Por Marcos Coimbra
Desta vez, a situação ficou fora de controle. Se há dúvida
quanto ao candidato a ser votado no tocante à eleição presidencial, imagine no
relativo ao pleito estadual no Estado do Rio de Janeiro. Nenhum dos candidatos
postulantes ao cargo, em especial os quatro principais, é merecedor da
confiança do sofrido eleitor fluminense.
Em São Paulo, a qualidade dos candidatos, independentemente
de filiação partidária, é bem melhor, oferecendo aos eleitores escolha
satisfatória. No Rio, vamos ter que continuar a votar no menos pior,
conscientes de que a opção pela abstenção, pelo voto nulo ou em branco vai
contribuir para o agravamento da nossa situação.
O candidato da situação é um fiel representante do
ex-governador Cabral e dos componentes de seu grupo, no qual se destaca o
ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, que apareceram em uma festa em Paris com
guardanapos em forma de “bandanas” na cabeça. É o candidato possuidor dos
maiores recursos para a campanha e é apoiado pelo alcaide do município do Rio
de Janeiro, fato que já o torna desmerecedor do voto do eleitor consciente e
bem informado. Representa a continuação da administração abaixo da crítica
exercida por seu partido. A notícia alvissareira foi a desistência do Sr.
Cabral em concorrer nestas eleições, esperando que seja definitiva, a exemplo
das excelentes novas do afastamento da vida pública do senador José Sarney e da
governadora Roseana, sua filha. É oportuno lembrar que tanto Cabral quanto
Roseana, “por coincidência”, ambos estão na lista divulgada pelo Sr. Paulo
Roberto Costa em sua delação premiada, apontados como beneficiários do esquema
de corrupção na Petrobras. É impossível votar neste candidato.
O candidato petista senador Lindbergh responde a 15
inquéritos e a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal, segundo o site
Congresso em Foco. Em junho, o ministro Gilmar Mendes, autorizou a quebra de
sigilos fiscal e bancário de servidores, empresários e pessoas ligadas aos
contratos firmados entre Nova Iguaçu e a empresa Rumo Novo Engenharia Ltda., no
período em que Lindbergh foi prefeito da cidade. Mendes decidiu em favor de um
pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que leva adiante um
inquérito instaurado no Ministério Público do Estado do Rio para apurar
irregularidades em licitações e execuções de obras em Nova Iguaçu.
No mesmo mês, o ministro Dias Toffoli, autorizou a quebra
dos sigilos bancário e fiscal de Lindbergh entre janeiro de 2005 e dezembro de
2010. A abertura dos dados é parte de inquérito no qual o parlamentar é
investigado por supostas fraudes ao Fundo de Previdência dos Servidores
Municipais de Nova Iguaçu. O prejuízo é estimado em R$ 356 milhões. Em abril,
no entanto, antes de ser acusado no inquérito que investiga o rombo milionário
do dinheiro dos aposentados da prefeitura, Lindbergh Farias foi alvo de mais
uma ação. O processo por improbidade administrativa - o 13º movido contra ele
pelo Ministério Público do Rio de Janeiro - acusa o senador de usar dinheiro da
prefeitura de Nova Iguaçu para pagar as despesas de um “showmício” petista.
O deputado federal Garotinho em abril de 2000, quando era
governador do RJ, enfrentou uma enxurrada de denúncias que atingiam o alto
escalão de seu governo. Boa parte das acusações recaía sobre os integrantes da
chamada Turma do Chuvisco, assessores que acompanhavam o governador desde
Campos, sua cidade natal e base política. O grupo, cujo nome faz referência a
um doce típico de Campos, era acusado de favorecer empresas em concorrências
públicas e firmar contratos sem licitação. Com o passar dos anos, Garotinho
acrescentou denúncias cada vez mais graves ao currículo e acabou na mira da
Polícia Federal.
A Operação Segurança Pública S.A., de 2008, resultou em seu
indiciamento por quadrilha armada, sob a suspeita de ter usado seu período no
Palácio Guanabara (e também o de sua mulher, Rosinha) para acobertar as ações
de um grupo de policiais que, encastelados na chefia da Polícia Civil,
atormentou o Rio de Janeiro cometendo ilícitos variados. A lista inclui
facilitação de contrabando, formação de quadrilha, proteção a contraventores,
cobrança para nomeação de delegados, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e
passiva. E ainda existe a denúncia da ÉPOCA de desvio de dinheiro público,
envolvendo a GAP Comércio e Serviços Especiais, uma locadora de veículos
próxima à família Garotinho. A sigla GAP reproduz as iniciais de seu dono, o
empresário George Augusto Pereira. Documentos obtidos por ÉPOCA mostram que
George Augusto não existe no mundo das pessoas de carne e osso.
O bispo licenciado da Igreja Universal Crivella, sobrinho do
bispo Edir Macedo, lançou o projeto de irrigação da Igreja Universal do Reino
de Deus no chamado “Polígono das Secas”, através da ONG Fazenda Nova Canaã,
tendo lançado um CD que vendeu mais de um milhão de cópias. O lucro foi
investido na compra de 450 hectares de terras em Irecê (BA) em 1999. Quando empossado
como ministro da Pesca, ele foi acusado de usar a estrutura do próprio
ministério para ajudar a sua ONG para entrar no mercado da carne de tilápia na
Bahia. A revista ISTOÉ publicou uma matéria para mostrar que haveria “uma
inequívoca utilização do cargo público em benefício pessoal”.
E agora, José? A esperança reside em uma inspiração divina.
Fonte: A Verdade Sufocada
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Marcos Coimbra é Professor, Membro do Conselho Diretor do
CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil
Soberano.
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br - Página: http://www.brasilsoberano.com.br/
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