'A passagem do tempo
piora a situação dos acusados na Operação Lava Jato', analisa o colunista de
VEJA José Roberto Guzzo. 'A situação de Marcelo Odebrecht, por exemplo, já é
pior do que há 20 dias', conclui. Assista ao 'Aqui Entre Nós', com Augusto Nunes.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Intervenção Instituinte do Povo é a solução: Impeachment é farsa
Por Sérgio Alves de Oliveira
Na esteira de turbulência das manifestações contra o Governo Dilma
Rousseff, onde aparece num primeiro plano o pedido de
impeachment presidencial, por prática de crimes de responsabilidade,
programa-se agora uma MEGAMOBILIZAÇÃO para o próximo dia 16 de
agosto.
Certamente por trás de todas essas manifestações escondem-se grupos
sedentos de poder, cujo principal objetivo é tomar o lugar do atual Governo,
derrubando-o pelo recurso constitucional do impeachment. Com essa simples
fórmula, a estrutura de poder manter-se-ia intacta.
Nada mudaria. As “milhares” de cabeças que teriam que rolar junto
com a Presidente, ficariam no mesmo lugar, com alterações pontuais, aqui e ali,
conforme desejos dos novos governantes.Nessas sutis manobras políticas, o povo
ingênuo é usado como ferramenta ,massa de pressão e manobra.
Mas seria suficiente o uso do expediente do impeachment para buscar as
correções de rumo que o Brasil precisa na política e na administração pública?
A experiência que nos traz o passado responde negativamente.
Aquele “ladrão de galinhas” que foi alvo de impeachment em 1992
retornou à política e fez um “Pós-Doutorado “em corrupção, sob a batuta dos
atuais mestres acampados no governo. O “cursinho” rendeu. E muito. Os jornais
mostraram.
Sem dúvida “seria” suficiente. Mas somente na hipótese de que as
irregularidades governamentais se resumissem na pessoa do Presidente da
República, não afetando TODA A ADMINISTRAÇÃO, e também os outros DOIS PODERES
(Legislativo e Judiciário). Mas pelo que se observou até agora com os diversos
processos tramitando na Justiça, a corrupção é generalizada. Os Três Poderes do
Estado Brasileiro agiram em cumplicidade. Não escapa ninguém.
”Contaminaram” e foram contaminados, reciprocamente.
Apodreceram, em resumo. Nunca se teria chegado aos extremos de
corrupção que já foram detectados sem a participação em conluio dos Três
Poderes, por ação ou omissão, cujos responsáveis necessariamente terão que
responder no futuro que possivelmente se aproxima perante uma “Corte Marcial”
ou uma Justiça de verdade, ”descontaminada”.
Uma das tradições que sempre estiveram presentes na história do Brasil
é a política do FAZ-DE-CONTA. Ela aparece nítida ao analisarmos a gravidade dos
fatos ilícitos cometidos na esfera pública do País frente aos mecanismos legais
de controle e punição,”fabricados” pelas mesmas pessoas que hoje deveriam estar
no banco dos réus nos crimes contra a Administração Pública.
Por mais grave que seja a infração, difícil é “pegar” o infrator.
No caso desses corruptos que assaltaram os cofres públicos em cifras
bilionárias, a melhor justiça seria o “paredón” . Mas essa punição não está nas
leis que os políticos fizeram.
Os eventuais “desvios” do Presidente da República, por exemplo,nos
casos que a Constituição prevê, devem ser objeto de apreciação por “crime de
responsabilidade”, para, se julgado procedente, pelo Poder Legislativo, seguir
na forma de processo de impeachment (impedimento).
E quando os “desvios” criam raízes em todo o Governo e nos demais
Poderes? Como fica a situação? Ora, é sabido que os efeitos do “impedimento”
presidencial não se estendem a todo o Governo, nem aos demais Poderes.
No caso ora examinado, o impeachment presidencial
equivaleria a punir o chefe de uma quadrilha, com seu afastamento, e ao
mesmo tempo deixar de punir os demais integrantes da mesma organização
criminosa pelos crimes cometidos em parceria. Trocando em miúdos: o impeachment
se restringiria à Presidente da República, que não levaria ninguém de
“arrasto”.
Esse expediente seria o suficiente para fazer uma limpeza na
Administração Pública Federal e nos outros Dois Poderes?
Tudo isso significa dizer que o impeachment é mais um resultado da
política “faz-de-conta”. Só mesmo um interessado nessa alternativa ou um trouxa
que se deixa pegar por essa armadilha da mídia poderia apoiar essa medida.
Na verdade, a legislação não dá a ferramenta mais adequada que o povo
precisaria para superar essa crise gigantesca. Mas também não pode ser
esquecido que foram justamente os seus “inimigos”, os políticos, que
construíram essas mesmas ferramentas legais.
Na questão do impeachment, por exemplo, o povo está na mesma posição
que uma boiada que está caminhando no corredor da morte rumo ao abate,
empurrado pelos interessados e pela Grande Mídia, sem qualquer chance de
“desvio”. O “boi” não tem outra alternativa que não a de seguir na direção do
seu matador. Assim é o impeachment. E ele vai acontecer, ao que tudo indica.
Inclusive o “mercado” hoje acende a luz verde para a sua consumação.
Pela teoria das aparências, o povo estaria apoiando o impeachment, e
descartando outras medidas mais eficientes, como a intervenção constitucional
do art.142 da CF. Mas essa “aparência” não teria sido montada para
conduzir o povo nessa direção através da lavagem cerebral diária da Grande
Mídia? Não seria essa “vontade popular” produto de construção, fraude e
manipulação?
Em outros escritos já deixei claro que a única medida que teria alguma
chance de dar algum bom resultado, com uma faxina geral nos Três Poderes,
seria a INTERVENÇÃO INSTITUINTE DO POVO, por meio das suas Forças Armadas,
conforme previsão do artigo 142 da Constituição.
