A Comissão Nacional da Verdade (CNV) ouviu nesta terça-feira
o depoimento do coronel reformado Roberto Amorim Gonçalves, que falou sobre sua
participação na Operação Sucuri, a qual infiltrou militares na área ocupada
pela Guerrilha do Araguaia. Gonçalves foi o quinto dos 16 depoentes que a
comissão pretende ouvir esta semana sobre violações de direitos humanos no
período da ditadura militar.
Após o depoimento, o ex-ministro da Justiça, José Carlos
Dias, integrante da CNV, classificou como “um pouco arrogante” a postura de
Gonçalves, que “parece manter a mentalidade dos anos de chumbo”. Segundo Dias,
ao ser perguntado se a população na região do Araguaia não gostava da presença
de militares, Gonçalves respondeu: “Por que alguém vai ter alguma coisa contra
um militar neste País?”.
Segundo Dias, o depoente se recusou a utilizar a palavra
“guerrilheiros”, a quem chamou apenas de “terroristas” durante a oitiva. O
coronel disse que moradores relatavam casos de “justiçamento”, assassinatos de
moradores, por parte desses “terroristas”, mas não soube dizer nenhum nome ou
especificar nenhum caso.
Gonçalves confirmou que agentes militares foram infiltrados
na região, se passando por posseiros, e que recebia informações de alguns
desses informantes sobre as atividades no local. Além de atuar durante a
Guerrilha do Araguaia, ele também trabalhou no Destacamento de Operações de
Informações – Centro de Defesa Interna (DOI-Codi) em Brasília, com o codinome
“Fabrício”, mas negou ter participado de qualquer violação a direitos humanos.
Na quarta-feira serão ouvidas mais três pessoas. Uma delas é
Cláudio Guerra, investigador da Polícia Civil do Espírito Santo, ligado ao
Esquadrão da Morte, e que atuou em operações com agentes da repressão no Rio de
Janeiro. Antes, às 9h, membros da CNV vão se encontrar com a ministra da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti. A pauta
do encontro deve ser a análise dos restos mortais do ex-presidente João
Goulart.
Na próxima semana, serão ouvidos 26 depoentes no Rio de
Janeiro. Além dos 25 já previstos, a CNV pretende ouvir o general José Antônio
Nogueira Belham. O depoimento dele estava marcado para esta semana, em
Brasília, mas foi transferido para o Rio de Janeiro.
Fonte: A Verdade Sufocada
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Observação do site A Verdade Sufocada:
Para que os agentes que lutaram contra aqueles que pegaram
em armas contra o Estado vão perder tempo com uma Comissão que diz que a
finalidade de sua criação é levar aos
brasileiros o "Direito à Memória e à Verdade" da história recente do
país, mas que ignora os crimes cometidos por assaltantes, sequestradores,
assassinos e terroristas e baseia-se para incriminar esses agentes em
depoimentos de testemunhas sem um mínimo de credibilidade, a maioria ex-
membros de organizações terroristas ?
No caso específico da matéria acima , porque a CNV não
pergunta aos envolvidos na guerrilha do Araguaia, como o Genoíno e outros, o
nome dos justiçados no Araguaia?
Leia no link abaixo alguns dos "justiçamentos" no
Araguaia: Tribunal Revolucionário” nas matas do Araguaia
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