Por Leonardo Correa
Sabendo que não teria condições de encarar a melhor
artilharia política do jornalismo televisivo nacional, a candidata Dilma
Rousseff fugiu da entrevista no Jornal da Globo (marcada para a madrugada do
dia 03/09/2014).
William Waack e Christiane Pelajo – certamente – teriam
deixado a "candidata-presidente" em maus lençóis. Mas, para não
deixar que a fuga fosse total, o âncora e sua colega apresentaram aos
telespectadores uma lista de perguntas contundentes que seriam feitas durante a
entrevista. Vale a pena conferir:
- Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
- A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
- A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?
- A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
- Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
- A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?"
São questionamentos sérios, e, sem sombra de dúvidas,
deixariam Dilma desequilibrada. Sublinhe-se que Waack não tem papas na língua.
É um dos entrevistadores mais incisivos que temos, capaz de devastar qualquer
afirmativa ilógica ou sem fundamento.
Mas, como reza o dito popular, quem cala consente. A
negativa de participar da entrevista demonstra que a
"candidata-presidente" não quer se expor, ou, pior, acredita que o
povo não merece ouvir suas explicações.
Aliás, depois da entrevista de William Bonner (no Jornal
Nacional) e de duas rodadas mornas de debates (na BAND e no SBT), a
"candidata-presidente" dá sinais de fadiga. Seria sintomático, se não
fosse indicativo, que, em dado momento no debate do SBT, Dilma tenha admitido:
"É o nervosismo do debate, Nascimento".
Enfim, a candidata à reeleição não consegue debater,
explicar ou seduzir. Seus votos, portanto, vêm apenas de uma base fiel do
petismo. Ela não tem o "jogo de cintura" e o carisma de seu
antecessor. Não consegue, sequer, esconder sua dureza, frieza e autoritarismo.
Detesta ser contrariada, e, justamente por isso, não
consegue participar de entrevistas e debates. Marina Silva está deitando e
rolando, e, enquanto isso, o candidato Tucano não dispara nenhum ataque
contundente. Corre o risco, infelizmente, de perder as eleições sem levantar o
tom de voz. Assim não dá! É cansativo viver em um país no qual se escolhe
sempre o pior, apesar de alternativas melhores.
Fonte: Em Direita Brasil
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