Mas na verdade ninguém poderia garantir, com certeza, que esses
bons resultados viriam, mas como se afirmou, seria a única “chance”, o que
passa longe da hipótese do impeachment, que nunca daria certo e seria mais um
engodo que o povo levaria muitos anos para perceber, apesar dos
inevitáveis “festejos” com o possível impedimento de Dilma. Com esse
remédio , a “alma” poderia ser lavada, não assim, porém, a razão.
Tudo leva a crer que os eventuais erros cometidos pelos militares após
o contragolpe de 64 não se repetiriam agora, mesmo porque eles não mais
concordariam em governar o país, para o que nem mesmo são vocacionados,
certamente preferindo manter a posição que tradicionalmente as
constituições lhes reservaram. Isso parece ser uma unanimidade nesse meio e tem
sido declarado diariamente pelos próprios
militares.
É quase certo que eles não fugiriam do chamamento para ajudar a fazer uma “faxina” nos Três Poderes, e de colocar alguma ordem inicial em toda essa parafernália política. Justificar-se-ia, assim, excepcional e “transitoriamente”, a substituição da “força-do-direito”, que sempre deve preponderar em situações políticas normais e de paz, pelo “direito-da-força”, que fica legitimado em casos como o da grotesca perversão dos valores políticos e jurídicos brasileiros, onde o “estado-de-direito” passou a ser uma mentira e cedeu o seu lugar ao seu contrário, ao “estado-do-antidireito”, por vícios graves em todas as fontes do direito (leis, jurisprudência, costumes e doutrina).
É quase certo que eles não fugiriam do chamamento para ajudar a fazer uma “faxina” nos Três Poderes, e de colocar alguma ordem inicial em toda essa parafernália política. Justificar-se-ia, assim, excepcional e “transitoriamente”, a substituição da “força-do-direito”, que sempre deve preponderar em situações políticas normais e de paz, pelo “direito-da-força”, que fica legitimado em casos como o da grotesca perversão dos valores políticos e jurídicos brasileiros, onde o “estado-de-direito” passou a ser uma mentira e cedeu o seu lugar ao seu contrário, ao “estado-do-antidireito”, por vícios graves em todas as fontes do direito (leis, jurisprudência, costumes e doutrina).
Posso dizer, em resumo, que apesar de abominar os governos do PT, jamais
festejarei o impeachment de Dilma, nem qualquer outra saída
constitucional (renúncia, vacância ou impugnação de mandato), exceto a prevista
no artigo 142 da CF (Intervenção pelo Poder Instituinte do Povo, através
das FFAA).
Nessa política que aí está , nenhum grupo, nenhum partido, é melhor que
o outro. Por isso não merecem confiança da sociedade. Nesse meio a patifaria é
a regra.
Fonte: Alerta Total
____________________
Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado.
Copom eleva taxa básica de juros para 14,25%, maior patamar desde 2006
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central
decidiu subir os juros básicos da economia brasileira para 14,25% ao ano. Esta
foi a sétima elevação seguida da taxa Selic, que atingiu o maior patamar desde
julho de 2006.
TRE-MG nega suspensão da ação que investiga a prestação de contas de Pimentel em 2014
Por Ucho.Info
Pimentel com problemas – Nesta terça-feira, 28, o Tribunal
Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) negou, em decisão da Corte
Eleitoral, o pedido de suspensão da ação de investigação judicial eleitoral
(AIJE) por abuso de poder econômico proposta pelo Ministério Público Eleitoral
(MPE) para investigar as contas da campanha do governador do Estado, Fernando
Pimentel (PT). A solicitação foi feita pela defesa de Pimentel.
De acordo com o TRE-MG, a AIJE foi suspensa em março de 2015
em decisão liminar proferida pelo juiz Wladimir Rodrigues. Entretanto, o
magistrado votou agora no sentido da não suspensão da ação judicial, por
entender “se tratar de ações autônomas, em que os mesmos fatos serão tratados
de acordo com as especificidades de cada demanda, e mesmo havendo absoluta
correlação entre elas, o efeito suspensivo não será a solução adequada para a
questão”.
A defesa de Pimentel havia pedido, além da suspensão da
AIJE, a produção de prova pericial para instruir a ação e que sete testemunhas
fossem ouvidas, depois de serem devidamente intimadas. A produção de prova
pericial foi acatada, porém a das testemunhas, não. Para o juiz, a produção de
prova pericial é razoável, possível e recomendável: “A perícia tende a
permitir, em casos como este, que têm como ponto central uma peça de natureza
técnica, que o interessado exerça, efetivamente, o direito à ampla defesa”,
ressaltou.
Em dezembro de 2014, o TRE desaprovou a prestação de contas
de campanha de Pimentel, devido a irregularidades na emissão de recibos
eleitorais, extrapolação de limite de gastos e outros. Estima-se que o limite
de gastos que foi superior a R$ 10 milhões.
Com base na decisão do TRE, o Ministério Público Eleitoral
apresentou ação de investigação judicial eleitoral, alegando abuso de poder
econômico, pedindo até a cassação do governador. Em março, a ação foi suspensa
em caráter liminar até que o mandando de segurança apresentado por Pimentel
fosse julgado ou até que o recurso na decisão que desaprovou as contas do
governador fosse julgado pelo TSE. Com relação a este recurso, ainda não há
decisão do TSE.
Procurado, o PT-MG, por meio de nota, destacou que a Corte
“garantiu” a Pimentel o “direito de se defender” por meio de perícia. “O PT
aguarda a realização da perícia postulada, confiante que não há o que desabone
a gestão financeira das contas de campanha das eleições 2014″, afirmou.
