segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Minimanual do Guerrilheiro Urbano

Por Carlos I. S. Azambuja
 
É interessante conhecer alguns dos ensinamentos de CARLOS MARIGHELA expressos no Minimanual do Guerrilheiro Urbano, de sua autoria, editado em panfleto em junho de 1969 – ou seja, há 35 anos - e posteriormente traduzido no exterior para diversos idiomas e posto em prática por grupos guerrilheiros de diversos países. Carlos Marighela escreveu:

- A Guerra Psicológica

É uma técnica agressiva, baseada na utilização direta ou indireta dos meios de comunicação de massa e da notícia de boca em boca, no sentido de desmoralizar o governo. Este sempre leva desvantagem, pois impondo a censura aos meios de comunicação acaba arrastado a uma posição defensiva. Com isso, torna-se mais contraditório e desprestigiado, perdendo tempo e energia num controle dispendioso e enervante.

A Guerra Psicológica tem como objetivo desinformar, difundindo inverdades e meias verdades, o que todo mundo pode fazer, criando, assim, um ambiente de nervosismo, descrédito, insegurança, incerteza e intranqüilidade para o governo.

Pode-se, por exemplo:  - anunciar, por telefone ou correio, pistas falsas à polícia e ao governo, avisos sobre colocação de bombas e atos de terrorismo em repartições públicas e outros locais, ameaças de seqüestro e assassinatos, etc, desgastando as autoridades e mantendo-as ocupadas;  - fazer cair nas mãos da polícia planos falsos, desviando sua atenção;  - espalhar boatos, provocando inquietação no governo e na população;  - explorar, pelos mais variados meios, a corrupção, erros e deslizes do governo e seus representantes, obrigando-os a explicações pelos meios de comunicação de massa, por eles próprios postos sob censura;- Formular denúncias às embaixadas estrangeiras, à ONU, à Nunciatura Apostólica e às comissões internacionais de juristas, de defesa dos direitos humanos ou de liberdade de imprensa, apresentando casos concretos de violações e emprego da violência pela ditadura militar, e fazendo sentir que a guerra revolucionária prosseguirá, com graves danos para os inimigos do povo.

- Os Métodos de Conduzir as Ações

Os métodos revolucionários de conduzir as ações diferenciam o guerrilheiro urbano do marginal. Exigem, forçosa e obrigatoriamente a aprendizagem e o emprego dos seguintes elementos: pesquisas e informações; observação; reconhecimento e exploração do terreno; estudo e cronometragem dos horários e itinerários; planejamento; motorização do pessoal e revezamento; seleção da capacidade de fogo; estudo e meios de execução; cobertura; retirada; desova; resgate ou transbordo; eliminação de pistas; e resgate de feridos.

- Algumas Observações sobre o Método

Quando não existe informação, o ponto de partida para o planejamento da ação pode ser a pesquisa e a observação. Mesmo havendo informação, é necessário verificar o que foi informado.

Negligenciar o reconhecimento ou exploração do terreno e o estudo e cronometragem dos itinerários equivale a dar um salto no escuro.

A motorização não pode ser subestimada ou deixada para as vésperas da ação principal a ser executada. Deve ser encarada a sério, realizada com bastante antecedência, exigindo planejamento rigoroso. Começa pela informação, até ser consumada, com cuidado e precisão. A guarda, conservação, manutenção e descaracterização dos veículos expropriados são particularmente importantes. Falhando a motorização, fracassa a ação principal.

Na seleção do pessoal, evita-se a inclusão dos indecisos e vacilantes, que podem contaminar os demais participantes.

A retirada é tão ou mais importante que a operação em si, devendo ser rigorosamente planejada, mesmo para a hipótese de um fracasso.

O resgate deve ser feito com a maior naturalidade e sempre em terreno em cotovelo, ou níveis diferentes, ou ainda dependendo de passagens estreitas, que permitam a travessia a pé, a fim de evitar o encontro de dois carros. Evitar o resgate ou transbordo levando crianças ou fazendo qualquer coisa que desperte a atenção de pedestres. A obrigatória eliminação das pistas exige o máximo de cautela, visando encobrir sinais de dedos e outros indícios. A falta de cuidado trará o nervosismo às nossas fileiras, fator que o inimigo explora com freqüência.

- O Resgate de Feridos

É um problema que merece atenção especial. Em nenhuma hipótese um companheiro ferido deve ser abandonado em mãos do inimigo. Havendo no Grupo de Fogo alguém com conhecimento de primeiros socorros, eles devem ser aplicados imediatamente.
Devemos criar cursos de enfermagem para homens e mulheres, nos quais o guerrilheiro urbano seja matriculado.

