Por Reinaldo Azevedo – VEJA
Burmann: justificativa foi desmoralizada pelo MEC.
Pede pra
sair
|
O MEC emitiu uma nota que deixa a nu o reitor da
Universidade Federal de Santa Maria, Paulo Afonso Burmann; o vice-reitor, Paulo
Bayard Dias Gonçalves, e o pró-reitor de pós-graduação, José Fernando
Schlosser.
Como vocês sabem, Schlosser, a pedido do reitor (este
confessou), expediu um memorando cobrando que seus subordinados prestassem
informações sobre a existência de alunos e professores judeus na universidade
(leia mais posts a respeito aqui). A justificativa, apresentada pelo trio, é que
eram obrigados a fazê-lo porque atendiam a um pedido de um grupo de entidades,
com base na Lei de Acesso à Informação. Demonstrei aqui na sexta-feira que isso é apenas
uma mentira. Segue fragmento.
Pois bem, a nota do MEC a respeito é inequívoca. Segue na
íntegra:
O Ministério da Educação foi surpreendido pela notícia de que um pró-reitor substituto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) havia pedido que os programas de pós-graduação daquela instituição lhe enviassem informações sobre a presença ou perspectiva de discentes e/ou docentes israelenses nesses programas. Ao tomar conhecimento desse episódio, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, solicitou ao secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Farias, que buscasse junto à UFSM informações a respeito.
Após receber as informações da instituição, o MEC manifesta seu claro posicionamento de que a Lei de Acesso à Informação não pode ser utilizada de forma a violar os direitos fundamentais de outros cidadãos. Ela não pode ser empregada como um instrumento para facultar a discriminação de qualquer tipo. Até porque é um dos objetivos da nossa República promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV da Constituição Federal). Qualquer solicitação feita pela Lei de Acesso à Informação que leve a qualquer tipo de discriminação deve ser considerada desarrazoada e, portanto, não deve ser respondida.
O MEC faz questão de reiterar – enfaticamente – seu desacordo com qualquer tipo de discriminação e preconceito. “A história nos reporta lamentáveis fatos de pessoas que morreram vítimas de preconceitos de toda natureza, inclusive no Brasil. Por outro lado, muitos lutaram e ainda lutam para vencê-lo, de modo que todo este empenho de nossa sociedade não pode ser esquecido ou descartado”, afirmou o ministro Renato Janine.
O Ministério da Educação foi surpreendido pela notícia de que um pró-reitor substituto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) havia pedido que os programas de pós-graduação daquela instituição lhe enviassem informações sobre a presença ou perspectiva de discentes e/ou docentes israelenses nesses programas. Ao tomar conhecimento desse episódio, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, solicitou ao secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Farias, que buscasse junto à UFSM informações a respeito.
Após receber as informações da instituição, o MEC manifesta seu claro posicionamento de que a Lei de Acesso à Informação não pode ser utilizada de forma a violar os direitos fundamentais de outros cidadãos. Ela não pode ser empregada como um instrumento para facultar a discriminação de qualquer tipo. Até porque é um dos objetivos da nossa República promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV da Constituição Federal). Qualquer solicitação feita pela Lei de Acesso à Informação que leve a qualquer tipo de discriminação deve ser considerada desarrazoada e, portanto, não deve ser respondida.
O MEC faz questão de reiterar – enfaticamente – seu desacordo com qualquer tipo de discriminação e preconceito. “A história nos reporta lamentáveis fatos de pessoas que morreram vítimas de preconceitos de toda natureza, inclusive no Brasil. Por outro lado, muitos lutaram e ainda lutam para vencê-lo, de modo que todo este empenho de nossa sociedade não pode ser esquecido ou descartado”, afirmou o ministro Renato Janine.
A apuração do caso continuará sendo realizada pelo Ministério da Educação.
Assessoria de Comunicação Social
Retomo
Alguns tontos acham que jamais elogio uma decisão tomada pela esfera de governança petista. É coisa de gente orelhuda e de má-fé. Eis aí. Elogio a nota do MEC. Mas cobro mais do que isso. É necessário que se tomem providências também no âmbito da pasta.
O caso é muito grave. Ofende os fundamentos dos direitos humanos e valores constitucionalmente protegidos. Ofende a comunidade local em particular porque a presença judaica em Santa Maria se confunde com a história da cidade e da própria universidade.