Campanha de Dilma pagou R$ 6 milhões à gráfica presidida por motorista
Por Redação - VEJA
Gráfica contratada pela campanha eleitoral da presidente
Dilma Rousseff, em 2014, também não tem funcionários
registrados (Evaristo
Sá/AFP)
|
Além disso, Rede Seg não tem funcionários registrados – o
que levantou suspeitas durante análise das contas da campanha petista pelo
Tribunal Superior Eleitoral, segundo jornal
Pagamentos a uma gráfica sem funcionários registrados e
presidida por um motorista levantaram suspeitas no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) durante análise das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff à
reeleição. Segundo reportagem da edição desta quinta-feira do jornal Folha
de S. Paulo, a Rede Seg Gráfica e Editora, em São Paulo, recebeu 6,15
milhões de reais - o que a coloca na oitava posição entre os maiores
fornecedores de campanha da presidente. As suspeitas de que a gráfica não tem
estrutura para prestar os serviços pelos quais recebeu tiveram início quando
técnicos do TSE cruzaram a prestação de contas da petista com dados do
Ministério do Trabalho. Algumas notas da gráfica entregues ao tribunal informam
que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral.
O jornal visitou o endereço da gráfica e foi informado por
Rogério Zanardo que a empresa pertence à família dele, e não ao motorista
Vivaldo Dias da Silva. Zanardo não soube, contudo, informar por que a empresa
está registrada em nome de Silva. Ele afirmou também que as máquinas estavam
desligadas porque a gráfica estava sem serviço. Já o irmão de Rogério, Rodrigo,
saiu-se com outra explicação: afirmou que Silva é mesmo o dono da empresa,
embora também trabalhe como motorista para a própria Rede Seg. Aos irmãos
caberia, segundo Rodrigo, administrar o local. A família Zanardo teria sido
procurada por Silva porque já tem experiência no ramo, uma vez que é dona da gráfica
Graftec. Em relação a inexistência de funcionários, Rodrigo afirma que o
serviço para a campanha contou com terceirizados.
Silva dirigiu-se ao local mais tarde, afirmando que é mesmo
o dono da gráfica, além de motorista. "Eu gosto de trabalhar, e é um
rendimento a mais que tenho", afirmou à Folha. Segundo o TSE,
Silva manteve vínculos empregatícios com a Graftec entre 2006 e 2007, como
eletricista. De 2009 a 2013, ele foi registrado como motorista em uma empresa
chamada Artetécnica Gravações, com salário mensal de 1.490 reais.
Esse não é o primeiro motorista a receber uma fortuna
da campanha petista. Reportagem do jornal revelou no ano passado que a
Focal Confecção e Comunicação Visual, segunda maior fornecedora da campanha da
presidente - recebeu 24 milhões de reais do PT -, tem como um dos sócios Elias
Silva de Mattos, que até 2013 declarava ser motorista e recebia salário de
cerca de 2.000 reais mensais.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou
ao jornal que selecionou as empresas que apresentaram preços mais baixos. A
secretaria não informou qual serviço foi prestado pela Rede Seg. "A
elaboração do material foi auditada pela campanha e a documentação que comprova
a elaboração e entrega do material foi auditada pelo TSE", diz a nota. As
contas da campanha de Dilma foram aprovadas com ressalvas, o que levou o TSE a
seguir com as análises.
ALMIRANTE preso na LAVA JATO era o preferido para a Casa Civil
Por Diário do Poder
Almirante Othon Pinheiro da Silva (de boné) é conduzido
pela
Polícia Federal. Foto: Fernando Frazão/ABR
|
Dilma cogitou pôr almirante preso na Casa Civil
Responsável pela escolha do almirante Othon Pereira da Silva
para presidir a Eletronuclear, em 2005, quando era ministra de Minas e Energia
do governo Lula, a presidente Dilma cogitou fortemente nomeá-lo para o cargo de
ministro-chefe da Casa Civil quando a titular, Gleisi Hoffmann, pediu demissão
para se candidatar ao governo do Paraná. Na último momento, ela trocou Othon
por Aloizio Mercadante.
Dilma e o almirante Othon se admiram. Têm em comum a forma
rude de tratar subordinados. Essa característica os aproximou ainda mais.
Othon foi preso terça (28) na 16ª fase da Lava Jato, por
receber R$ 4,5 milhões em propina de empreiteiras das obras da usina de Angra
3.
A Lava Jato avança definitivamente na corrupção da área de
energia elétrica do governo, a favorita de Dilma, daí a alta a tensão no
Planalto.
O almirante Othon tinha outro admirador: o ex-presidente
Itamar Franco o condecorou com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito
Científico.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Dilma jura que combate à corrupção emagrece o PIB
A presidente que não diz coisa com coisa e erra até conta de
jardim da infância surpreendeu o mundo com outro prodígio estatístico: segundo
Dilma Rousseff, o Produto Interno Bruto caiu 1% por causa da Operação Lava
Jato. O que ela chama de Operação Lava Jato é o esquema corrupto do Petrolão
que tornou indispensável o desencadeamento da Operação Lava Jato.
O neurônio solitário, portanto, acha que combater a
roubalheira faz mal à saúde da economia nacional, que os investimentos estão
perto de zero porque os donos das grandes empreiteiras engrossaram a população
carcerária e que o PIB sofre uma queda sempre que sobe a taxa de honestidade.
Como as investigações que começaram nas catacumbas da Petrobras já chegaram aos
porões da Eletronuclear, como logo serão lancetados os tumores que infestam o
BNDES, anotem: se a dedetização for em frente, o pibinho brasileiro vai ficar
menor que o PIB do Haiti.
A fiação do problema chama-se PT
"Se não trocarmos essa fiação, realmente o
curto-circuito será inevitável logo ali na frente", diz Rodrigo
Constantino sobre a crise econômica e a possibilidade do Brasil ser rebaixado
pelas agências de risco. Assista em 'A Lente Liberal'.