Médicos, estudantes de Medicina, enfermeiros, farmacêuticos ou simples iniciados em socorros de urgência, são necessários para a luta revolucionária moderna. Um pequeno manual de primeiros socorros para o guerrilheiro urbano, mesmo mimeografado, deve ser também motivo de iniciativa de qualquer conhecedor do assunto.

A logística médica não pode ser esquecida no planejamento e execução da ação armada. Isso é resolvido por meio de uma clínica móvel ou motorizada, ou um posto volante montado em um automóvel. Outra solução é um enfermeiro aguardar com sua maleta de curativos em uma casa ou outro lugar, para onde será levado o ferido. O ideal será possuir uma clínica própria, bem montada, o que custa muito dinheiro, a não ser que utilizemos material expropriado.

Falhando os recursos apontados, muitas vezes necessitaremos recorrer a clínicas legais, empregando a mão armada, se for o caso, para obter o tratamento.

Na compra eventual de sangue ou plasma sangüíneo, ou quando recorrermos a hospitais ou casas de saúde, jamais fornecer endereços de quaisquer elementos comprometidos com o trabalho clandestino da organização. As casas onde ficarem os feridos só podem ser do conhecimento de reduzidíssimo número de companheiros incumbidos do transporte e do tratamento e acompanhamento. Panos sujos de sangue, medicamentos e outros indícios de tratamento de companheiros feridos, devem ser eliminados.

- A Segurança do Guerrilheiro

Vivendo em constante perigo, dada a possibilidade de sermos denunciados e descobertos, nosso principal problema de segurança é a garantia de estarmos bem escondidos e bem guardados, bem como que estejam assegurados os meios para impedir a vinda da polícia até onde nos encontremos.

O maior perigo que nos ameaça é a infiltração do espião ou delator de nossa organização. O que for apanhado será punido com a morte. O mesmo acontecerá aos desertores que revelarem à polícia o que sabem.

Cautela e severidade no recrutamento são fundamentais para evitar a infiltração e a obtenção de informações a nosso respeito.

Também não se deve permitir que todos conheçam todos, nem que todos conheçam tudo. Cada um só deve conhecer o que disser respeito ao seu trabalho. Esta é a regra fundamental do ABC de segurança.

É inadmissível que o guerrilheiro urbano forneça o seu ou outros endereços clandestinos ao inimigo, ou que fale demais.

Anotações nas margens de jornais, documentos esquecidos, cartões de visitas, cartas e bilhetes, são pistas que a polícia jamais despreza. Cadernetas de endereços e telefones têm que ser abolidas e não se deve escrever ou guardar papéis, evitando arquivos de nomes legais e ilegais, indicações biográficas, mapas, esquemas e planos. Pontos de encontro devem ser memorizados e não anotados.

O transgressor dessas regras deve ser advertido pelo primeiro que verificar a infração;  se prosseguir, devemos evitar trabalhar com ele.

A necessidade de nos movimentarmos constantemente e a relativa proximidade da polícia face ao cerco policial estratégico a que está submetida a cidade, levam-nos a adotar medidas de segurança variáveis, dependendo da movimentação do inimigo. Impõe-se um serviço de informações diário sobre as atividades ostensivas do inimigo, locais de batidas policiais, gargantas e pontos de estrangulamento que estão submetidos a vigilância. A leitura diária do noticiário policial dos jornais é, no caso, ótima fonte de informações.

O mais importante é jamais permitir na organização o menor sinal de afrouxamento nas medidas e regras de vigilância.

Também, e principalmente,  em caso de prisão, a segurança deve ser mantida. O guerrilheiro preso não pode revelar à polícia nada que prejudique a organização, que resulte na prisão de outros companheiros, na descoberta de endereços e esconderijos ou na queda de armas e munições.

- Os Sete Pecados do Guerrilheiro Urbano

1. A inexperiência. Ofuscado por esse pecado, julga o inimigo tolo, subestima sua inteligência, julga as coisas fáceis e, em conseqüência, deixa pistas que conduzem ao desastre. Pode também superestimar o inimigo, considerando-o mais poderoso do que realmente é, acabando por intimidar-se, permanecer inseguro e indeciso, amarrado e sem audácia;

2. Vangloriar-se de suas ações e alardeá-las aos quatro ventos;

3. Envaidecer-se, pretendendo, assim, resolver os problemas da revolução, desencadeando ações na cidade sem preocupação com o lançamento e a sobrevivência da guerrilha rural. Cego pelos êxitos obtidos, acaba organizando uma ação que considera decisiva e na qual joga todas as forças da organização. Como a cidade é a área do cerco estratégico, que não podemos evitar ou romper enquanto a guerrilha rural não for desencadeada e estiver prestes a ser vitoriosa, sobrevém sempre o erro fatal, por onde será dado ao inimigo atacar-nos com golpes certeiros;

4. Exagerar suas forças e querer fazer aquilo que não tem condições e nem está à sua altura, por não possuir, ainda, uma infra-estrutura adequada;

5. Precipitação, perdendo a paciência e ficando nervoso, não esperando por nada e lançando-se intempestivamente às ações e sofrendo revezes inesperados;

6. Atacar o inimigo quando este está assanhado;

7. Não planejar as ações e agir na base da improvisação.

- O Apoio Popular

Para conquistá-lo, o guerrilheiro urbano deve identificar-se permanentemente com as questões populares.

