportes para a Justiça.
Também obrigou que eles compareçam mensalmente à 27ª Vara Criminal da Capital
do Rio, onde corre o processo por associação criminosa, para informar e
justificar atividades no período. Foram ainda proibidos de sair da cidade sem
prévia autorização judicial. Se qualquer uma dessas medidas for desrespeitada,
a prisão preventiva será imediatamente decretada.
Na decisão, o desembargador menciona o entendimento do
Ministério Público do Rio de Janeiro em relação aos acusados Camila Jourdan e
Igor D'Icarahy. Além da ordem de prisão por associação criminosa armada, o
casal foi preso em flagrante no dia 12 de julho pela posse de uma bomba caseira
com capacidade letal. Mas, a partir da concordância da Promotoria, ganharam o
direito de responder a esse crime em liberdade. Continuavam, no entanto, presos
devido à ordem de prisão preventiva no processo por associação criminosa.
Este é o primeiro processo no Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro contra quadrilhas responsáveis por atos violentos em
manifestações. A polícia diz ter obtido provas de que os 23 acusados praticaram
atos violentos e planejavam novos crimes ao término da Copa do Mundo.
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