“A Instituição será
maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos aqueles que não
pensam, não questionam, não se importam, não se manifestam” (Gen Marco Antonio
Felicio da Silva)
O artigo do advogado e sociólogo Sérgio Alves de Oliveira,
sem qualquer dúvida, é uma peça de sarcasmo em relação à formação intelectual e
funcional dos militares e de suas lideranças, tendo como fundamento o não
atendimento do seu desejo de uma intervenção das FFAA na vida política da
Nação, no presente momento.
Certamente, tem ele razão quanto ao momento de intenso
descalabro moral, político, econômico e social pelo qual passa a Nação,
traduzindo desgoverno e ilegitimidade da Presidente, esta já acusada de crime
de responsabilidade. E com isso concordamos e sabemos que não o é do
desconhecimento dos Chefes Militares, caso contrário, seria uma aberração, pois
é do conhecimento da maior parte da população, a cada dia mais revoltada com os
rumos do País, atingindo diretamente as FFAA pelas restrições orçamentárias de
toda ordem e pelos constrangimentos de natureza ideológica.
O Dr. Sérgio, para construir a sua crítica negativa, volta
aos idos dos anos 70 e 80 e ao então programa de alfabetização dos governos
militares, o MOBRAL, mostrando-o como uma iniciativa de resultados negativos
quando os índices do Ministério da Educação, ainda hoje, são a favor do
referido programa (vide Internet).
Afirma o MEC: “No começo da década de quarenta do século XX
mais da metade dos brasileiros não sabiam ler ou escrever. O cenário continuou
pelo menos até o início dos anos sessenta do mesmo século. Entre 1960 e 1970 o
valor caiu para a taxa de 33%, período no qual o Mobral passou a atuar no
hemisfério nacional de forma oficial. Entre as décadas de oitenta e noventa, o
índice chegou aos 20%”.
Irado, aponta o também Advogado uma visão completamente
negativa das ações dos então governos militares, contrária à realidade, e numa
“generalização brilhante”, afirma “que gastou-se muito e alfabetizou-se pouco,
aliás, num balanço negativo nada
raro em quase todas as iniciativas
governamentais”.
Continuando a destilar a sua ira e sarcasmo, confundindo alhos
com bugalhos, diz que “a maior falha do Mobral, pela qual a sociedade
brasileira está pagando hoje um alto preço, é que ele deixou de ser estendido
ao meio militar, de modo a alfabetizar politicamente e preparar adequadamente
aqueles que mais tarde assumiriam os comandos e outras altas posições
hierárquicas nas Forças Armadas. Essa nefasta consequência se observa hoje na
infeliz e errônea e interpretação que a maioria das altas hierarquias militares
dá ao disposto no artigo 142 da Constituição Federal, que trata da INTERVENÇÃO
MILITAR, em determinadas situações, fazendo coro, inclusive , com muitos “juristas” profissionais, alguns até
“figurões”, no sentido da inviabilidade
de uma iniciativa de moto próprio, pelos militares, de proceder a INTERVENÇÃO. Vejo nisso só duas
hipóteses para que ocorra: (1) má-fé, inclusive com “aluguel-de-caneta”,
no sentido de transformar em parecer um interesse “por
encomenda ”, ou ; (2) falta de MOBRAL, nos
termos antes mencionados.
Tais afirmações demonstram o desconhecimento total do
Advogado da formação intelectual dos militares e de suas lideranças, por meio
de diferentes cursos ao longo da carreira, e do pensamento dos mesmos quanto a
uma atual intervenção, pois, nenhuma declaração oficial, deram Eles a esse respeito.
Concordaria com o Advogado se a sua crítica se dirigisse ao
silêncio dos cmts militares diante de aspectos inaceitáveis de natureza
ideológica como ações de Política Externa, ditadas pelo Foro de São Paulo, ou
mesmo de natureza criminosa como as declarações do agitador Stédile e de Lula
ao ameaçarem a Sociedade Brasileira com possíveis violências do MST. Há aí um
vácuo de poder que enfraquece a liderança militar, caso não ocupado por ela,
coisa que o Ministro da Defesa, por formação, valores e por viés ideológico,
jamais o fará.
Quanto ao entendimento do que reza o art. 142 da
Constituição, sabem os comandantes militares exatamente o seu significado e da
virgula lá colocada, pois, ali está a missão constitucional das FFAA, FFAA que
jamais faltaram à Nação em seus momentos mais cruciais e de inflexão Histórica.
Não será agora, caso necessário, que faltarão!
Esta, em face de todas as incertezas que vivemos, é a única
certeza que temos pela confiança que depositamos nos atuais CHEFES MILITARES,
originária da identidade de valores e de formação.
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Marco Antonio Felício da Silva é General de Divisão, na
reserva.
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