Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, preso por
lavagem de dinheiro pela PF, escrevendo sabe-se lá o que nas costas da
Presidente da República. O pânico tomou conta do Planalto com as ligações
perigosas de Dilma com o maior escândalo da história deste país.
No dia em que a oposição formalizou o pedido de criação da
CPI da Petrobras no Senado, o Planalto orientou sua base aliada a propor a
inclusão de "aditivos" no objeto de investigação da comissão que
podem atingir o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, os principais
adversários da presidente Dilma Rousseff na eleição.
A ideia é que, além da compra da refinaria de Pasadena, a
CPI investigue as suspeitas de formação de cartel e fraude em licitações de
trens em São Paulo, que atinge os tucanos, e o porto de Suape, administrado por
Campos. PSDB e PSB articularam a criação da CPI da Petrobras. A estratégia foi
definida em reunião com Dilma como alternativa à operação de retirada de
assinaturas do requerimento protocolado ontem pela oposição, que tem apoio de
29 senadores, sendo oito de partidos da base aliada.
O governo ainda não desistiu de convencer seus aliados a
desistirem da CPI, mas já reconhece que a operação tem poucas chances de dar
certo. As pressões serão concentradas em Sérgio Petecão (PSD), Clésio Andrade
(PMDB) e Eduardo Amorim (PSC). A estratégia do Planalto foi colocada em prática
ontem na Câmara e no Senado. A equipe presidencial diz que a tática é
respaldada em precedentes no Congresso, como na CPI das ONGs, que teve aditivos
ao objeto investigado.
Como terá maioria na comissão, o governo quer, inclusive,
iniciar as investigações pelas irregularidades no metrô paulista, com o
argumento de que seriam mais antigas. O Planalto ainda tentará fazer com que a
CPI seja mista (Câmara e Senado). A oposição vai combater a operação sob o
argumento de que é necessário que os temas tenham vinculação com o objeto
principal da comissão, que é investigar a Petrobras.
Ontem, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (PT) não
conseguiu explicar o motivo de incluir o porto de Suape nas investigações da
CPI. O mesmo aconteceu com o caso dos trens de São Paulo. Lançada pelo PSDB, a
CPI da Petrobras, além do caso Pasadena, mira o suposto superfaturamento de
refinarias, irregularidades em plataformas e a suspeita de que empresa
holandesa pagou propina a funcionários da estatal. A previsão é que dure 180
dias. A ideia de criar a comissão ganhou o apoio final necessário com a adesão
do PSB.
RESISTÊNCIA
Aliado do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), resistia à apuração, mas ontem disse que "não há mais o que
fazer" e que discutiria com os líderes a instalação. A oposição cobrou
pública e reservadamente que ele leia o pedido de criação da CPI até a terça.
Aécio criticou a movimentação para forçar governistas a
abandonarem a CPI. "Não acredito que nenhum dos signatários possa se
submeter a qualquer tipo de chantagem."
O governo foi defendido pela senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR): "Se é para fazer investigação política, era importante trazer
esse tema [Metrô de São Paulo] para a CPI. Eles estão politizando". Ao ser
indagada se o caso não era estranho ao objeto da CPI, ela disse: "Tem que
ter coerência. Se eu sugiro investigação política para algo que já tem
investigações técnicas, como é o caso da Petrobras, por que fazer só para um
tema e não para o outro?".
Em visita ao Congresso, o presidente do TCU
(Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, comentou o caso Pasadena.
"Pelas informações que nós temos, me parece que não foi um bom negócio.
Com certeza, o prejuízo para a nação brasileira foi bastante
significativo", disse. (Folha de São Paulo)
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