Onde a atuação do governo se revelar inepta ou corrupta, não devemos vacilar em interferir a fim de mostrar que o combatemos, ganhando assim a simpatia popular.

A rebelião do guerrilheiro urbano e sua persistência em interceder nas questões populares são a melhor maneira de assegurar o apoio do povo à causa que defendemos.

Desde que uma parte razoável da população comece a levar a sério a ação do guerrilheiro urbano, seu sucesso estará garantido.

Para o governo não restará alternativa senão intensificar a repressão, com batidas policiais, invasão de lares, prisões de suspeitos e inocentes, barreiras em estradas, tornando a vida insuportável para os cidadãos.

Vendo os militares e a ditadura à beira do abismo e temendo pelas conseqüências da guerra revolucionária, já então num plano bastante avançado e irreversível, os apaziguadores, sempre existentes entre as classes dominantes, e os oportunistas de direita, partidários da luta pacífica, dar-se-ão as mãos e passarão a murmurar nos bastidores, implorando por eleições, democratização, reformas de cartas constitucionais e outros ingredientes destinados a enganar as massas, buscando fazer cessar o impacto revolucionário nas cidades e nas áreas rurais do país.

Já então, o povo começa a entender que é uma farsa votar em eleições, cujo único objetivo é garantir a continuidade da ditadura militar e dar cobertura a seus crimes.
Atacando em cheio a farsa de eleições e das chamadas aberturas políticas, o guerrilheiro urbano deve tornar-se mais agressivo e violento, recorrendo sem cessar à sabotagem,  terrorismo, assaltos, seqüestros, justiçamentos, etc.

Isso anulará qualquer pretensão de enganar as massas, uma vez que tanto o Parlamento como os partidos são chamados a funcionar por honra e graças de um alvará da ditadura militar, num autêntico espetáculo de cães amestrados.

O guerrilheiro urbano deve ter em vista a ação revolucionária em favor do povo, e com ela buscar a participação das massas na luta contra a ditadura militar e pela libertação do país do jugo dos EUA. Partindo da cidade e com o apoio do povo é que se chegará rapidamente à guerrilha rural, cuja infra-estrutura vai sendo montada cuidadosamente à medida que a área urbana mantém sua rebelião.

- A Guerrilha Urbana - Escola de Seleção do Guerrilheiro

A revolução é um fenômeno social que depende de homens, armas e recursos. Armas e recursos existem no país e podem ser tomados e manejados, mas para isso é necessário contar com os homens, pois sem eles nada tem sentido e valor. Os homens devem ter uma motivação político-revolucionária e possuir um preparo técnico adequado.

Entre os requisitos fundamentais e indispensáveis, o primeiro é encontrado entre o imenso e inconfundível contingente dos inimigos da ditadura militar e da dominação do imperialismo dos EUA. Tais homens afluem quase diariamente, e por isso é que a reação não para de anunciar que desbaratou grupos revolucionários, mas está sempre passando pelo dissabor de vê-los ressurgir das próprias cinzas.

Os homens melhor treinados, mais experientes e dedicados da guerrilha urbana e, simultaneamente, da guerrilha rural, constituem a espinha dorsal da guerra revolucionária. Dessa espinha dorsal surgirá o cerne do Exército Revolucionário de Libertação Nacional, oriundo da guerrilha.  

Esse é um resumo do Minimanual do Guerrilheiro Urbano.

Deve ser assinalado que, quando, de fato, irrompeu a guerrilha urbana, em meados dos anos 60, logo após a Revolução de Março de 1964, com alguns quadros das diferentes Organizações já treinados no exterior e dispostos à luta, as Forças Armadas e seus Órgãos de Inteligência, chamados para combatê-los, não possuíam experiência nesse tipo de guerra, uma guerra não convencional. Uma guerra suja! Dessa forma, as táticas e estratégias foram sendo improvisadas de conformidade com as ações empreendidas pelo inimigo.

Então, erros foram cometidos, vidas preciosas foram perdidas e carreiras foram abreviadas, mas as guerrilhas urbana e rural, os seqüestros de diplomatas e de aviões comerciais, os “justiçamentos”, os assaltos a bancos e a estabelecimentos comerciais, foram erradicados num espaço de tempo relativamente curto, muito embora muitas pessoas, mal informadas ou desinformadas, hoje, desdenhem essa verdade.
As ações levadas a efeito pelas organizações guerrilheiras, além do elemento surpresa, primavam pela rapidez e violência. Não titubeavam  em utilizar suas armas contra quem quer que fosse. Nesse contexto, muitos inocentes tombaram.

