Por Terra Notícias
Presidente disse que não sabia de cláusulas da compra da
refinaria nos EUA em 2006, mas concordou com compra semelhante no ano seguinte
ciente das condições
Foto: Francois Lenoir / Reuters |
Como presidente do Conselho de Administração da Petrobras,
Dilma Rousseff aprovou, em 2007, a aquisição de parte de uma refinaria no Japão
ciente da cláusula Put Option, que obriga uma das partes da sociedade a comprar
a outra em caso de desentendimento. No entanto, a presidente alega que não
teria concordado com a compra de uma refinaria nos Estados Unidos em 2006, que
tinha cláusulas semelhantes. As informações são do Estado de S.Paulo.
Dilma disse ter autorizado a compra da refinaria japonesa
Nansei Sekiyu baseada em um resumo elaborado pela diretoria internacional da
Petrobras, na época comandada por Nestor Cerveró. Ela afirmou em comunicado ao
jornal que o resumo contém a “existência de cláusulas contratuais que
materializaram o Put Option, bem como as informações técnicas correspondentes”.
O que provocou forte reação no meio político e empresarial foi
que, no caso da refinaria em Pasadena, nos EUA, a presidente tinha informado
que o resumo que recebeu da diretoria, ainda comandada por Cerveró, era “falho”
e omitia condições do contrato, como a de Put Option. Ela disse que, se
soubesse das cláusulas, não teria apoiado o negócio. A compra desta refinaria
resultou em um prejuízo de US$ 1 bilhão à petroleira, e Nestor Cerveró foi
demitido nesta sexta-feira.
O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse
em entrevista ao Valor Econômico que o Put Option era comum nos contratos das
empresas, colocando em dúvida a suposta surpresa de Dilma com a cláusula no
caso da refinaria americana.
A aquisição da refinaria Nansei se assemelha à compra de
Pasadena. A refinaria japonesa custou US$ 71 milhões e não processa o óleo
pesado produzido pelo Brasil, o que teria levado a Petrobras a fazer um
investimento bilionário para adequá-la. Os investimentos, no entanto, nunca
foram detalhados publicamente pela petroleira. Ela colocou a refinaria como um
dos ativos dos quais quer se desfazer para reforçar o caixa.
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