Por Rodrigo Constantino
Quando a economia vai mal e o governo não tem nada de bom
para mostrar em pleno ano eleitoral, o que fazer? Ora, partir para uma caça às
bruxas, claro! O caso do Banco Santander já foi comentado aqui e é da maior
gravidade.
O principal ativo de um banco é sua credibilidade. Pergunto:
como confiar em um banco que, covardemente, recua diante da pressão do governo
e demite o analista que simplesmente disse a coisa mais óbvia do mundo, qual
seja, que as bolsas sofrem quando Dilma sobe nas pesquisas e sobem quando ela
cai?
Agora foi a vez de o governo perseguir uma pequena casa de
pesquisa independente, a Empiricus Research, cujo relatório com tom bastante
pessimista sobre nosso futuro tem circulado bastante pelas redes sociais. A
empresa emitiu a seguinte nota de esclarecimento hoje:
Soubemos na sexta-feira que a coligação da presidenta Dilma
Rousseff entrou com representação no TSE contra a coligação de Aécio Neves, a
Empiricus e o Google, por nossas campanhas na internet. O argumento seria de
que, supostamente, faríamos propaganda eleitoral indevida.
Antes do argumento em si em prol da desqualificação de
propaganda eleitoral pela Empiricus, cumpre esclarecimento ético e moral. Ao
entrar com representação contra Aécio Neves, Empiricus e Google, suponho que a coligação
da presidenta entenda que há alguma relação entre as partes.
Posto isso, convido a coligação – e mais quem quiser – a
mostrar/provar a existência de relacionamento, em qualquer instância, entre a
Empiricus e Aécio Neves.
O que o PT quer evitar a todo custo é que circule por aí
algo que qualquer pessoa do mercado financeiro já sabe, desde o mais jovem
estagiário até o mais rico dos investidores: que as empresas estatais disparam
nas bolsas assim que surgem boatos de que nova pesquisa eleitoral irá mostrar
queda de Dilma. O PT deseja a tudo custo ocultar isso dos eleitores mais
leigos.
Ora, trata-se apenas de um fato. Não dá para negá-lo. Mas o
PT tem viés autoritário, e quer impedir pessoas e empresas de simplesmente
emitir suas opiniões ou constatar certos fatos. Em vez de a presidente Dilma
explicar ou entender o porquê disso, ela prefere tentar quebrar o termômetro ou
impedir que o público saiba da febre. Vejam a própria estimativa para
crescimento do PIB este ano dos principais analistas de mercado, ouvidos pelo
Banco Central:
Estimativa de crescimento do PIB para 2014. Fonte:
Focus/BC/Bloomberg
|
Reparem que está em queda livre, a cada nova rodada de
pesquisa os analistas reduzem o crescimento esperado para esse ano, já em
míseros 0,9%. Por que as bolsas disparam sempre que Dilma cai nas pesquisas?
Eis a pergunta relevante aqui. E a resposta é óbvia: porque os investidores do
Brasil e do mundo sabem que mais quatro anos de Dilma no poder representam uma
potencial catástrofe para o país e o valor de nossos ativos. Simples assim!
A caça às bruxas já começou. O PT joga pesado, e fará de
tudo ao seu alcance para se preservar no poder e garantir as mamatas aos seus.
Fará “o diabo”, como confessou a própria presidente Dilma. Espera-se que o país
saiba reagir à altura, e mostrar que ainda há independência de análise e
liberdade de expressão por aqui. Não passarão!
PS: Como já fui analista de empresas e gestor de recursos,
tendo trabalhado no mercado financeiro de 1997 a 2013, vou emitir minha opinião
aqui, o meu julgamento livre e totalmente independente de qualquer partido. Se
Dilma ganhar a reeleição, acredito que o Ibovespa, o índice das principais
ações brasileiras, pode cair até 40% nos próximos meses/anos, e o dólar poderá
ultrapassar os R$ 3,00. Terrorismo eleitoral? Não! Análise independente, essa
que o Banco Santander está vetado de fazer por pressão do governo.
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