Os Serviços de Inteligência militares desempenharam um papel relevante no levantamento e identificação dos militantes e das estruturas das Organizações terroristas, seus fatores de força e suas mazelas interiores, através, fundamentalmente, de agentes infiltrados e desertores desencantados com a progressiva transformação dessas Organizações em grupos de marginais.
Os desertores recrutados, aliás, tiveram um papel fundamental que ainda não foi escrito em seu todo e está para ser reconhecido. Todos, ou a grande maioria, tiveram suas identidades preservadas, conforme os acordos de cavalheiros que presidiam os entendimentos. A maioria deles está aí, incólume e sem traumas. Alguns, de certa forma, ainda continuam militantes.

A imprensa, em geral, segmento que nunca esteve imune à infiltração da esquerda revolucionária, no início das hostilidades, nos anos 60, teve um papel preponderante em favor da guerrilha urbana, com a divulgação, muitas vezes distorcida, de suas ações, tidas como de propaganda armada, até que, em dezembro de 1968, com a censura imposta pelo Ato Institucional nº 5, esse fator de força foi tirado à guerrilha.
Por divergências entre suas lideranças quanto às táticas, ou seja, às formas de conduzir a revolução, nunca, a não ser no início do ano de 1973 (ainda que precariamente), quando a derrota já se configurava  como inevitável, nunca - repetimos - as Organizações de luta armada conseguiram promover uma aliança estável e atuar coordenadamente. Houve casos em que o mesmo alvo era objeto de assalto simultâneo por mais de uma Organização.

Devido a esse fato, tornou-se relativamente menos difícil combatê-las. Todavia não foi fácil neutralizá-las. Isso exigiu sacrifício e abnegação de um punhado de militares, e também civis, que, hoje, são alvos de uma campanha revanchista, por parte de grupos, nacionais e estrangeiros, preocupados em defender os direitos humanos dos terroristas de então, hoje anistiados e indenizados. Muitos com cargos no governo.

Os nomes mais de 100 vítimas da subversão e do terrorismo aloprado não são recordados e tampouco suas famílias, que nada pediram ou pedem, foram indenizadas.
Conhecer o inimigo, sua organização, estrutura e identidades de seus membros são tarefas dos Serviços da Inteligência. O conhecimento antecipado de todas as nuanças de uma Organização terrorista poupa vidas e é mais econômico e menos doloroso se utilizados agentes infiltrados ou se promovido o recrutamento de militantes desencantados. Esta, todavia, não é uma tarefa para principiantes. Mas foi utilizada, com êxito, maior ou menor, por todos os Órgãos de Inteligência que, constitucionalmente, cumprindo decisão política de um governo legítimo, viram-se empenhados no combate à violência armada.

A História registra que Napoleão Bonaparte teria dito que “um espião implantado nos centros de decisão do inimigo, equivale a um Exército de 100 mil homens”. Essa afirmação não está longe da verdade. Recordemos que na 2ª Guerra Mundial, Richard Sorge, personagem do livro “O Espião que Abalou o III Reich”, infiltrado junto à alta cúpula das nações do Eixo, obteve informações de valor inestimável que, fornecidas aos soviéticos, mudaram o curso da guerra no Leste Europeu.

O combate  e o desmantelamento das Organizações voltadas para a violência armada no Brasil, adeptas da linha cubana consubstanciada na implantação de “focos guerrilheiros”, ou da linha chinesa, de “guerra popular prolongada”, foi concluído em meados de 1974, com a erradicação final da chamada Guerrilha do Araguaia, um projeto do PC do B, apoiado pela China e pela Albânia.

Anteriormente, no início dos anos 70, projetos semelhantes, porém em estágios ainda embrionários, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e do Partido Revolucionário dos Trabalhadores - uma cisão na Ação Popular -, em áreas próximas ao Araguaia, haviam sido também desmantelados numa operação denominada “Operação Mesopotâmia”.

Paralelamente ao combate prioritário às organizações voltadas para a violência armada, os Órgãos de Inteligência nunca deixaram de acompanhar as atividades desenvolvidas por grupos trotskistas e por partidos marxistas-leninistas ortodoxos, não inseridos na violência armada, mas com atividades altamente deletérias.

Essas Organizações e partidos vieram a ser também desmantelados - em um menor espaço de tempo, graças à experiência adquirida pela chamada repressão - tão logo concluída a fase de erradicação das guerrilhas rural e urbana. Afinal, esses partidos e grupos haviam sido o grande celeiro onde foram formados no be-a-bá da doutrina científica aqueles jovens que, radicalizados, optaram pela violência revolucionária.


Fonte: Alerta Total



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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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