Por ucho.info
Queda de braços – Quando este site revelou a existência de
uma crescente guerra nos bastidores do poder central, contrapondo Dilma Vana
Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio da Silva, o lobista Lula, muitos
acreditaram ser teoria da conspiração, mas a situação se agrava a cada dia,
principalmente por causa das sérias dificuldades enfrentadas pela presidente da
República.
Depois das seguidas investidas do grupo adepto do “Volta
Lula”, que fez do ex-petista André Vargas a primeira vítima do Palácio do
Planalto, agora é a vez do Partido da República, o PR, engrossar o coro a favor
do ex-metalúrgico. Nesta segunda-feira (28), a bancada do PR na Câmara dos
Deputados não apenas mandou pelos ares a eventual candidatura do senador Magno
Malta (ES) à Presidência da República, mas descartou apoio ao projeto de
reeleição de Dilma Rousseff.
Além de sinalizar um rompimento do PR com o governo Dilma, o
partido defendeu apoio à candidatura de Lula. Ou seja, o “Volta Lula” ganhou
adeptos fora da seara petista, situação que coloca a presidente em situação
crítica e facilita o avanço dos candidatos de oposição, desde que cada qual
saiba tirar proveito do cenário repentino que surgiu no horizonte.
Em carta aberta lida pelo líder do PR na Câmara, deputado
federal Bernardo Santa (MG), a bancada afirma que somente Lula “pode “inaugurar
um novo ciclo virtuoso de crescimento pela via da conciliação nacional”.
A decisão do PR não foi tomada na esteira da aventura, mas
com a devida anuência de Lula, que tenta limpar a própria imagem depois de
tantos escândalos de corrupção, começando pelo Mensalão do PT e terminando com
os muitos imbróglios que chacoalham a Petrobras. Sem contar os desdobramentos
da Operação Lava-Jato, que não demorará muito para colocar na alça de mira
alguns frequentadores assíduos do Palácio do Planalto, pretéritos e atuais.
No caso de o PR manter a decisão, ficará provado que a
disputa entre Lula e Dilma é muito maior e mais verdadeira do que imaginavam os
incautos. A grande questão a ser considerada de agora em diante é se uma
mudança na estratégia eleitoral do PT dará ao partido a garantia de continuar
no poder. É fato que ainda restam alguns meses para a corrida presidencial, mas
uma eventual entrada de Lula no páreo será tarde.
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