Da direita para a esquerda, Fernando Pimentel, Marcelo
Odebrecht (presidente do grupo), Dilma Rousseff
e Graça Foster. Não é um saco
de dinheiro que ela está assinando. Mas é como se fosse.
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Um contrato entre a Petrobras e a construtora Odebrecht,
firmado em outubro de 2010, período eleitoral, teria sido aprovado após acerto
de uma doação equivalente a US$ 8 milhões (R$ 17,7 milhões) para a campanha de
Dilma Rousseff, segundo reportagem da revista “Época”, publicada neste sábado.
O contrato, no valor de US$ 826 milhões ( R$ 1,8 bilhão), previa serviços de
segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no
exterior. O contrato é investigado pela PF e pelo MPF. E a Petrobras está na
iminência de uma CPI.
Segundo a publicação, o lobista João Augusto Henriques
afirmou que montara a operação e que a ideia de que a Odebrecht fosse a
construtora do projeto era dele. A doação foi acertada com o tesoureiro
informal do PT, João Vaccari. Segundo João Augusto, as negociações tiveram
início em 2009, época em que funcionava no Senado a CPI da Petrobras. De acordo
com a revista “Época”, pelo acordo, o PMDB ajudaria a enterrar a CPI, relatada
pelo senador Romero Jucá. Em troca, a direção da Petrobras, então comandada por
José Sérgio Gabrielli, assinaria embaixo do projeto Odebrecht. E o contrato foi
fechado.
Pouco mais de um ano, em janeiro de 2012, antes da posse de
Graça Foster, auditores encontraram irregularidades graves no contrato. No
relatório, os auditores diziam que o contrato deveria ser rescindido. Os
auditores entenderam que a contratação fora equivocada, por causa do perfil das
empresas convidadas e pelo prazo reduzido para apresentação de propostas. De
acordo com auditores, o processo de contratação sequer tinha edital de
convocação em língua estrangeira.
A auditoria preliminar apontava que a Petrobras determinara
que os serviços relativos às refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, Bahía
Blanca, na Argentina, e Okinawa, no Japão, deveriam ser submetidos a
autorização específica antes de ser feitos. No caso de Pasadena, isso
significou um aditivo de US$ 20,3 milhões ao contrato. Para os auditores, a
regra não foi respeita e concluíram que a Odebrecht atribuiu preços elevados a
serviços que serão feitos em maior quantidade durante a execução do contrato. A
prática é conhecida como “jogo de planilha”, onde a empresa contratada lucra
mais e a contratante costuma ficar no prejuízo.
Por causa do relatório, a presidente da Petrobras, Graça
Foster, e sua equipe pretendiam anular o contrato. Ao saber disso, João Augusto
e o PMDB reagiram. De acordo com a “Época”, o presidente da Odebrecht, Marcelo
Odebrecht, procurou Graça Foster para impedir a anulação do contrato e chegou a
mencionar as “contribuições políticas” decorrentes do contrato.
Depois disso, outra versão de auditora foi
apresentada, a qual não recomendava a anulação do contrato. Em janeiro de 2013,
a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480
milhões. (O Globo)
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