Eu já falei do Foro de São Paulo e do decreto 8.243, ambos
detonados abaixo pelo deputado Jair Bolsonaro. Mas nada tenho a dizer sobre o
resto do seu discurso. É que, depois de tanto tratar de Gaza, Israel, Hamas,
Estados Unidos e agora Iraque, eu queria apenas voltar a falar um pouco do
Bananão, e não encontrei tema mais emblemático. Depois do “Mais médicos”, será
que chegou a vez do “Mais bananas”? Para o PT, de fato, ”somos todos macacos”.
Divirtam-se.
JAIR BOLSONARO (PP-RJ): …Sr. Presidente, eu sou deputado
federal do sexto mandato lá do Rio de Janeiro, mas eu fui criado no Vale do
Ribeira, mais especificamente [no] Eldorado Paulista. Eu quero voltar pela
segunda vez aqui, porque eu estive agora no Vale do Ribeira, em vários
municípios; estive lá na Abavar – Associação dos Bananicultores do Vale do
Ribeira, e o problema lá beira o terrorismo. Por quê? Acredite se quiser:
“Instrução normativa número 3 de 2014″, publicada no D.O. [Diário Oficial] de
21 de março, por coincidência o dia do meu aniversário. Essa instrução é do
Ministério da Agricultura.
Permite a importação de bananas do Equador diretamente para
o Ceagesp – [Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de] São Paulo. Pelo que
eu aprendi nos bancos escolares, Equador sequer faz divisa com o Brasil. A
distância em linha reta são 4.300 quilômetros. Por estrada, 6.2oo [na verdade,
6.221] quilômetros. Arredondando os números, um caminhão gastaria para ir e
voltar 6.000 litros de óleo diesel. Pagaria pedágio, salário do motorista,
manutenção do caminhão, seguro… Eu não entendo como essa banana pode chegar de
forma competitiva lá.
Eu não posso falar um palavrão aqui sobre quem teve a ideia
de baixar essa instrução normativa. Com toda certeza, foi da companheira Dilma
Rousseff, porque o Equador faz parte do Foro de São Paulo.
Além da importação da banana, vamos importar pragas, como o
moko da banana e a sigatoka negra. Prejudicam-se no Vale do Ribeira, e mais
especialmente Santa Catarina e Bahia, aproximadamente 2 milhões de
trabalhadores. Eu sei que no PT não tem trabalhadores. É no nome apenas. É um
nome de fantasia. Mas prejudica 2 milhões de trabalhadores.
Outra coisa também que é uma piada. Acabei de conversar
agora há pouco com o Tiririca. A questão, já que o Tiririca é de São Paulo,
seria pra ele. O certificado fitossanitário, pelo [que está] publicado em D.O.,
será emitido pelo… Equador! Ou seja: se eu vou vender uma coisa aqui agora pra
qualquer um de vocês, pro [deputado federal] Chiquinho Escórcio [PMDB-MA], eu
vou falar que essa coisa minha tá ruim? “Tá boa, Chiquinho, pode comprar!”
Isso é uma palhaçada, mas é muito sério.
Só o Vale do Ribeira: cidades como Miracatu, Jacupiranga,
Eldorado Paulista, Sete Barras, Juquiá, Iporanga – estariam arruinados seus
comércios. Eu entendo que até isto está acontecendo, eu posso supor, porque
como ali faz parte da Mata Atlântica, cada vez mais a sanha ecológica se faz
presente no local; como agora [que] ampliaram a estação ecológica da Jureia,
que não só… Posso concluir, sr. presidente? Um minuto?… prejudica a questão do
turismo ali em especial Cananeia, Iguape, Ilha Comprida, mas prejudica os
bananicultores, que cada vez mais são impedidos de praticar a cultura da
banana.
