Por Carlos I. S. Azambuja
“O Congresso Bolivariano dos Povos (CBP) é um espaço novo
que nasce sob o calor das urgências dos povos latino-americanos e caribenhos. O
Congresso Bolivariano dos Povos será o lugar onde as forças populares,
democráticas e patrióticas de Nossa América poderão discutir e resolver as
linhas comuns de ação no caminho da integração e da unidade”.
(http://www.congresobolivariano.org/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=28)
Integram o CBP “todas as organizações populares, democráticas
e patrióticas que levantem as bandeiras da unidade latino-americana e
caribenha”. Do Brasil essas organizações “democráticas e patrióticas”, que são:
Federação Única de Petroleiros - CUT,
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz
(CEBRAPAZ),
Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de
Janeiro (FAFERJ)
Círculos Bolivarianos Leonel Brizola
Federação Democrática Internacional de Mulheres
O I Congresso do Congresso Bolivariano dos Povos foi
realizado em 15/27 de novembro de 2003, em Caracas, inaugurado por Hugo Chávez.
Na Declaração Final desse Congresso são listados, resumidamente, os seguintes
objetivos do CBP que, na realidade, constituem o programa de ação do CBP:
- Apoiar as lutas dos povos latino-americanos e caribenhos
contra o modelo neoliberal;
- Fomentar a unidade bolivariana em nível regional e
continental, desenvolvendo uma formação cidadã que incorpore uma consciência
crítica social, uma memória histórica e uma identidade cultural;
- Substituir o modelo de democracia representativa por uma
democracia participativa e protagônica que possibilite a participação e
intervenção das pessoas, movimentos sociais e forças políticas na tomada de
decisões (vide Decreto 8243...);
- Constituir uma alternativa à integração neoliberal, que
priorize o livre comércio e os investimentos;
- Buscar uma maior inserção dos movimentos sociais em outros
processos de integração que se desenvolvem na região, como o MERCOSUL, Comunidade
Andina e outros;
-Priorizar a formulação de políticas públicas, reformas
políticas e programas de desenvolvimento das expectativas, direitos e propostas
dos amplos setores camponeses, indígenas, mulheres, jovens, afro-descendentes e
nativos, que com suas lutas atuais constituem setores sociais e políticos
determinantes nas mudanças e transformações sociais;
- Desenvolver um parlamentarismo bolivariano que contribua
na construção de uma alternativa bolivariana de integração entre os povos;
- Luta pela desmilitarização, o desmantelamento das bases
militares norte-americanas, e pela oposição aos exercícios militares
coordenados pelo Comando Sul;
- Desenvolver uma solidariedade efetiva entre os povos de
Nossa América, em particular contra o bloqueio a Cuba, contra a agressão
militar na Colômbia e as manobras antidemocráticas contra a revolução
bolivariana da Venezuela. Exigir a liberdade dos cinco patriotas cubanos
prisioneiros nos EUA;
- Saudar as lutas do povo salvadorenho contra o modelo
neoliberal, particularmente a solidariedade à Frente Farabundo Martí de
Libertação (FMLN) na luta político-social pelas mudança;
- Saudar a mobilização do povo mexicano em defesa da
indústria energética ameaçada, pela privatização, de ser entregue ao capital
internacional;
- Dar solidariedade ao povo uruguaio e à Frente Ampla por
seu triunfo no referendo contra a privatização da empresa petrolífera;
- Combater o colonialismo em todas as suas formas e
manifestações; a descolonização de Porto Rico e a soberania argentina sobre as
ilhas Malvinas;
- Apoiar a demanda da recuperação de saída ao mar pela
Bolívia;
- Saudar o 200º aniversário de independência do Haiti;
- Saudar o aniversário da revolução cubana:
Em dezembro de 2004 foi realizado o II Congresso Bolivariano
dos Povos, novamente em Caracas. Esse Congresso reafirmou a decisão de lutar
unidos pela definitiva independência dos povos latino-americanos e caribenhos,
bem como as decisões do I Congresso. Além disso, a Resolução Final decidiu:
- Trabalhar para converter o Congresso Bolivariano dos Povos
num movimento internacional que aglutine as forças políticas e sociais da
América Latina e Caribe, impulsione sua unidade e articule suas lutas em função
da autodeterminação e bem-estar de todos, tendo sempre como referência o
pensamento emancipador de Simon Bolívar;
- Apoiamos a construção da Comunidade Sul-Americana de
Nações;
- Acordamos criar um Secretariado Político permanente, com
sede inicial em Caracas, donde estejam representadas, em forma rotativa, as
distintas forças políticas e sociais que integram o CBP .
Integram o Congresso Bolivariano dos Povos, organizações
políticas e movimentos ditos sociais dos seguintes países: Argentina, Bolívia
Brasil,Chile, Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras,
México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Republica Dominicana,
Uruguai e Venezuela.
Representantes de organizações políticas, sindicais e
movimentos, dito sociais, do Brasil, que participaram do II Congresso
Bolivariano dos Povos:
Federação Única de Petroleiros - CUT, João Antonio Moraes
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Centro Brasileiro de
Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ), José Reinaldo Carvalho
Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de
Janeiro (FAFERJ) e Círculos Bolivarianos Leonel Brizola, Aurélio Fernandes
Federação Democrática Internacional de Mulheres, Marcia
Cardoso Campos.
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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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