Por Paulo Roberto Gotaç
A clara relação de causa e efeito observada no fenômeno
"Dilma cai nas pesquisas, bolsa sobe", deveria acender nas hostes do
governo um sinal de advertência a respeito do baixo nível de confiança que a
política econômica inspira nos investidores que não vêem nela sinais claros de
intenções e procedimentos de longo alcance.
A, talvez pouco hábil, manifestação originária de algum
departamento do Santander alertando clientes importantes de que a permanência
no poder dos atuais cardeais petistas implicará numa alta probabilidade do país
ser incapaz de apresentar um cenário econômico apto a navegar nos mares
tempestuosos da persistente crise global, nada mais é, portanto, que a
reafirmação de fato facilmente verificado por qualquer cidadão medianamente
interessado nos caprichos do mercado diariamente anunciados.
Assim, ao invés de
demonstrar indignação histérica por causa do posicionamento, correto mas
aparentemente não oficial, de uma instituição bancária, e pedir a degola dos
funcionários por ele responsáveis, o governo deveria renunciar ao aspecto
eleitoreiro e imediatista de sua política econômica, inclusive com tentáculos
no seu Banco Central, como mostram as recentes providências no sentido de
aumentar o crédito num ambiente inflacionário, e começar a implementar medidas
que resultem realmente numa tentativa de higienização de suas diretrizes,
visando à inserção do país num fluxo internacional saudável, diminuindo ao
mesmo tempo a importância dos parceiros raquíticos do Mercosul que, mais cedo
ou mais tarde, decretarão a falência do bloco, fato facilmente evidenciado pela
situação de penúria da Venezuela, apesar do chilrear de um determinado
passarinho gozador, e do iminente calote argentino.
Fonte: Alerta Total
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Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra reformado
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