Milton Seligman, engenheiro formado na UFSM e vice-presidente de Relações Corporativas da Ambev, se manifestou no Facebook. Transcrevo um trecho:
“Família de judeus, é bom que se diga. Nunca fomos discriminados, mas, agora, estamos sendo. O próprio reitor sustenta que identificar pessoas de origem israelense ou outra, faz parte da lei brasileira. Erra o reitor, há crime sim. Imagine que o pedido fosse para identificar pessoas de origem africana. Como o Professor Schlosser e o professor Burmann reagiriam? Acredito que o caso irá para a Justiça, onde se deve dirimir essa dúvida. Está havendo ou não judeofobia na ‘nossa’ Universidade?”
Alguns tontos acham que jamais elogio uma decisão tomada pela esfera de governança petista. É coisa de gente orelhuda e de má-fé. Eis aí. Elogio a nota do MEC. Mas cobro mais do que isso. É necessário que se tomem providências também no âmbito da pasta.
O caso é muito grave. Ofende os fundamentos dos direitos humanos e valores constitucionalmente protegidos. Ofende a comunidade local em particular porque a presença judaica em Santa Maria se confunde com a história da cidade e da própria universidade.
Milton Seligman, engenheiro formado na UFSM e vice-presidente de Relações Corporativas da Ambev, se manifestou no Facebook. Transcrevo um trecho:
“Família de judeus, é bom que se diga. Nunca fomos discriminados, mas, agora, estamos sendo. O próprio reitor sustenta que identificar pessoas de origem israelense ou outra, faz parte da lei brasileira. Erra o reitor, há crime sim. Imagine que o pedido fosse para identificar pessoas de origem africana. Como o Professor Schlosser e o professor Burmann reagiriam? Acredito que o caso irá para a Justiça, onde se deve dirimir essa dúvida. Está havendo ou não judeofobia na ‘nossa’ Universidade?”
Polícia Federal e MPF
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam a questão. O
jornalista e também professor universitário Luís Milman (UFRGS) entrou com uma
queixa-crime no MPF contra a decisão do comando da universidade.
Na sexta, o reitor da UFSM passou parte da tarde na PF dando explicações sobre o caso. Concedeu depois uma entrevista à RBS em que insistiu na tese ridícula de que apenas seguiu a Lei de Acesso à Informação (vídeo aqui). Foi desmoralizado logo depois por nota do próprio MEC.
Insisto: o trio tem de renunciar aos cargos de confiança que exercem. No caso de reitor e vice-reitor, além do absurdo em si, há a exibição explícita de baixa alfabetização em sentido estrito (leiam post). É um motivo adicional que os indispõe com o cargo que ocupam.
Na sexta, o reitor da UFSM passou parte da tarde na PF dando explicações sobre o caso. Concedeu depois uma entrevista à RBS em que insistiu na tese ridícula de que apenas seguiu a Lei de Acesso à Informação (vídeo aqui). Foi desmoralizado logo depois por nota do próprio MEC.
Insisto: o trio tem de renunciar aos cargos de confiança que exercem. No caso de reitor e vice-reitor, além do absurdo em si, há a exibição explícita de baixa alfabetização em sentido estrito (leiam post). É um motivo adicional que os indispõe com o cargo que ocupam.
Vejam esta foto:
Vamos lá. Eu não escrevo para agradar a esse ou àquele. Não
escrevo para proteger meus amigos e atacar meus inimigos. Não escrevo para
defender meus interesses e atacar os de adversários. Não raro, meto-me em
porfias que não têm nem vizinhança com questões pessoais — a não ser a
proximidade que mantenho com todo homem, como escrevia Terêncio: “Homo sum,
humani nihil a me alienum puto” (Sou homem, e nada do que é humano é estranho a
mim”). Algumas reações ao episódio havido na Universidade Federal de Santa
Maria, que considero antissemitismo explícito, são lamentáveis. E eu não seria
eu se não escrevesse tudo o que penso, sem perguntar antes quem vai e quem não
vai se incomodar.
