Não há sinais de vida inteligente na entrevista de Dilma
Rousseff publicada pela Folha. A leitura das três páginas é a travessia de um
deserto de ideias, planos, projetos ou programas. Nessa terra desolada só
vicejam vigarices, platitudes, palavrórios sem pé nem cabeça e muita conversa
fiada. A aridez da paisagem é acentuada pela ausência de explicações,
justificativas ou meras atenuantes para as delinquências que colocaram a
declarante na mira do Tribunal de Contas da União, da Justiça Eleitoral e da
Operação Lava Jato.
Por falta de álibis a tripular, Dilma embarca em fantasias
de colegial. Uma delas é qualificar de “golpista” quem acha que os artigos do
Código Penal e as normas constitucionais valem para todos. A indistinta
aplicação da lei não tem qualquer parentesco com golpismo. Golpista é quem usa
dinheiro roubado da Petrobras para financiar a própria candidatura. Golpista é
quem gasta o dinheiro que não tem e tenta esconder o rombo com pedaladas
fiscais. Golpista é quem promove bandido a ministro e ajuda corruptos de
estimação a escapar da cadeia.
Por ter sido submetida há quase 50 anos a sessões de tortura
que os democratas de verdade sempre abominaram, a mulher que desgoverna o país
se concedeu o direito de passar o resto da vida contando mentiras. Vai logo
aprender que o que houve no passado não autoriza ninguém a assassinar a verdade
todo o tempo. Muito menos torturar o presente e trucidar o futuro do Brasil.
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