terça-feira, 22 de julho de 2014

Polícia detecta indícios de que sindicatos financiaram black blocs

Sininho embarca para o Rio após ser presa em Porto Alegre
Sininho embarca para o Rio após ser presa em 
Porto Alegre (TV RBS/Reprodução)
Inquérito aponta que Sindpetro teria fornecido, além de dinheiro, transporte e alimentação a baderneiros, informa reportagem de 'O Globo'

A Polícia Civil do Rio de Janeiro detectou indícios de que sindicatos tenham financiado protestos organizados pelo grupo de 23 pessoas cuja prisão preventiva foi decretada na sexta-feira. As informações foram publicadas na edição desta terça-feira do jornal O Globo. Escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça e depoimentos colhidos pelas autoridades da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática forneceram à polícia indícios de que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), o Sindprev e o Sindpetro foram procurados pelos black blocs em busca de dinheiro.

De acordo com o jornal, a polícia acredita que o Sindpetro, Sindicato Unificado dos Petroleiros, tenha fornecido não só dinheiro como transporte, carros de som e alimentação a baderneiros que integraram manifestações com episódios de vandalismo, além de ocupações. A entidade teria cobrado em troca assinaturas contra o leilão do Campo de Libra. Ocorrido em outubro do ano passado, o primeiro leilão do pré-sal foi marcado por um confronto travado entre black blocs e agentes da Força Nacional de Segurança, na Barra da Tijuca, ao longo de mais de quatro horas.

As investigações apontam que Jair Seixas Rodrigues, o Baiano, seria o elo entre o sindicato e os manifestantes. Ele teria recebido dinheiro da entidade para mobilizar baderneiros para ocupar prédios, além de ter fornecido transporte ao grupo que realizou o protesto violento contra o leilão na Barra da Tijuca. “Financiado pela Fist (Frente Internacionalista dos Sem Teto) e pelo Sindpetro, Baiano teria pago a pessoas para praticar vandalismo durante o protesto contra o leilão de Libra”, diz trecho do inquérito publicado pelo Globo. “O mesmo teria acontecido nos atos Ocupa Cabral e Ocupa Câmara. Além das refeições, os financiadores teriam fornecido os materiais para confecção de cartazes e as passagens dos ativistas”, prossegue o documento.

Apontada como líder do grupo, Elisa Quadros, a Sininho, também foi flagrada em telefonemas buscando ajuda de sindicatos. Em uma das escutas, pede a um membro do Sepe marmitas para fornecer a manifestantes que integravam um protesto. Segundo o jornal, não é possível saber pelo áudio se ela conseguiu. O contato de Sininho no Sepe é Filipe Proença de Carvalho Moraes, conhecido como Ratão, um dos 23 com prisão preventiva decretada e que está foragido. Durante a greve dos professores no Rio, em outubro passado, o sindicato declarou “apoio incondicional” aos black blocs, que passaram a integrar os protestos da categoria promovendo lamentáveis cenas de vandalismo. Sininho ainda procurou o Sindpetro e o Sindprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal) em busca de marmitas para índios que participavam de uma assembleia organizada por ela referente à Aldeia Maracanã.

Do grupo formalmente acusado neste processo, apenas cinco estão presos: três desde o último sábado (Elisa Quadros, Camila Jourdan e Igor D'Icarahy) e dois desde fevereiro (Fábio Raposo e Caio Silva). Outros 18 são considerados foragidos. Eles são acusados de participar da organização e realização de crimes durante protestos nos últimos meses e de planejar atos violentos para a final da Copa do Mundo no Brasil.


Fonte: VEJA

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