sábado, 22 de março de 2014

Dilma apoiou compra no Japão com cláusula similar à de Pasadena


Presidente disse que não sabia de cláusulas da compra da refinaria nos EUA em 2006, mas concordou com compra semelhante no ano seguinte ciente das condições
 Foto: Francois Lenoir / Reuters
 Foto: Francois Lenoir / Reuters
Como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff aprovou, em 2007, a aquisição de parte de uma refinaria no Japão ciente da cláusula Put Option, que obriga uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desentendimento. No entanto, a presidente alega que não teria concordado com a compra de uma refinaria nos Estados Unidos em 2006, que tinha cláusulas semelhantes. As informações são do Estado de S.Paulo.

Dilma disse ter autorizado a compra da refinaria japonesa Nansei Sekiyu baseada em um resumo elaborado pela diretoria internacional da Petrobras, na época comandada por Nestor Cerveró. Ela afirmou em comunicado ao jornal que o resumo contém a “existência de cláusulas contratuais que materializaram o Put Option, bem como as informações técnicas correspondentes”.

O que provocou forte reação no meio político e empresarial foi que, no caso da refinaria em Pasadena, nos EUA, a presidente tinha informado que o resumo que recebeu da diretoria, ainda comandada por Cerveró, era “falho” e omitia condições do contrato, como a de Put Option. Ela disse que, se soubesse das cláusulas, não teria apoiado o negócio. A compra desta refinaria resultou em um prejuízo de US$ 1 bilhão à petroleira, e Nestor Cerveró foi demitido nesta sexta-feira.

O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse em entrevista ao Valor Econômico que o Put Option era comum nos contratos das empresas, colocando em dúvida a suposta surpresa de Dilma com a cláusula no caso da refinaria americana.


A aquisição da refinaria Nansei se assemelha à compra de Pasadena. A refinaria japonesa custou US$ 71 milhões e não processa o óleo pesado produzido pelo Brasil, o que teria levado a Petrobras a fazer um investimento bilionário para adequá-la. Os investimentos, no entanto, nunca foram detalhados publicamente pela petroleira. Ela colocou a refinaria como um dos ativos dos quais quer se desfazer para reforçar o caixa.

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