A Federação Israelita do Rio Grande do Sul, comandada por
Zalmir Chwartzmann — que também é presidente do Sindicato das Indústrias de
Construção Civil do RS —, decidiu, sim, cobrar explicações sobre aquele
descalabro. A entidade, no entanto, tentou antes o caminho do “deixa disso”.
O jornalista e professor Luís Milman, que é judeu e entrou
com uma queixa-crime contra a UFSM no Ministério Público Federal, foi chamado
para uma reunião com a direção da federação. E ALI OUVIU, INFELIZMENTE,
QUE TODOS TINHAM DE SER MUITO PRUDENTES E COISA E TAL E QUE, ORA VEJAM, OS
JUDEUS NÃO PODIAM SE PAUTAR POR AQUILO QUE DIZ REINALDO AZEVEDO, QUE SERIA
CONTRA O PT. O objetivo, tudo indica, era fazer com que Milman
desistisse de levar o caso adiante.
Não, não foi o assediado quem me contou. Nunca falei com
ele. Mas isso aconteceu. Tal avaliação é cretina. Meu blog está com o arquivo à
disposição. O que penso sobre o antissemitismo no geral e sobre a questão
israelo-palestina no particular é público. Será que, antes, precisei que
houvesse petistas fazendo e falando bobagem sobre Israel para me posicionar?
Será que, quando judeus e israelenses foram alvos de agressões, deixei a coisa
de lado só porque não havia petistas no meio?
Há coisas que eu jamais faria. Entre elas, eu não me
atreveria a ensinar um judeu a ser judeu. Mas, se preciso, eu ensino a quem
quer que seja o valor da tolerância e o mal da intolerância, judeu ou não.
Reitero: repudio o que lá se deu porque acho que é um dever da honra, do humanismo,
da civilidade. De resto, não mantenho relações de demanda com o governo federal
e os petistas, nem as satisfeitas nem as insatisfeitas. Se a presidente Dilma
Rousseff ou qualquer outro “companheiro” se zangar comigo, não tenho
nenhum interesse a consultar que os de minha própria consciência. Minha
cabeça é o meu “Minha Casa Minha Vida”.
O comando da federação fique tranquilo. Os judeus, como
sabem seus diretores, têm uma história mais longa do que as opiniões do
Reinaldo Azevedo e certamente não se deixariam embalar por elas. Depois que a
Conib (Confederação Israelita do Brasil) e que o próprio governo de Israel se
manifestaram — o caso ganhou repercussão internacional —, a Federação Israelita
do Rio Grande do Sul emitiu uma nota bastante moderada, moderadíssima, a
respeito (íntegra aqui). Lá se lê:
“Assim, esclarecimentos e justificativas mais profundas são devidas pela Universidade Federal de Santa Maria para todo o Rio Grande do Sul e para o Brasil, dada a repercussão nacional do episódio, com responsabilização administrativa de seus subscritores e questionadores, se for o caso.”
“Se for o caso” quer dizer exatamente o quê? Quem pergunta não é um judeu, que judeu não sou. Quem pergunta não é alguém que repudia boa parte das teses do petismo e o barateamento a que está sendo submetido o ensino superior no Brasil. Quem pergunta é o discípulo daquela frase de Terêncio. Não considero o combate ao antissemitismo uma tarefa só dos judeus. É um dever da civilidade. Logo, se julgar procedente, faço, sim, as devidas cobranças.
Sindicato asqueroso
A dita “Seção Sindical dos Docentes da UFSM” — com esse nomezinho bolchevique, de quinta categoria — emitiu uma nota tentando se defender e negar o óbvio. Em vez de se desculpar, em vez de admitir o absurdo, volta a atacar o estado de Israel. Lá se lê que o tal pedido de informação era “parte das ações que visavam por (sic) um fim aos massacres palestinos perpetrados pelo exército de Israel entre julho e agosto do ano passado”. Não, eles não meteram o circunflexo em “pôr”. Reitor analfabeto, sindicato de professores analfabeto. Mas, também nesse caso, o analfabetismo moral é a pior coisa.
Redigida em “petês” castiço, segue a nota:
“Transformar um ato político de defesa dos direitos humanos em uma cruzada de anti-semitismo (sic), buscando estabelecer uma falsa identidade entre a oposição a uma política bélica e imperialista de Estado e a defesa da discriminação racial, representa uma tentativa deplorável de distorcer a realidade em benefício próprio de quem o faz.”