FREI BETTO E A UTOPIA
Por Percival Puggina
Frei Betto é o autor popular que melhor representa o
pensamento utópico da esquerda no Brasil. Aliás, quem quiser conhecer a papinha
servida aos bebês da utopia comunista deve procurar na cozinha do dominicano.
Há jovens esquerdistas que nada têm de idealistas. Esses estão no PT, no PCdoB
e na UNE e se servem direto das tetas públicas. Mas há jovens esquerdistas
idealistas. E o que frei Betto escreve cai no gosto desses bem intencionados,
seduzindo-os para o lado errado da pauta filosófica e política.
O próprio dominicano o confessa lisamente. Em artigo de setembro de 2007,
ele afirma: “Muito cedo gravou-se em mim o sentimento do mundo. Meus olhos,
dilatados pela fé, polidos pelo pós-hegelianismo de Marx, enxergaram a pirâmide
social invertida. Consumiu-se minha juventude na embriaguez da utopia. (...)
Lutávamos atentos aos clamores da Revolução de Outubro, à Longa Marcha de Mao
ao cruzar as pontes de nossos corações, aos barbudos de Sierra Maestra que
arrancavam baforadas de nosso alento juvenil, à vitória vietnamita selando-nos
a certeza de que arrebataríamos o futuro. A lua seria o nosso troféu.
Haveríamos de escalar suas montanhas e, lá em cima, desfraldar as bandeiras da
socialização compulsória”. A essas e outras catástrofes sociais e
políticas, a respeito de cada um desses genocídios monstruosos, ele reservou
odes e hosanas.
O Leste Europeu, para ele, era imagem viva das virtudes em
que foi concebido. Obra dos mais elevados ideais humanos. Com Muro e tudo. São
palavras suas: “Os condenados da Terra arranchavam-se sob o caravansará de
nossos ideais e, em breve, saberíamos conduzi-los aos mananciais onde correm
leite e mel...”. Em nome desse “em breve”, a famigerada Stasi da República
Democrática da Alemanha chegou a ter 80 mil agentes. Somando-lhes os delatores
não-oficiais havia um dedo-duro para cada seis alemães orientais. Em nome desse
“em breve”, os cubanos já carregam no lombo meio século de totalitarismo. Em nome
desse “em breve”, o frei, agorinha mesmo, no dia 25 do mês passado, se tocou
para Havana, a visitar Fidel, seu “amigo íntimo”, com quem trocou impressões
sobre o progresso dos movimentos sociais no Brasil.
E o Brasil, frei? E o Brasil? Prossegue ele, então,
descrevendo o aviãozinho que levou colheradas de sua papinha aos bebês do
comunismo verde-amarelo: “Na oficina dos sonhos, forjamos ferramentas
apropriadas ao parto do novo Brasil. A luta sindical consubstanciou-se em
projeto partidário, a crença pastoral multiplicou-se em células comunitárias,
os movimentos sociais emergiram como atores no palco dominado pelas sinistras
máscaras dos que jamais conjugaram o verbo partilhar. Cuba, Nicarágua, El
Salvador... o olhar impávido do Che... a irredutível teimosia de Gandhi... a
sede de justiça dessedentada nas fontes límpidas da ética. Jamais seríamos como
eles”.
Não é uma figura, esse Frei Betto? Reúne Ghandi e Fidel
Castro numa única frase e tudo parece caber na mesma confraria. E ele, sempre
do lado errado, levando outros para o lado errado, mas flanando nas asas da
maldita utopia que nem por acaso consegue cravar um prego no lugar certo. É o
que ele torna a reconhecer em relação ao encontro de seu desvario com a cena
política nacional: “Por que não se aventurar pelas mesmas sendas trilhadas
pelo inimigo, já que ele se perpetua com tanta força? Qual o segredo dos
cabelos de Sansão? Os pobres caíram no olvido, a sedução do poder fez a lua
arder em chamas. Ícaros impenitentes, não se deram conta de que as asas eram de
barro”.
Digam-me os leitores se ele não é um sedutor! Lutou a vida
inteira com caneta, pistola e água benta em favor das instituições políticas
mais sórdidas, desalmadas e perversas que a humanidade conheceu. Assumiu como
seus e reservou palavras de louvação para regimes que escolhiam como principais
inimigos os portadores da cruz que ele leva pendurada no pescoço. E depois, ao
contemplar os estragos, reserva-se fugazes encontros com o mundo dos fatos.
Como se lê aqui: “A sofreguidão esvaziou projetos, a gula cobiçosa devorou
quimeras. O pragmatismo acelerou a epifania dos avatares do poder. O conluio
enlaçou históricos oponentes, adversários coligaram-se, e aliados foram
defenestrados nessa massa informe que, destemperada de ética, alicerça o Leviatã”.
São palavras de quem, depois de se internar nos porões, tratou de se erguer,
como fumaça, sobre os telhados desse mesmo poder, travestido de juiz do estrago
que fez.
E agora? Agora, depois de ter vendido como coisa boa, ou
envasilhado com a rolha do silêncio obsequioso, o Muro de Berlim, o paredón de
La Cabaña, a Revolução de Outubro, os massacres que acabaram com o Levante da
Hungria e a Primavera de Praga, a Grande Marcha de Mao, a “vitória” do Vietnã e
por aí vai, ele conclui seu ato de contrição com uma nova pirueta em direção ao
mundo da lua: “Dói em mim tanto desacerto. Os sonhos de uma geração trocados
por um prato de lentilha. Aguardo, agora, a lua nova”.
