Por Fabio Blanco
Quando ficar claro que Marina não é uma alternativa, mas um
aprofundamento das políticas que vêm sendo implementadas há anos no país, será
tarde demais.
Minhas críticas aqueles que têm declarado seu voto à Marina
Silva não é por sua escolha eleitoral, especificamente. O que mais me incomoda
é que essa escolha tem se mostrado absolutamente irracional, unicamente baseada
nas impressões que a figura de Marina transmite.
Sem nenhum problema, eu poderia respeitar o voto baseado na
ideologia da candidata do PSB. Consideraria absolutamente normal, mesmo não
concordando, que alguém votasse nela, por causa de seu ódio ao agronegócio, sua
visão socialista radical e até por sua ideia de democracia participativa.
Mas o que está ocorrendo é que as pessoas estão pretendendo
votar nela por razões exatamente contrárias à própria ideologia e histórico
político da candidata. Estão confiando em uma imagem de conciliadora que ela
pretende transmitir; acreditando que Marina Silva é uma opção menos radical do
que os caminhos traçados pelo PT até agora; crendo que ela representa uma forma
alternativa de fazer política.
No entanto, nada disso se encaixa no perfil da política
acreana. Marina Silva sempre foi radical, transitando nas alas mais extremas da
esquerda brasileira. Nunca foi uma conciliadora, pelo contrário, demonstrou uma
dificuldade terrível de se compor mesmo com seus aliados. E ela não representa,
de maneira alguma, uma política alternativa, ou será que alguém acredita que
uma pessoa que galgou os maiores postos dentro da velha política brasileira fez
isso estando do lado de fora dessa mesma política?
O pior é ver pessoas que vinham criticando o PT de maneira
ferrenha, simplesmente caírem no canto da sereia marinista, aceitando a ideia
que ela é uma alternativa viável para estar à frente da direção do país.
Eu até posso aceitar que alguém vote em Marina Silva por
razões ideológicas. Isso seria bem mais coerente. O que não dá é ter que ouvir
de pretensos anti-petistas o discurso de que é preciso, de qualquer maneira,
quebrar a hegemonia do atual governo, colocando alguém que, de maneira alguma,
é diferente do que está aí.
Quando a candidata verde apresentar sua verdadeira face para
o grande público, quando de sua rede brotarem os radicais ambientalistas e
ongueiros, prontos para dominar a nação, quando ficar claro que Marina não é
uma alternativa, mas um aprofundamento das políticas que vêm sendo
implementadas há anos no país, será tarde demais e restará para aqueles que
confiaram seus votos nela o arrependimento por tamanha estupidez.
Fonte: Mídia Sem Máscara
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Fabio Blanco, advogado e teólogo, apresenta o programa 'A Hora Final', na Rádio Vox.
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