Os asquerosos só se esqueceram de explicar por que, ainda que isso fosse verdade, alunos e professores israelenses deveriam responder, individualmente, por “uma política bélica e imperialista” e por que informar sobre a sua presença no campus ajudaria a “pôr fim ao conflito”.
De resto, o que esperar de uma entidade que chama a política israelense de “imperialista”? É grotesco. É asnal.
DCE
O Diretório Central dos Estudantes, signatário daquele pedido bucéfalo, voltou a se manifestar — embora a diretoria de agora não seja a mesma que encaminhou a solicitação absurda em 2014. Acabou emitindo duas notas a respeito. Na primeira, lê-se esta pérola:
“Lamentamos também que algumas pessoas que se manifestaram agora sobre um possível caso de racismo, inclusive membros da oligarquia da mídia, não tiveram reação semelhante quando milhares de civis palestinos foram mortos no ataque desproporcional realizado pelo Estado de Israel, e que algo tão importante como a questão Palestina seja tratada como secundária ou totalmente ignorada como no caso que estamos vendo agora.”
A segunda é incompreensível, no conteúdo e na forma. Digamos, só para efeito de pensamento, que tivesse mesmo havido silêncio sobre o conflito israelo-palestino, cabe de novo a pergunta: o que os israelenses eventualmente presentes ao campus têm a ver com isso? E, claro!, o DCE não perdeu a chance de atacar a… “mídia”. Países bacanas são Coreia do Norte, Venezuela, Cuba e China: sem “mídia” para atrapalhar. O estado mata à vontade, segundo os mais altos interesses nacionais, sem prestar contas ao “imperialismo”, né? Onde essa gente aprendeu a pensar esse lixo? Deve ser com aqueles professores que assinam a nota do sindicato, que é também um… lixo!
Heinnn?
Um leitor manda-me uma fala do senhor Vilson Serro, presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm). Leiam:
“Tem gente de longe querendo se meter numa guerra que existe há mais de dois mil anos para tomar partido. A UFSM tem que ter liberdade de pensamento”.
Como? O doutor está sugerindo, por acaso, que a “liberdade de pensamento” da UFSM contempla práticas antissemitas? Veja aí, senhor Zalmir Chwartzmann… Esse certamente não é um homem que alimente preconceitos antipetistas, não é mesmo?
Não! Eu não estou nessa porque o comando da educação brasileira está com o PT ou só porque o ensino universitário, há muito tempo, vive sob a ditadura de minorias de esquerda — o que certamente contribui para a sua baixa qualidade. Meus motivos são bem mais amplos.
O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, sim, e o ensino universitário brasileiro tem pouco, ou quase nada, a ver com isso. Em poucos países do mundo, o abismo existente entre aquela que deveria ser a elite do pensamento e do desenvolvimento científico e a economia real é tão largo e tão profundo. Bilhões são torrados por ano no ensino público de terceiro grau para produzir, com as exceções de praxe, proselitismo vigarista e analfabetos morais e funcionais. Mas com a cabecinha lotada de livros que já foram mal lidos por seus mestres. Entro em questões assim em razão disso tudo, mas também porque é o que devo ao mundo civilizado.
A foto
Ah, sim: a foto lá do alto. É do deputado federal petista Paulo Pimenta, nascido em Santa Maria. Ali está parte do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, do qual ele é uma das estrelas. Todas as entidades signatárias daquele malfadado documento cobrando informações sobre a presença de alunos e professores israelenses no campus da UFSM são franjas do PT.
Eu lido com fatos, não com preconceitos. E leio o que as pessoas escrevem, não o que elas dizem ter escrito. Pimenta, aliás, é autor de um artigo sobre Israel. Acreditem! Sabem por que, segundo ele, os judeus escolheram aquele território? O grande intelectual e estudioso, membro do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino explica:
“Israel escolheu a Palestina para ocupar por sua localização estratégica entre três continentes, Europa, Ásia e África, porque a Palestina é o berço das três religiões monoteístas mais importantes do mundo (islamismo, cristianismo e o judaísmo) e, porque é a terra de Jesus e dos profetas.”
Entenderam? Segundo Pimenta, um dos motivos por que os judeus “escolheram a Palestina” é o fato de ser aquela a “terra de Jesus”.