O dominicano é, portanto, um tipo simbólico. Uma espécie de
Muro de Berlim, vivo. Um irredutível habitante da utopia. E um semeador de
desastres que, graças ao muro que o separa da realidade, não perde nunca.
Qualquer adolescente com ideais nobres e pés no chão dos fatos é capaz de
prever o lamentável destino para onde levam suas pegadas. Mas ele sobrevoa o
precipício onde os seus seguidores fazem tombar multidões e volta a se revestir
com a túnica da razão. Tipos assim são os mais perigosos e merecem ser lidos
exatamente por isso. Constroem muros e se instalam, sempre, do lado errado.
Há quem creia estar informado sobre política lendo, nos
jornais, o que os políticos dizem uns sobre os outros. Coisa vã, sem serventia.
A mais instrutiva leitura política é a que se ocupa em conhecer o que escrevem
os intelectuais, os condutores dos construtores. E entre estes, em particular,
os condutores dos construtores de muros. Eles continuam ativos.
______________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense
de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de
Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões,
e a Tomada do Brasil (no prelo).
Nota do autor: Este artigo foi escrito em 08/11/2009, tomando como eixo o artigo “As fases da lua”, da autoria de frei Betto, publicado no site www.adital.com.br, em 12/09/2007.
Angra 3 é mais um exemplo trágico de corrupção no Brasil
Mais uma surpresa revelada pelas investigações da Operação
Lava Jato. A construção da usina Angra 3, localizada entre os estados de São
Paulo e Rio de Janeiro já contava com favorecimento de propinas desde seu edital.
Petrolão, HSBC, Zelotes: barulho e manchete para uns, silêncio para os demais
Na investigação do megaescândalo Petrobras há uma lógica nas
ações do juiz Moro e procuradores: o garrote aperta de debaixo para cima.
Acusado de corrupção na Petrobrás, "curte" prisão em regime aberto na praia
Ratinho solta o verbo... No Programa do Ratinho desta terça,
28/07/15, Ratinho fica muito bravo ao saber que um acusado de corrupção na
Petrobrás, e preso em regime aberto, estava curtindo na praia.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Conversa fiada: governo Dilma, na prática, está se lixando para o ajuste
Ao que tudo
indica, a única pessoa preocupada com o ajuste fiscal é Joaquim Levy. O governo
petista já mostrou que não está nem aí para reorganizar a economia. Dilma não
cortou um único cargo em comissão, não deu exemplo e ainda mente para a nação.
Lula é mau por ser de esquerda
Por Nivaldo Cordeiro
Editorial do Estadão, mais uma vez, diz que Lula "finge
ser de esquerda" (http://opiniao.estadao.com.br/...).
Ora, Lula tem sido um mal para o país precisamente porque pretende implantar
seu projeto esquerdista desde que iniciou a carreira sindical. Sempre foi
apoiado e apoia o MST e a teologia da libertação e tudo que não presta no país.
O editorialista desinformou o seu público.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Eduardo Cunha nega pauta bomba de votações
Por Jornal da Gazeta
Durante evento com empresários em São Paulo, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, volta a criticar o governo e o partido dos
trabalhadores.
Relatório Focus traz nova piora da situação econômica brasileira
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulou maior
resultado par o mês de junho desde 2008. O IPCA-15, índice que baliza o sistema
das metas de inflação, também registrou alta de 6,90% ao ano. Nos últimos
meses, o número subiu 9,25%.
Lula, se Léo Pinheiro aceitar a delação, chegou a sua vez
A capa de Veja deste final de semana, traz o ex-presidente
Lula e a possibilidade de delação premiada do empresário Léo Pinheiro, que
teria informações, inclusive, sobre o enriquecimento do filho de Lula.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
A crise brasileira tem pai e mãe: O padrinho e a afilhada querem jogar no colo da oposição a crise que ele pariu e ela amamentou
Lula e Dilma não sabem o que fazer com o mostrengo que produziram em
parceria.
Sindicalista instrui agentes penitenciários em greve a simular confronto, manipulando também a imprensa
É do balacobaco!
Se vocês querem saber como costumam começar os tumultos envolvendo
grevistas e policiais militares, fiquem atentos ao vídeo que segue no pé deste
post.
O busílis é o seguinte: na segunda, começou uma greve de agentes
penitenciários no Estado de São Paulo — encerrada nesta sexta. Como a adesão
era baixa, o presidente do sindicato, Daniel Grandolfo, instruiu um aliado seu
a simular um confronto com a Polícia Militar para mexer com os brios da
categoria e aumentar a adesão à paralisação. Diz ele:
“Eduardo, faz o seguinte, meu irmão, é… Vocês fazem a cena, entendeu, do loco.
Troca ideia antes com os PMs, se os PMs for invadir memo, troca
ideia, entendeu, com eles. Faz a cena. Vê se consegue chamar a imprensa ou
alguém para filmar com o celular ou alguma coisa desse tipo, faz uma cena,
entendeu? Fala para os PMs empurrá os guarda, entendeu, fazer um bagulho meio
louco e pede para alguém filmá, filma com o celular mesmo”.
Vejam. Volto em seguida.
Como se nota, ele pede que tudo seja combinado com a PM. Digamos que se
pudesse combinar uma safadeza dessa com alguns PMs. Será possível combinar com
todos? Vejam o risco!
É um nojo!
Notem, ademais, que Grandolfo conta com a ajuda da imprensa… Afinal,
ele sabe que, para o jornalismo, a PM é quase sempre culpada, não é mesmo?
Vejam o caso do Paraná, em que notórios truculentos foram tratados como heróis.
A greve, diga-se, chegou ao fim. O Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo determinou a volta ao serviço, sob pena de multar o Sindicato dos
Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) em R$ 100
mil por dia. O Sindasp é filiado à Força Sindical.
