Temei, Supremo!
Está em alta o nome de José Eduardo Cardozo, hoje ministro
da Justiça, para a vaga aberta no Supremo com a saída iminente do ministro
Joaquim Barbosa — na verdade, essa pode ser a consequência mais nefasta de sua
aposentadoria precoce.
Dilma tem uma certa gratidão por ele. Durante a campanha,
havia três assessores próximos que ela apelidou, carinhosamente, de seus “Três
Porquinhos”. Um dos “Porquinhos” era justamente Cardozo. Os outros dois eram
Antonio Palocci e José Eduardo Dutra. O ex-ministro está hoje na iniciativa
privada e segue como um dos homens mais próximos de Lula. Dutra é diretor
Corporativo da Petrobras. Cardozo está no Ministério da Justiça, mas Dilma não
esconde dos mais íntimos que o considera incompetente. Então alimenta a ideia
de lhe arrumar um emprego no Supremo. Imaginem… Ele teria 15 anos para ficar no
tribunal!
Durante um tempo, Cardozo confundiu algumas cabecinhas.
Chegou a anunciar que se afastaria da política, desiludido com a falta de
idealismo e coisa e tal. Mas logo recobrou a vontade. No Ministério da Justiça,
comporta-se como militante petista. Como militante petista, pretende posar de
ministro da Justiça. A sua omissão na área de segurança pública tem sido
escandalosa.
Já escrevi aqui e lembro outra vez. No próximo mandato presidencial,
serão nomeados cinco ministros: no ano que vem, o substituto de Celso de Mello
(caso ele não se aposente antes); em 2016, o de Marco Aurélio, e, em 2018, os
de Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber. Com toda a serenidade,
observo que uma eventual vitória da oposição pode ser vital também para o Poder
Judiciário manter a sua independência em relação ao Poder Executivo. A corte
suprema de um país não pode ser a seção de um partido ou uma extensão de um
grupo ideológico, a exemplo do que acontece hoje em protoditaduras como a
Venezuela, a Bolívia, o Equador ou a Nicarágua.
quando a politicagem invade o judiciario, a justiça foge pela porta do fundo com vergonha.
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