Por ucho.info
Fio trocado – A falta de imaginação de Dilma Vana Rousseff
chega a ser surpreendente. Enfrentando uma crise político-institucional por
conta da própria truculência e da incompetência de Ideli Salvatti, a presidente
decidiu transferir a ainda ministra-chefe da Secretaria de Relações
Institucionais para a Secretaria de Direitos Humanos. Essa decisão, nada
inteligente, reflete a falta de nomes à altura das necessidades de um país
mergulhado na crise. Certamente há no Brasil nomes destacados na área de
direitos humanos melhores que Ideli.
Compreender o que se passa na cabeça de Dilma é algo mais
difícil e complexo do que vencer o desafio do Cubo Mágico, brinquedo inventado
pelo arquiteto húngaro Erno Rubik e que está completando 40 anos. Apenas para
lembrar, o Cubo Mágico só tem uma solução entre 43 quintilhões de combinações
possíveis. Assim é o raciocínio da primeira mulher a presidir o Brasil.
Indicar Ideli Salvatti para a Secretaria de Direitos Humanos
é o mesmo que colocar Fernandinho Beira-Mar para tomar conta de uma clínica de
recuperação de dependentes químicos. Lembramos que a comparação em questão não
é uma ilação ao caráter criminoso da ministra, mas serve apenas para
exemplificar o absurdo cometido por Dilma.
Mas a presidente da República certamente teve os seus
motivos para tomar tal decisão, além da conhecida competência de Ideli
Salvatti.
Não se deve descartar a possibilidade de Dilma ter levado em
consideração o currículo da companheira Ideli, que tem inúmeros e relevantes
serviços prestados ao País, muitos dos quais relacionados aos direitos humanos.
Essa expertise de Ideli Salvatti no setor encontra respaldo
em muitos pontos da sua trajetória. Ela foi extremamente humana ao empregar o
ex-marido como presidente do Banco do Estado de Santa Catarina, o BESC, algo
que só foi possível com uma canetada do lobista Lula.
O lado humano de Ideli também aflorou quando a então
senadora da República se viu diante do imbróglio envolvendo a empresa New
Consulting. O filho de Ideli, Filipe Mescolotto, prestou consultoria para a
Eletrosul, estatal federal que à época era é presidida pelo pai, Eurides
Mescolotto, que chegou ao cargo por causa do lado humano da ex-mulher.
Filipe teria sido contratado pela própria esposa, Maria
Solange Fonseca, que coordenou a consultoria de gestão ministrada pela Newfield
na Eletrosul. A mesma Newfield promoveu um curso do qual participaram Ideli e
seu então assessor Paulo Argenta. O curso foi realizado na Argentina, na
Espanha e no México, custou R$ 70 mil e a conta foi bancada pelo Senado
Federal.
Mas o lado humano de Ideli Salvatti não para por aí. Até
então uma das “super-poderosas” do Palácio do Planalto, Ideli mostrou a sua
experiência na área de direitos humanos ao utilizar um helicóptero da Polícia
Rodoviária Feral, em Santa Catarina, para assuntos de campanha. A aeronave,
segundo consta, é utilizada pela PRF no socorro às vítimas dos acidentes que
ocorrem nas rodovias que cortam o estado sulista.
Mesmo com todo esse currículo, Ideli Salvatti consegue
destilar sua intimidade com os direitos humanos até mesmo na relação com o
atual marido, um músico do Exército que foi recebeu da Petrobras, a pedida da
“patroa”, um convite VIP para acompanhar o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1,
em novembro de 2013.
Mas há quem diga que cada povo tem o governante
que merece. Será mesmo que os brasileiros merecem esse governo irresponsável e
bandoleiro?
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