sexta-feira, 25 de julho de 2014

Guilherme Boulos: apenas um pulha


Boulos quer “debater” em alto nível: invadindo propriedades!
Lênin já havia ensinado aos comunistas: acuse o outro daquilo que você mesmo faz. A tática do espelho. Não consegui pensar em nada mais após ler esse texto de Guilherme Boulos, o líder do MTST, (de)formado em filosofia pela USP. É tanta inversão e tanta mentira que só posso dar razão ao psiquiatra Lyle Rossiter quando diz que o esquerdismo é um distúrbio psiquiátrico. Em alguns casos está claro que sim. Vamos lá:

A direita brasileira já foi melhor. Teve nomes como Roberto Campos e José Guilherme Merquior entre seus quadros, formulando sobre teoria econômica e política internacional. Naquele tempo, a direita recorria a argumentos, além do porrete. Hoje restou apenas o porrete, aplicado a esmo sem maiores requintes de análise.

A velha tática de elogiar os mortos só porque não podem mais incomodar. A concessão que essa esquerda radical faz a gente como Roberto Campos é podre, pois a esquerda de sua época o atacava da mesma forma que a atual ataca gente como Reinaldo Azevedo ou a mim mesmo. Rotulavam, xingavam, cuspiam, só não argumentavam. “Bob Fields” era o apelido pejorativo que os Boulos daquele tempo criaram para o grande pensador.

Impressiona o baixo nível intelectual dos representantes da direita no debate público nacional. Não elaboram, não buscam teoria nem referências. Não fazem qualquer esforço para interpretar seriamente a realidade. Apenas atiram chavões, destilando preconceitos de senso comum e ódio de classe.

Ver um líder de invasores criticar alguém por usar o “porrete” verbal ou adotar um baixo nível intelectual é mesmo algo do mundo bizarro. O sujeito usa a violência física como “argumento” e vem acusar a direita de baixar o nível e usar porrete? Repete os mesmos slogans marxistas de um século atrás e vem acusar a direita de atirar chavões? Senso comum, um líder insignificante que representa uns poucos gatos pingados, financiados ninguém sabe como, com ampla rejeição da sociedade ordeira? É muita cara de pau!

Reinaldo Azevedo é hoje o maior representante dessa turma. Com 150 mil acessos diários em seu blog mostra que há um nicho de mercado para suas estripulias. Ao lado dele tem gente como Rodrigo Constantino, aquele que se orgulha das viagens a Miami e se despontou como legítimo defensor dos sacoleiros da Barra da Tijuca.

Antes os intelectuais de direita iam fazer estudos em Paris. Agora vão comprar roupas em Miami. Sinal dos tempos e das mentes.

Qual o problema com Miami? Talvez o invasor de propriedade alheia pense que Caracas é muito melhor, ou quem sabe Cuba! Curiosamente, a esquerda caviar endinheirada que aplaude as baboseiras que gente como Boulos produz “ad hoc” para aplacar seu sentimento de culpa adora Miami e Orlando. Nunca escolhe Cuba como destino. Paris muitos ainda escolhem, pois é um charme, e capital da esquerda caviar. Agora, sinal dos tempos e das mentes mesmo é um invasor ter coluna no maior jornal do país…

Dispostos a tudo para fazer barulho no debate público, mas sem substância em suas análises, aproximam-se frequentemente de um discurso delirante.

Substância deve ter o discurso de Boulos, ao invadir um terreno com algumas centenas de vagabundos contratados para ficar ali, demandando Wi-Fi e menores tarifas de telefonia, apesar de serem “sem-teto”. Delírio? Não. Apenas canalhice mesmo, de quem acha que não precisa trabalhar para se sustentar.

Reinaldo Azevedo jura que o governo petista quer construir o comunismo no Brasil. E vejam, ele não está falando do Lula de 1989, mas do governo do PT de 2003 a 2014. Sim, o mesmo que garantiu lucros recordes aos bancos e empreiteiras na última década. Que manteve as bases da política econômica conservadora e que nem sequer ensaiou alguma das reformas populares historicamente defendidas pela esquerda. Neste governo que, com muito esforço, pode ser apresentado como reformista, ele enxerga secretas intenções socializantes. Certamente com o apoio da Odebrecht e de Katia Abreu. Só no delírio…

Secretas intenções? Não! São abertas! Boulos não leu as atas do Foro de São Paulo, os discursos do próprio Lula? Não conhece o PNDH-3, o Decreto 8.243, os elogios ao “excesso de democracia” na Venezuela? Não sabe das tentativas do PT de controlar o Congresso, a imprensa, o STF, tudo? O socialismo que o PT quer é aquele do “século 21″, o modelo bolivariano, de concentração de poder em um partido. Que tipo de cegueira impede alguém de enxergar o óbvio? Ou seria… canalhice novamente?