A ESSÊNCIA CONSERVADORA DO BRASIL
"A ESSÊNCIA CONSERVADORA DO BRASIL" - Palestra do
Prof. Hermes Rodrigues Nery no 1º Congresso Conservador, realizado em Curitiba
(PR), no dia 20 de junho de 2015.
domingo, 26 de julho de 2015
Preparem as panelas: Dilma vai aparecer mais na TV para “melhorar a imagem”
Conforme o Estadão, Dilma está anunciando uma volta aos
programas de TV e à mídia em geral, com o intuito de “humanizar sua imagem”. Leia
um pouco mais da matéria do UOL:
Além de aparecer mais em programas de TV, Dilma prepara uma
ofensiva virtual, a menos de um mês dos protestos previstos para 16 de agosto
contra seu governo. Na próxima semana, a Secretaria Geral da Presidência lançará
o site “Dialoga Brasil”, uma plataforma que, mais adiante, terá até mesmo um
aplicativo para celular. A meta é medir a temperatura da administração e
planejar reações com antecedência.
No auge do distanciamento com os eleitores de todas as
classes, acuada pela crise, com uma Operação Lava Jato batendo à porta do
Planalto e problemas na economia, Dilma recorrerá a um novo canal para divulgar
as iniciativas de sua gestão e, ao mesmo, saber o que a sociedade pensa sobre
elas. Setenta e três programas de governo, como Bolsa Família, Mais Médicos e
Minha Casa, Minha Vida, serão submetidos ao crivo da população. Na primeira
leva, quatro temas entrarão em debate: saúde, educação, segurança pública e combate à pobreza. O site
terá ferramentas populares nas redes sociais, como “curtir” e “compartilhar”.
De posse de críticas e sugestões, ministros responsáveis
pelos projetos serão acionados para dar respostas aos usuários. Enquanto isso,
Dilma concederá entrevistas a apresentadores de TV. Em junho, ela apareceu no
Programa do Jô, da TV Globo, e na próxima semana estará no “Mariana Godoy
Entrevista”, da Rede TV!
O negócio é não descuidar do embate virtual, pois os MAV’s
ficarão ouriçados. E, principalmente, preparem as panelas para a trilha sonora
das aparições televisivas da presidente.
PT usa o Humaniza Redes para promover a pedofilia
Por Eric Balbinus
Antes que se diga que o blogueiro está exagerando, vamos
apresentar um fato inquestionável: que governo antes do Partido dos
Trabalhadores se esforçou tanto para erotizar e iniciar sexualmente as crianças
e adolescentes no Brasil?
Verdade seja dita, Olavo de Carvalho, aquele que é
chamado de fascista iletrado por Marco Antonio Villa, sempre alertou sobre essa
demanda da agenda da esquerda. Muitos não acreditaram.
Duas postagens da página Humaniza Redes do Governo Federal, causaram indignação
e revolta entre os usuários das redes sociais nesta semana. Nas duas
publicações, o governo usa uma didática desonesta e um linguajar politicamente
correto para promover a pedofilia. Segundo as afirmações ali veiculadas,
"é preciso diferenciar abuso sexual de pedofilia, pois nem sempre os dois
estão relacionados".
Vamos explicar melhor. Segundo a lógica torpe do Humaniza
Redes, pedofilia é apenas uma condição clínica do indivíduo que tem distúrbios
na personalidade que o leva a enxergar a criança como um ser maduro para o sexo
e relacionamento afetivo. Por outro lado, nem todos os molestadores de menores
de idade seriam pedofilos, uma vez que nem todos foram devidamente
diagnosticados com a doença. A malandragem dessa afirmação se dá exatamente
porque partindo de tal princípio, será fácil para qualquer ideólogo absolver um
abusador de menores com a justificativa de que "se trata apenas de uma
condição, que o sujeito não quer fazer mal à criança com sua prática". Já
circula na Internet o termo "portador de pedofilia".
É bom que se diga: todo esse absurdo é financiado com o
dinheiro público. O PT e suas hostes engendraram o Humaniza Redes no bojo das
manifestações de Março, com o intuito de censurar o debate político com o
pretexto de "combater o discurso de ódio". Na ocasião, todos sabíamos
das pretensões totalitárias do partido, mas erramos ao subestimar a camarilha
vermelha achando que tudo se restringia ao debate político. O PT não é apenas
um partido com plano criminoso de poder, como disse o ministro Celso de Mello
durante o julgamento do Mensalão.
O PT e seus aliados tem um plano psicopata de poder, e isso
passa necessariamente por retirar a nossa dignidade, algo já descrito por
Hannah Arendt na ação nazista. Querem nos tirar qualquer traço de esperança,
para nos transformarem em escravos, como já foi feito com os judeus no III
Reich ou com os norte-coreanos. Observem o esquema: eles roubam nosso
dinheiro, compram aliados e aparelham o Estado. Quando denunciados, alegam que
tiraram milhões da pobreza, que só os inimigos dos fazem oposição. Ainda no
poder, maquiam a economia, saqueiam a Nação e cometem estelionato eleitoral. Ao
serem denunciados publicamente, acionam mecanismos de censura contra o povo com
o próprio dinheiro do contribuinte. De quebra, usam este mesmo
dispositivo para promover todo tipo de agenda que vá transformar em escravos
sem dignidade, como sempre nos alertou Luciano Ayan. Sim, só mesmo os piores
psicopatas irão desejar que pedófilos não sejam presos e que menores que
praticam crimes hediondos permaneçam aterrorizando a população. E é essa mais
uma das finalidades do Humaniza Redes. A página é usada para promover racismo
reverso, feminismo radical, e agora se coloca também na luta contra s redução
da maioridade penal e da criminalização da pedofilia.