Assim sendo, sr. presidente, eu espero que depois das
eleições… concluindo, sr. presidente… essa casa aqui vote um projeto de decreto
legislativo, que não seja tão difícil, como esse, para sustar os efeitos
decreto 8.243, o decreto bolivariano que cria os conselhos “sovietes” ou
“populares” no nosso país, que anulam o trabalho do Congresso Nacional, e nós
podemos então, nós que não [nos] intitulamos, não usamos o nome
“trabalhadores”, podemos efetivamente ajudar os trabalhadores do Brasil e em
especial os banicultores de Santa Catarina, Bahia e Vale do Ribeira. Muito
obrigado, sr. Presidente.
JAIR BOLSONARO (PP-RJ): Sr. Presidente, prezado Deputado
Inocêncio Oliveira, eu confesso que eu queria falar sobre outro assunto aqui,
mas depois de ouvir o Deputado do PT do Paraná, Dr. Rosinha, praticamente
implorar que o Ministério da Agricultura conceda cotas de importação de banana
do Equador, confesso que fui obrigado a vir rebatê-lo aqui.
Porque eu sou brasileiro, eu sou patriota. Agora, quando o
Dr. Rosinha pede cotas de importação de bananas do Equador equivalente ao que é
comercializado por semana em São Paulo, ele comete, no meu entender, uma série
de crimes contra os trabalhadores e bananicultores do Brasil.
Em linha reta, da capital do Equador à capital do Estado de
São Paulo são 4.300 quilômetros. Por estrada, são 6.221 quilômetros. E ali do
lado, em direção a Curitiba, pegando a BR-116, temos o Vale do Ribeira, uma
região em que, com exceção de Cajati, basicamente a economia vem da banana. É a
primeira região drasticamente afetada, caso o Brasil abra esse precedente de
importação de banana do Equador.
Eu perguntaria: como é que ficam ali os bananicultores, a
economia de Eldorado, Iporanga, Registro, Sete Barras, Miracatu, Juquiá, entre
outras cidades? Estariam arruinando a economia dessa região, que já é uma
economia bastante deficiente.
Mais ainda: ao importar banana do Equador, o Governo
brasileiro vai estar importando também pragas da banana, como, por exemplo, a
sigatoka negra e o moko da bananeira. Tanto é verdade que as pragas estão sendo
importadas que, desde o plantio da banana até a sua colheita, aqui no Brasil,
fazem-se oito aplicações de fungicidas; enquanto no Equador são de 30 a 40
aplicações.
Eu repito: é mais um crime que o Governo do PT está fazendo
contra o trabalhador brasileiro. Por quê? Vejamos as consequências imediatas da
importação da banana do Equador: afeta diretamente os bananicultores no
equivalente a 2 milhões de empregos; em relação à economia, sabemos que a
banana é uma cultura que não é muito rendosa; quanto às questões
fitossanitárias, como eu disse, estaremos importando pragas.
Agora, será que Dilma Rousseff, agora com o apoio do
Deputado Dr. Rosinha, que é integrante do Parlamento do Mercosul, que em 2008
foi Presidente do Parlamento do Mercosul, quer importar banana do Equador
porque esse país faz parte do Foro de São Paulo?
Mais grave ainda, Sr. Presidente, para concluir: há muito, o
morador do Vale do Ribeira clama por uma barragem a montante do Rio Ribeira de
Iguape, levando-se em conta a de Eldorado, para exatamente conter as enchentes
que, de época em época, arrasam a plantação de banana na várzea do Rio Ribeira.
E há 2 anos, agora, o que é que com o dedão da FUNAI foi
feito ali na região de Eldorado, especificamente na Barra do Taquari? Centenas
de índios foram transportados para lá, ou seja, daqui a pouco vão pedir a demarcação
de uma extensa área indígena naquela região, o que inviabilizará qualquer sonho
de construir uma barragem naquela região.
Dilma Rousseff, eu não lhe faço um apelo, porque eu conheço
o seu passado. Peço a Deus que a tire da Presidência e coloque um patriota, um
brasileiro, no ano que vem, caso contrário o Brasil brevemente não será
“venezualizado”, será, sim, “cubanizado” com suas propostas de apoio a
ditadores e ditaduras da América Latina.
Obrigado, Sr. Presidente.
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