Para ele, João Goulart é que era golpista em 64. Os black blocs são amigos do ministro Gilberto Carvalho. E as pessoas só são favoráveis às faixas exclusivas de ônibus por medo de serem acusadas de elitistas. Ah sim, sem esquecer que a mídia brasileira – a começar pelas Organizações Globo – é controlada sistematicamente pela esquerda.

Ignorância ou mentiras deliberadas? A própria esquerda da época reconhecia que o golpe vinha “de lá ou de cá”. Basta ver o que aquela gente até hoje tenta fazer para saber que falavam sério quando defendiam o comunismo e o modelo cubano. O PT defende os black blocs e Gilberto Carvalho controla boa parte dos “movimentos sociais”. Qual o segredo? Aliás, quem financia os “funcionários” de Boulos? A Globo é acusada de ser golpista pela esquerda, apesar de empregar vários esquerdistas e dar amplo espaço para gente parecida com Boulos.

Ele baba, ele xinga. Ofende os fatos e fantasia perigos. Lembra, embora com menos poesia, dom Quixote atacando os moinhos de vento.

Novamente: um invasor reclamar que alguém “baba” ou “xinga” é hilário. Ou seja, pode invadir, pilhar, usar violência. Só não pode chamar vagabundo de vagabundo!

A pérola mais recente é escabrosa: Israel seria vítima do marketing internacional do Hamas. No momento em que o mundo vê a olhos nus centenas de palestinos serem massacrados na Faixa de Gaza, ele denuncia uma conspiração internacional de mídia contra o Estado de Israel. Encontrou eco no também direitista delirante Luis Felipe Pondé, em artigo nesta Folha.

Um invasor de terra fazendo análise do conflito do Oriente Médio, é o que faltava! Sobre Israel, já escrevi o suficiente no blog. Que o Hamas tenta manipular a opinião internacional, usando inclusive as próprias crianças palestinas como escudo humano, qualquer um sabe. Menos Boulos, o especialista em Palestina.

No caso de Reinaldo Azevedo e dos seus, estamos num outro campo. Não é apenas a direita. É uma direita delirante. A psiquiatria clínica é clara: negação dos dados da experiência, somada a uma reconstrução da realdade pela fantasia chama-se delírio. Aqui há ainda o agravante da fixação em temas recorrentes. PT, movimentos populares e mais uns dois ou três.

Esse parágrafo é o exemplo perfeito da tática do espelho. Quem nega os dados da experiência: aquele que defende o capitalismo liberal ou o marxista que ainda fala em “luta de classes”? Pois é. Quem é monotemático: aquele que escreve sobre política, economia, cultura, variedades, ou aquele que só repete o chavão marxista de “luta de classes” após suas invasões? Boulos tem fixação na propriedade alheia, pois não gosta de trabalhar!

Um delírio em si é inofensivo. O problema é quando começa a juntar adeptos, movidos por ódio, preconceitos e mentiras. É assim que nascem os movimentos fascistas. Quem defende extermínio higienista em Gaza também deve defendê-lo no Complexo do Alemão ou em Paraisópolis.

Fascismo parece mais essa coisa de reunir massa de manobra sob um líder “intelectual” que prega a violência em nome da “justiça social”. Mussolini, que foi marxista na juventude, parece mais Boulos ou Reinaldo Azevedo? Pois é. Extermínio “higienista” em Gaza? Meu pai! E o sujeito falava de chavões antes…

Reinaldo Azevedo certamente ainda não representa um risco político real, mas o crescimento de seus seguidores é um sintoma preocupante da intolerância e desapego aos fatos que ameaçam o debate público no Brasil.

Tentativa de negação: a esquerda está apavorada com o crescimento da direita. O que é sintoma preocupante da intolerância e desapego aos fatos é um pulha como Guilherme Boulos, que deveria estar atrás das grades por seus crimes de invasão de propriedade, ter espaço na Folha para escrever tanta baboseira e tanta mentira. O “debate” político que ele quer é travado sob os porretes dos invasores. Sinal dos tempos que alguém assim permaneça solto por aí, sendo premiado por seus crimes.

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