Antes que se diga que o blogueiro está exagerando, vamos
apresentar um fato inquestionável: que governo antes do Partido dos
Trabalhadores se esforçou tanto para erotizar e iniciar sexualmente as crianças
e adolescentes no Brasil? Houve o Kit Gay do então ministro da Educação
Fernando Haddad, depois veio a vacina do HPV em meninas a partir dos 11 anos de
idade, além dos recentes livros do MEC incentivando práticas sexuais. E um dos
mais bizarros: no ano passado, adolescentes de São Paulo organizaram um "rolezinho
do sexo" em um parque público da cidade, com o intuito de praticarem
atos sexuais e consumirem drogas. E o que fez a prefeitura administrada por
Fernando Haddad? Acionou a Guarda Municipal ou o Conselho Tutelar? Não.
Na contramão da ética e da responsabilidade, mobilizaram agentes de saúde para
distribuírem seringas e preservativos para os jovens.
Verdade seja dita, Olavo de Carvalho, aquele que é chamado
de fascista iletrado por Marco Antonio Villa, sempre alertou sobre essa demanda
da agenda da esquerda. Muitos não acreditaram. Na Europa e nos Estados Unidos,
já existem associações civis que reivindicam o direito de adultos se
relacionarem sexualmente e afetivamente com crianças. Aqui no Brasil, o
presidente do Grupo Gay da Bahia Luiz Mott já declarou várias vezes sua
predileção por garotos na puberdade. Agora há um esforço do governo petista
para relativizar a barbárie da pedofilia.
Já passa da hora da sociedade se levantar contra esses atos.
É preciso ainda estar atento para quando a esquerda fala em "debater com
seriedade". Isso significa fazer concessões à agenda política dessa seita
de psicopatas. Acrescentando mais um elemento à frase de Thomas
Jefferson, o preço da liberdade e da dignidade humana, é a eterna
vigilância.
Fonte: Mídia Sem Máscara
CUNHA, O ORGASMO PETISTA
Por Percival Puggina
Ser petista ficou dureza. Imagina o sujeito que passou a
vida exaltando as elevadas qualidades morais e o discernimento com que o PT
oposicionista apontava soluções para os problemas do país. Sonhava com o PT no
poder. Nas tendas e barracas em que o PT vendia adesivos, distintivos,
camisetas do Che e bandeirinhas de Cuba, o cara tinha conta em caderno. Pagava
por mês e ainda contribuía para o caixinha do partido. Era fã do Zé, do
Genoíno, da Marta. Entrava em surto cívico até nos discursos do Suplicy. Tinha
foto com o Lula na parede da sala, adesivo com estrela no carro e bandeirinha
vermelha tremulante na janela. A vida era cheia de certezas. Numa delas, o PT
salvaria o Brasil de si mesmo porque o partido tinha aquele caráter que parecia
faltar ao eleitor brasileiro, esse vendilhão de votos em troca de favores. O PT
seria o fim da estrada para a política do "é dando que se recebe". E,
sobre tudo, havia o Lula, o metalúrgico pobretão, apto a mudar o mundo com um
megafone.
Lula dizia, o PT repetia e a vida confirmava: do outro
lado da cena política atuava um bando de patifes. Contados um a um pelo próprio
líder maior, eram mais de 300. Entre eles, o Collor, o Renan, o Maluf, o
Sarney, o Barbalho, o Quércia. Santo Deus! Que bênção seria livrar o Brasil do
poder dessa gente. E isso só o PT poderia fazer porque só o PT tinha a força
moral necessária.
Durante os muitos anos em que fui filiado ao PP, os
petistas com os quais participava de debates tentavam colocar na minha conta o
fato de ser, este, "o partido do Maluf". E eu me obrigava a dizer que
o Maluf jamais pisara na soleira da sede do partido no Rio Grande do Sul,
porque sabia não ser, aqui, benquisto nem bem-vindo. Até que um dia, Lula -
quem poderia antever? - abraçou-se com Maluf, o procurado pela Interpol, nos
jardins de sua mansão. E sorria, sorria muito o Lula, num sorriso deslavado e
encardido. De um ou de outro modo, em diferentes cenários e agendas, o mesmo
aconteceu com todos aqueles que, nos tempos de oposição, provocavam arrepios
éticos na fina sensibilidade dos petistas.
Passaram-se 13 anos. Dezenas foram condenados, presos e
estão sendo processados. Bilhões de reais escoaram para bem enxaguadas contas.
Escabrosas histórias envolvendo o partido, seus agentes e parceiros são
contadas mundo afora. Sob o governo petista, o país enfrenta um pacote de
crises endógenas, todas de produção própria, caseira. Na contramão de uma
conjuntura internacional favorável (a economia mundial crescerá 3%), o Brasil é
assolado por inflação, recessão, desemprego, descrédito e o PIB cairá 2%.
Apenas 7,7% dos brasileiros aprovam o governo. Mas o PT vive dias de muita
comemoração. Afinal, o arqui-inimigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos
Deputados, foi acusado de ser pilantra sem que ninguém se surpreendesse. A
alegria petista diante desse fato, faz lembrar o Tavares, o canalha
rodriguiano, criado por Chico Anysio: "Sou, mas quem não é?".
_______________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense
de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site
www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no
país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e
Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
Justiça decreta nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e quatro executivos
A Justiça Federal no Paraná decretou hoje (24) nova prisão
preventiva do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de
outros quatro diretores da empresa. Alvos da Operação Lava Jato, que apura um
esquema criminoso que desviou milhões de reais da Petrobras, os cinco já estão
presos, em caráter preventivo, desde o dia 19 de junho, quando a Polícia
Federal (PF) deflagrou a 14ª fase da operação.
