sábado, 29 de março de 2014

Da série - Anos de chumbo ou de chumbinho?
Uma democracia devedora - 31 de março de 1964, por um Brasil acima de tudo e abaixo de nada

Por Alessandro Barreta Garcia
A esquerda raivosa parece não entender que a Lei de Anistia é um instrumento político para pacificar o país diante de conflitos insolúveis. Lembramos que a Lei de Anistia visou salvaguardar militares e terroristas.

Sob o ponto de vista histórico, os anos de 1960 foram bem turbulentos, de um lado o marxismo-leninismo de caráter violento e totalitário, e de outro a democracia americana. O Brasil estava no meio destas duas ideias, uma perversa e a outra humanitária.

Jango era a figura principal nesse cenário, e historicamente é possível relembrar passo a passo o empenho janguista a favor de uma reforma de base, reforma na lei e na marra, bem como uma nítida aproximação de Jango com o radical de esquerda, Leonel Brizola. O Brasil se encaminhava para um golpe de esquerda aos moldes de Cuba.

Paralelamente a este contexto, diversos grupos treinavam na China e em Cuba. Os enviados a China a mando do PC do B foram empregados na guerrilha do Araguaia. No nordeste existiam a Ligas Camponesas sob a direção de Francisco Julião e Brizola era responsável pelo Grupo dos 11.

Dentro das forças armadas é preciso lembrar a revolta dos sargentos em 63. Motim dos marinheiros em 64 e o jantar em apoio ao presidente oferecido pelos sargentos. Dessa forma, Jango se afastava dos militares, de uma classe conservadora e católica, era o prenúncio do caos.

Com o futuro incerto, a última coisa que poderia acontecer era um golpe comunista. Assim, uma intensa mobilização da sociedade civil se encaminhava inequivocamente contra esse golpe de esquerda. Vários jornais se expressavam a favor de uma intervenção militar. Toda essa agitação resumia-se na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. E assim foi. Em 31 de março de 1964 o Exército Brasileiro assume o comando do Brasil. Em editorial, o jornal “O Globo de 2 de abril de 1964”, manifesta-se a favor da contrarrevolução. Segundo o jornal, “Vive a Nação dias gloriosos...”.

A partir da contrarrevolução, o Congresso institucionaliza o regime militar. Salta da 46ª potência para a 8ª potência econômica. Avança no planejamento estratégico, na construção de estradas, em um parque industrial, nas leis de trabalho, no mercado interno e serviços. Segundo Vélez Rodriguez (2014)

No que tange à economia, o Brasil transformou-se num país industrializado. Consolidou-se a indústria petroleira e desenvolveu-se a petroquímica, bem como a siderurgia e a fabricação de maquinaria pesada. A engenharia deu um grande salto para a frente, com as obras públicas que pipocaram pelos quatro cantos do território nacional (Vélez Rodriguez 2014).

Sendo assim, o ciclo militar ou a contrarrevolução pode ser interpretado de forma clara, como um ciclo necessário para o impedimento de um golpe de esquerda violento e assassino (todos os exemplos revolucionários de esquerda provam esta tese). Foi importante para uma redemocratização a partir de 1978 e completando-se na Lei de Anistia de 1979. Lembramos que o processo de redemocratização brasileira foi conduzido por militares, quanto a nossa esquerda, ela jamais lutou por democracia.

Meus parabéns ao militares de 31 de março de 1964, parabéns pelos 50 anos de nossa contrarrevolução.




Fonte: A Verdade Sufocadawww.alessandrogarcia.org

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