Como a Petrobras é uma empresa controlada pela União, o
Presidente da República, sua diretoria e conselheiros administrativos e fiscais
são os responsáveis diretos por seu sucesso ou fracasso de gestão. Por isso, o
Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff, junto com
o conselho diretor da estatal de economia mista, têm de responder,
individualmente, na Justiça, por prejuízos gerados por tomadas de decisão com
característica de má gestão ou comprovada corrupção. A regra é clara – mesmo no
Brasil Capimunista da impunidade.
A CPI da Petrobras, que o presidente do Senado, Renan
Calheiros, será obrigado a instalar, mesmo a contragosto da base de aliança
desgovernista, explodirá a complicada reeleição de Dilma – popular nas
pesquisas, porém sem credibilidade perante o poder econômico mundial, que
efetivamente decide o jogo dos negócios privados e públicos no Brasil. É cedo
para falar de impeachment, mas o risco existe, porque vale a máxima sobre as
Comissões Parlamentares de Inquérito: todos sabem como começam, mas é difícil
saber como terminam, mesmo com a costumeira impunidade tupiniquim.
O PT já dá sinais de desespero. Ameaça radicalizar na guerra
virtual contra os ataques políticos que lhe serão fatais. Uma ala do partido
também já atua na suicida e burra tática de substituir Dilma por Lula na
corrida ao Palácio do Planalto. O presidentro seria um alvo mais fácil que a
gerentona cujo falsa marketagem de competência desmancha no ar. Mesmo na remota
chance de ganhar a eleição – na base da fraude eleitoral ou contando com os
votos dos grotões de ignorância e clientelismo -, o governo do PT já perdeu
credibilidade, legitimidade e não tem mais governabilidade para seguir em
frente.
Se a CPI não sair, a Petrobras será alvo de ações judiciais
aqui dentro e lá fora. O Ministério Público Federal será forçado pelas
evidências a abrir inquéritos para investigar a má gestão ou os efeitos da
dolosa ou culposa corrupção em vários negócios e parcerias da estatal de
economia mista. A Comissão de Valores Mobiliários – que é, mas não deveria ser,
um órgão do Ministério da Fazenda - terá de agir conforme a legalidade, como
xerife do mercado de capitais e não na base da politicagem, com desculpa
esfarrapada supostamente técnica, para encobrir os desmandos na Petrobras
fartamente denunciados por investidores.
Independentemente do que fizeram (ou não), aqui dentro, o
MPF e a CVM, investidores da Petrobras já cansavam de avisar que preparam ações
judiciais na Corte de Nova York – na bolsa de cuja cidade a Petrobras negocia
ações. Nos EUA, a Security and Exchange Comission, entidade independente de
governo, costuma agir com mais rigor contra abusos e atos lesivos aos
investimentos no mercado de capitais. Denunciados lá fora, individualmente,
dirigentes e conselheiros da Petrobras correm sério risco de sanções duras e
multas pesadas, em caso de condenação (o que é nada difícil de acontecer,
diante de tanto escândalos com evidências e provas materiais em fartura).
Literalmente, a petralhada e seus aliados políticos e de
negociatas cometeu o assassinato da galinha dos ovos de ouro negro. Os
dirigentes do governo e da empresa terão de acertar contas, na Justiça daqui ou
de Nova York, pelas consequências da incomPTência e da delinquência. A tese é
simples: quem manda na Petrobras é o Presidente ou Presidenta da República. Não
deveria ser, mas é, no capimunismo tupiniquim. Assim, quem manda responde pelos
atos. E PT, saudações...
Nas coxas
O Globo teve acesso a documentos internos da Petrobras
confirmando que o processo de compra da refinaria de Pasadena envolveu um prazo
“muito curto” de due diligence — espécie de auditoria considerada um dos passos
essenciais em processos de fusões e aquisições, na qual são avaliadas questões
jurídicas, financeiras e operacionais.
O documento confidencial, datado de 31 de janeiro de 2006,
revela que ao todo, o processo de compra levou cerca de 20 dias – quando
especialistas ressaltam que essa etapa de análise de informações de uma empresa
consome, em média, de dois a três meses.
Após a coleta de documentos e reuniões com diretores
financeiros da Astra entre os dias 11 e 25 de novembro de 2005, a estatal teve
de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.
A consultoria contratada pela Petrobras na ocasião, a BDO
Seidman, de Los Angeles, nos EUA, chegou a recomendar que, em razão do “tempo
limitado”, a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados.
Mangueira do Lava Jato
Curiosamente, batizada de Projeto Mangueira, a compra da
refinaria envolveu a reorganização de cinco afiliadas da Astra Trading.
Como todo mundo sabe que, em uma empresa de Lava
Jato sempre se tem uma boa mangueira, tudo caminha para um final infeliz.
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