Em várias “comunidades” do Rio de Janeiro, principalmente no
Complexo da Maré e na Baixada Fluminense, existem vários cidadãos com dois
títulos de eleitores. Eles recebem dinheiro em troca do voto. Este mecanismo
eleitoral do crime organizado foi denunciado, oficialmente, pela inteligência
do Exército à Presidenta Dilma Rousseff – candidata à reeleição. Generais
revoltados com tal escândalo já falam em “risco de ruptura institucional”,
dependendo do resultado. Eis a verdadeira Zona Eleitoral... Ainda mais quando
as pesquisas indicam até uma vitória de Marina Silva sobre Dilma Rousseff, com
Aécio Neves ficando de fora.
Até então guardada sigilosamente pelo governo e pelo
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a informação
sobre a vergonhosa manipulação de votos no Rio de Janeiro vazou no final da
tarde de ontem. O grupo político de Aécio Neves tomou conhecimento. Espera-se
que parta para alguma denúncia mais consistente e formal. Do contrário, ficará
o informado pelo não dito. Concretamente, por falta de poder ofensivo, a
candidatura do neto de Tancredo Neves corre tanto risco de naufrágio quanto o
PTitanic.
Como de hábito no atual desgoverno, se for questionada sobre
o explosivo tema, Dilma dirá que é “invenção” e que nada sabia sobre tal
denúncia. Independentemente do que for dito, o resultado eleitoral já não
merecia muito crédito – por causa da urna eletrônica, da transmissão de dados e
do processamento de votos sem chances de auditoria externa. Agora se torna
absolutamente inconfiável.
A descoberta concreta de fraude eleitoral, até agora mantida
em “sigilo de Estado”, ocorreu durante as ocupações militares. Foram
encontrados títulos eleitorais duplicados. Este mesmo golpe é aplicado em
alguns estados do Nordeste e do Norte. No Maranhão, por cada voto a mais, o
eleitor duplicado recebe até R$ 300 reais. O mesmo valor seria negociado nas
áreas carentes do Rio de Janeiro – ainda dominadas por milícias urbanas.
Só a identificação biométrica, individualizada, do eleitor,
cruzando dados do número do cadastro do eleitor, da carteira de identidade e do
CPF, poderia evitar tal duplicidade de títulos ou a chance de alguém votar no
lugar de alguém que já morreu – mas continua eleitoralmente ativo. Mas o
Tribunal Superior Eleitoral não agiu com a necessária velocidade para fazer o
recadastramento geral dos eleitores. Mais grave ainda: a oposição sequer cobrou
tal celeridade que deveria ser prioritária e urgente para impedir a fraude
eleitoral na hora da votação. A urna só é liberada para o voto se reconhecer as
digitais do eleitor.
No Rio de Janeiro, por exemplo, só os 402.146 eleitores de
Armação de Buzios e Niterói (universo ínfimo de 3,3% do total) usarão o sistema
de identificação biométrica para votar. O eleitorado total fluminense, agora
sob suspeita, é de 12.141.145 cidadãos. Quem não se recadastrou até 7 de maio
não poderá participar da eleição. Em todo o Brasil, o recadastramento é feito
gradualmente, obedecendo à Resolução 23.335 do TSE, atualmente presidido por
José Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal e, em um passado não
muito distante, advogado do Partido dos Trabalhadores.
A meta do TSE era contar, neste ano, com 22 milhões de
eleitores identificados pela impressão digital. Em julho, chegou a um total de
23.851.673 aptos a votar com biometria. O eleitorado brasileiro total
habilitado a votar este ano é de 142.822.046 eleitores – conforme as
estatísticas eleitorais de 2014 do TSE.
A equipe treinada da Justiça Eleitoral realiza a coleta das
impressões digitais, além de fazer a fotografia dos eleitores de maneira rápida
e fácil. Um escâner de altíssima resolução permite uma leitura de qualidade das
impressões digitais. Um programa de computador faz o controle de qualidade
automaticamente. Na prática, os “fantasmas” devem desaparecer com o
recadastramento.
Banqueiragem
Os bancos continuarão obtendo lucros recordes, com juros
altos, carga tributária elevada como sempre e custo de vida aumentando
ligeiramente. Eis a única previsão concreta para a economia brasileira em 2015,
seja quem for eleito para o trono do Palácio do Planalto. Os demais
prognósticos são uma grande incógnita. Cartomantes têm mais chances de acerto
que os economistas que embarcam na conversinha nada fiada do desgoverno.
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio indicou um
recorde de brasileiros endividados. Ao mesmo tempo, outro estudo do Banco Central
revela que a inadimplência está no menos nível desde 2011. No final das contas,
os bancos continuam faturando em cima de quem é forçado ou induzido a pegar
dinheiro emprestado. Passam sufoco os encalacrados com juros e taxas dos
cartões de crédito e os que incorporam o cheque especial ao cada vez mais
apertado orçamento mensal, corroído pela “inflação”. No fundo, o brasileiro se
vira na economia informal – o que minimiza os efeitos diretos das crises
midiaticamente anunciadas.
Quem deve nem sempre teme, No entanto, se aporrinha muito.
Bancos, financeiras e escritórios de advocacia contratados para recuperação de
dívidas dadas como perdidas promovem um ataque constante, via telefone, SMS e
cartas para a residência dos inadimplentes. Não há facilidades nas negociações
– a não ser quando o “calote” já é dado como certo e a dívida já foi
contabilizada pelo banco como “perda”. O termo é um humor econômico de baixo
calão, já que as tarifas e os juros embutidos nos empréstimos já renderam muita
coisa até se transformar no suposto “prejuízo”.
Curiosamente, tal cenário não é devidamente tratado na
campanha presidencial. O Brasil desenhado pelos marketeiros não tem gente
encalacrada. Além disso, comprometidos com o sistema financeiro, a maioria
esmagadora dos candidatos (pelo menos aqueles com alguma chance concreta de
vencer a eleição) fogem do polêmico assunto. Na vida real, todos bem de vida,
não sabem a pressão psicológica sofrida por quem fica devendo ao banco ou tem o
nome “negativado” nos serviços de proteção ao crédito.
As soluções concretas para os problemas do Brasil
Capimunista (carestia, cartelização, cartorialismo, corrupção e canalhice)
continuam fora da agenda dos candidatos. Por isso, pouco se pode esperar do
resultado das urnas, seja ele qual for.
Ameaçado pela promessa alheia
Soma fatal
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