sábado, 3 de maio de 2014

“O objetivo é doutrinar”, diz Claudio Haddad


Imperdível a entrevista de Claudio Haddad nas páginas amarelas da Veja desta semana. Haddad foi sócio do Banco Garantia e fundador do Ibmec, hoje Insper em São Paulo. É doutor pela Universidade de Chicago. Suas opiniões sobre educação devem ser ouvidas e respeitadas. E não são nada favoráveis ao modelo atual.

Haddad reforça a acusação que venho fazendo aqui no blog desde o começo: nosso sistema educacional é uma grande máquina de doutrinação ideológica. Ele comprovou isso de uma forma interessante: fez duas vezes a prova do Enade, pois seus alunos tinham se saído mal e ele queria ver o que tinha acontecido.

Na primeira vez, respondeu com base em seus conhecimentos, e errou metade da prova. Na segunda vez, respondeu com base naquilo que achava que os organizadores da prova desejavam como resposta, de acordo com seu viés ideológico, e acertou quase tudo. A constatação ficou clara:

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Uma prova cheia de rodeios e com grande espaço para interpretação subjetiva é um prato cheio para doutrinadores testarem o alinhamento ideológico em vez de o conhecimento objetivo. Haddad cita alguns exemplos de claro viés ideológico na entrevista. O que é testado é o grau de proximidade ideológica dos alunos. Aqueles que respondem de acordo com uma mentalidade esquerdista se sobressaem. De onde vem isso? Diz Haddad:

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Os leitores podem me acusar de francofóbico, mas a verdade é que muita porcaria nessa área de humanas vem mesmo da França. Já resenhei aqui o livro Maquiavel Pedagogo, do também francês Pascal Bernardin (às vezes um se revolta e se destaca na luta pela liberdade lá). Ele mostra como a pedagogia moderna se transformou em doutrinação ideológica.

Enquanto isso, os Estados Unidos, também contaminados, mas em menor grau, seguem produzindo vários ganhadores de Prêmio Nobel, e Israel segue despontando com suas universidades meritocráticas. Qual modelo o Brasil vai seguir?

Claudio Haddad, que deveria ser o ministro da Educação no lugar do outro Haddad, o petista que hoje é prefeito de São Paulo, oferece a solução: as universidades se aproximarem mais do mercado, das empresas, da realidade objetiva:

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Mas vai mexer nessa Torre de Marfim, repleta de marxistas que sequer leram Marx! É como mexer num vespeiro. Ainda assim, se desejamos melhorar nossa qualidade de ensino e colocar o país na rota do crescimento sustentável, teremos de fazer exatamente isso: mexer nesse vespeiro ideológico e libertar nossas universidades da praga marxista que doutrina em vez de passar conhecimento objetivo aos alunos.

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