Por Redação - VEJA
Gráfica contratada pela campanha eleitoral da presidente
Dilma Rousseff, em 2014, também não tem funcionários
registrados (Evaristo
Sá/AFP)
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Além disso, Rede Seg não tem funcionários registrados – o
que levantou suspeitas durante análise das contas da campanha petista pelo
Tribunal Superior Eleitoral, segundo jornal
Pagamentos a uma gráfica sem funcionários registrados e
presidida por um motorista levantaram suspeitas no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) durante análise das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff à
reeleição. Segundo reportagem da edição desta quinta-feira do jornal Folha
de S. Paulo, a Rede Seg Gráfica e Editora, em São Paulo, recebeu 6,15
milhões de reais - o que a coloca na oitava posição entre os maiores
fornecedores de campanha da presidente. As suspeitas de que a gráfica não tem
estrutura para prestar os serviços pelos quais recebeu tiveram início quando
técnicos do TSE cruzaram a prestação de contas da petista com dados do
Ministério do Trabalho. Algumas notas da gráfica entregues ao tribunal informam
que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral.
O jornal visitou o endereço da gráfica e foi informado por
Rogério Zanardo que a empresa pertence à família dele, e não ao motorista
Vivaldo Dias da Silva. Zanardo não soube, contudo, informar por que a empresa
está registrada em nome de Silva. Ele afirmou também que as máquinas estavam
desligadas porque a gráfica estava sem serviço. Já o irmão de Rogério, Rodrigo,
saiu-se com outra explicação: afirmou que Silva é mesmo o dono da empresa,
embora também trabalhe como motorista para a própria Rede Seg. Aos irmãos
caberia, segundo Rodrigo, administrar o local. A família Zanardo teria sido
procurada por Silva porque já tem experiência no ramo, uma vez que é dona da gráfica
Graftec. Em relação a inexistência de funcionários, Rodrigo afirma que o
serviço para a campanha contou com terceirizados.
Silva dirigiu-se ao local mais tarde, afirmando que é mesmo
o dono da gráfica, além de motorista. "Eu gosto de trabalhar, e é um
rendimento a mais que tenho", afirmou à Folha. Segundo o TSE,
Silva manteve vínculos empregatícios com a Graftec entre 2006 e 2007, como
eletricista. De 2009 a 2013, ele foi registrado como motorista em uma empresa
chamada Artetécnica Gravações, com salário mensal de 1.490 reais.
Esse não é o primeiro motorista a receber uma fortuna
da campanha petista. Reportagem do jornal revelou no ano passado que a
Focal Confecção e Comunicação Visual, segunda maior fornecedora da campanha da
presidente - recebeu 24 milhões de reais do PT -, tem como um dos sócios Elias
Silva de Mattos, que até 2013 declarava ser motorista e recebia salário de
cerca de 2.000 reais mensais.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou
ao jornal que selecionou as empresas que apresentaram preços mais baixos. A
secretaria não informou qual serviço foi prestado pela Rede Seg. "A
elaboração do material foi auditada pela campanha e a documentação que comprova
a elaboração e entrega do material foi auditada pelo TSE", diz a nota. As
contas da campanha de Dilma foram aprovadas com ressalvas, o que levou o TSE a
seguir com as análises.
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