Em sua coluna de hoje na Folha, a senadora Kátia Abreu
levanta importantes questões sobre a postura ideológica do Greenpeace, a partir
de declarações feitas por seu diretor-executivo, o ativista sul-africano Kumi
Naidoo, que participou recentemente do Global Agribusiness Forum.
Há anos que o Greenpeace se transformou em uma máquina de
pregação anticapitalista sob o manto do ambientalismo. Até mesmo um de seus
fundadores já o denunciou por isso. O ecoterrorismo – o terrorismo climático –
cai como uma luva àqueles que desejam condenar o progresso capitalista por
todos os males do planeta.
O ambientalismo virou o refúgio de muita viúva do comunismo,
uma nova seita religiosa que incute pânico nos leigos, a partir de profecias
catastróficas iminentes, apenas para forçar mais concentração de poder e
recursos no estado e destruir o estilo de vida vigente, i.e., o sistema capitalista.
Kátia Abreu escreve:
O terror sempre foi a mais perversa das ferramentas
políticas. Nesse caso, é também contraproducente, pois acaba impedindo a
formação de consensos nas conferências governamentais. A cenografia
ambientalista dá mais uma prova de que seu movimento é um fim em si mesmo e não
busca soluções. Ruim para todos nós.
O pior vem em seguida. Mirando o agronegócio brasileiro, ele
disse que “as grandes fazendas industriais são menos resistentes aos impactos
do clima do que as pequenas culturas ecológicas; que grandes terras tomadas por
monoculturas e dependentes de fertilizantes e agrotóxicos não são sustentáveis
e que é preciso mudanças radicais e urgentes”.
Mais adiante, o sr. Naidoo afirmou que “a abordagem do setor
costuma ser a da monocultura voltada ao mercado de commodities e ao consumo
animal” e prosseguiu: “O mal está no tamanho da propriedade, que deve ser
pequeno, na especialização produtiva, no uso de adubos e de remédios contra as
doenças e pragas e na produção de plantas para consumo de animais”.
O viés ideológico fica evidente. Assim como o marxismo, o
ecoterrorismo busca um respaldo científico para sua ideologia, mas não passa de
uma casca, de pseudo-ciência, de cientificismo marretado até produzir o efeito
desejado: uma visão escatológica voltada para um único alvo, o capitalismo.
Kátia Abreu conclui:
Na utopia passadista do sr. Naidoo, não há lugar para a
liberdade e para o indivíduo. O Estado, em nome da natureza, tudo dirige e
controla. É assim que vamos tornar as pessoas mais felizes e o mundo melhor?
Liberdade é valor inarredável. Um paraíso verde, cheio de
escravos, é pesadelo com o qual não queremos sonhar.
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