Em despacho com data desta sexta-feira, o juiz federal
Sergio Moro explica que o novo pedido é necessário, porque, após os cinco
investigados terem sido detidos, surgiram novas provas do envolvimento dos
cinco no esquema. E, segundo o magistrado, embora os elementos que justificaram
as primeiras prisões continuem válidos, os investigados vêm tentando obter, no
Superior Tribunal de Justiça (STJ), habeas corpus que os permitam responder em
liberdade. Além de Marcelo Odebrecht, estão envolvidos Rogério Santos de
Araújo, Márcio Fária da Silva, Cesar Ramos Rocha, Alexandrino de Salles Ramos
de Alencar.
Para Moro, não há como não reconhecer que a libertação dos
investigados representa um risco à ordem pública. Na avaliação do juiz, a
Odebrecht dispõe dos meios para “interferir de várias maneiras na coleta da
provas, seja pressionando testemunhas, seja buscando interferência política”.
Assim, o magistrado defende a manutenção das prisões preventivas como
necessária para interromper o ciclo de “crimes desenvolvidos de forma habitual,
profissional e sofisticada”.
Em sua decisão, Moro ainda comenta que, embora a Petrobras
tenha proibido a assinatura de novos contratos com as empreiteiras já
investigadas pela Lava Jato, estas mesmas empresas ainda têm contratos com a
petrolífera estatal em execução. Moro também adverte que, apesar do afastamento
dos diretores sob suspeita, pode ainda não terem sido identificados todos os
empregados da Petrobras que participaram do esquema.
“Nesse contexto, em que as empresas do Grupo Odebrecht
permanecem ativas, com contratos ativos com a Petrobras, inclusive com
suspeitas de sobrepreço, e com outras entidades do Poder Público, sem
impedimento de celebrar novos contratos com outras entidades do Poder Público,
e não tomaram qualquer providência para apurar internamente os crimes ou para
buscar acordos de leniência, é imprescindível, para prevenir a continuidade das
práticas corruptas, a prisão cautelar dos executivos desviados”, adverte Moro.
O juiz apontou como “única alternativa eficaz à prisão
cautelar dos executivos” a eventual suspensão dos contratos em vigor e a
proibição da assinatura de novos acordos. O que, o próprio juiz reconhece,
teria “efeitos colaterais danosos para economia e para os empregos, não podendo
ser considerada menos danosa”.
Citando declarações do ex-diretor de Refino e Abastecimento
da petrolífera, Paulo Roberto Costa, o juiz também manifestou a preocupação de
que o esquema criminoso tenha afetado outras estatais e órgãos públicos. Em
dezembro de 2014, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
mista da Petrobras, Costa afirmou que a cobrança de propinas em acertos entre
empreiteiros investigados e agentes públicos acontecem em todo o país, da
construção de hidrelétricas a rodovias.
Moro repete o temor de que as empreiteiras investigadas
possam participar do processo de seleção e ser contratadas para executar obras
constantes do recém-lançado Programa de Investimentos em Logística – um pacote
de estímulo que visa a conceder à iniciativa privada projetos de infraestrutura
como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos com a justificativa de estimular
a atividade econômica e tirar do papel empreendimentos considerados essenciais.
Representantes do governo federal, como o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, já declararam que seria ilegal tentar impedir qualquer
empresa de participar de licitações por mera suspeitas, antes da conclusão dos
processos.
Procurada pela reportagem, a assessoria da Odebrecht
informou que os advogados de Marcelo, Márcio Faria da Silva, Cesar Ramos Rocha
e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar tomaram conhecimento da decisão há
pouco e só irão se pronunciar em momento oportuno, após analisarem a denúncia.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Rogério Santos de
Araújo.
sábado, 25 de julho de 2015
A pior recessão dos últimos 25 anos
Nas condições atuais da economia só dá pra esperar mais
desemprego. Aliás, a PNAD contínua, que é uma pesquisa mais ampla, feita em
3.500 municípios, já havia registrado, no trimestre encerrado em maio, uma taxa
de desemprego de 8,1%. Mas a tendência, independentemente da pesquisa, é de
mais cortes, dado o enfraquecimento da atividade. Caminhamos para uma recessão
que pode passar dos 2% este ano, contaminando também 2016.
O anúncio feito pelo
governo, da redução da meta fiscal, da meta de superávit das contas, foi o
reconhecimento que a economia deve ter desempenho muito fraco até 2018. Com
superávits magrinhos, o governo vai tentar, apenas, evitar que a dívida pública
cresça demais. Os saldos previstos não devem melhorar a relação dívida/PIB. Ao
contrário, essa relação pode até piorar. Perspectiva que aumenta a
possibilidade de um rebaixamento do Brasil na avaliação de risco, perdendo o
selo de bom pagador, pela incapacidade de gerar saldos melhores nas contas
públicas.
Se isso ocorrer, a situação só vai piorar. O Brasil perde
investimentos, o dólar avança, Pra segurar o impacto na inflação, os juros têm
de continuar altos, pressionando a dívida, que ainda terá um custo maior para
ser financiada. Daí o esforço do governo em passar o recado que, mesmo reduzindo
a meta, vai fazer mais cortes e tentar garantir maior receita.
Só que aí também
depende do Congresso, para a aprovação de medidas, como a repatriação de
recursos. E depender do Congresso, com a crise política que temos, não é muito
animador. Foi esse risco todo que fez o dólar comercial subir 2,17% hoje, com a
cotação de venda em quase 3,30 . O Financial Times tem razão ao comparar a
situação atual do País a um "filme de terror sem fim".
Temos a pior
recessão dos últimos 25 anos, com desemprego crescente, investimentos em queda,
inflação e juros nas alturas, crise política, risco de perda do grau de
investimento. Pior: sem ações efetivas que mostrem um caminho para o governo
retomar as rédeas da economia. Não pra repetir as bobagens que produziram essa
crise, mas pra reverter o ciclo negativo e fazer a economia retomar o caminho
do crescimento.
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