Judeus malvados!
Eu não brinco em serviço, não, doutor Zalmir Chwartzmann. E não gosto que brinquem comigo.
“Assim, esclarecimentos e justificativas mais profundas são devidas pela Universidade Federal de Santa Maria para todo o Rio Grande do Sul e para o Brasil, dada a repercussão nacional do episódio, com responsabilização administrativa de seus subscritores e questionadores, se for o caso.”
“Se for o caso” quer dizer exatamente o quê? Quem pergunta não é um judeu, que judeu não sou. Quem pergunta não é alguém que repudia boa parte das teses do petismo e o barateamento a que está sendo submetido o ensino superior no Brasil. Quem pergunta é o discípulo daquela frase de Terêncio. Não considero o combate ao antissemitismo uma tarefa só dos judeus. É um dever da civilidade. Logo, se julgar procedente, faço, sim, as devidas cobranças.
Sindicato asqueroso
A dita “Seção Sindical dos Docentes da UFSM” — com esse nomezinho bolchevique, de quinta categoria — emitiu uma nota tentando se defender e negar o óbvio. Em vez de se desculpar, em vez de admitir o absurdo, volta a atacar o estado de Israel. Lá se lê que o tal pedido de informação era “parte das ações que visavam por (sic) um fim aos massacres palestinos perpetrados pelo exército de Israel entre julho e agosto do ano passado”. Não, eles não meteram o circunflexo em “pôr”. Reitor analfabeto, sindicato de professores analfabeto. Mas, também nesse caso, o analfabetismo moral é a pior coisa.
Redigida em “petês” castiço, segue a nota:
“Transformar um ato político de defesa dos direitos humanos em uma cruzada de anti-semitismo (sic), buscando estabelecer uma falsa identidade entre a oposição a uma política bélica e imperialista de Estado e a defesa da discriminação racial, representa uma tentativa deplorável de distorcer a realidade em benefício próprio de quem o faz.”
Os asquerosos só se esqueceram de explicar por que, ainda que isso fosse verdade, alunos e professores israelenses deveriam responder, individualmente, por “uma política bélica e imperialista” e por que informar sobre a sua presença no campus ajudaria a “pôr fim ao conflito”.
De resto, o que esperar de uma entidade que chama a política israelense de “imperialista”? É grotesco. É asnal.
DCE
O Diretório Central dos Estudantes, signatário daquele pedido bucéfalo, voltou a se manifestar — embora a diretoria de agora não seja a mesma que encaminhou a solicitação absurda em 2014. Acabou emitindo duas notas a respeito. Na primeira, lê-se esta pérola:
“Lamentamos também que algumas pessoas que se manifestaram agora sobre um possível caso de racismo, inclusive membros da oligarquia da mídia, não tiveram reação semelhante quando milhares de civis palestinos foram mortos no ataque desproporcional realizado pelo Estado de Israel, e que algo tão importante como a questão Palestina seja tratada como secundária ou totalmente ignorada como no caso que estamos vendo agora.”
A segunda é incompreensível, no conteúdo e na forma. Digamos, só para efeito de pensamento, que tivesse mesmo havido silêncio sobre o conflito israelo-palestino, cabe de novo a pergunta: o que os israelenses eventualmente presentes ao campus têm a ver com isso? E, claro!, o DCE não perdeu a chance de atacar a… “mídia”. Países bacanas são Coreia do Norte, Venezuela, Cuba e China: sem “mídia” para atrapalhar. O estado mata à vontade, segundo os mais altos interesses nacionais, sem prestar contas ao “imperialismo”, né? Onde essa gente aprendeu a pensar esse lixo? Deve ser com aqueles professores que assinam a nota do sindicato, que é também um… lixo!
Heinnn?
Um leitor manda-me uma fala do senhor Vilson Serro, presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm). Leiam:
“Tem gente de longe querendo se meter numa guerra que existe há mais de dois mil anos para tomar partido. A UFSM tem que ter liberdade de pensamento”.
Como? O doutor está sugerindo, por acaso, que a “liberdade de pensamento” da UFSM contempla práticas antissemitas? Veja aí, senhor Zalmir Chwartzmann… Esse certamente não é um homem que alimente preconceitos antipetistas, não é mesmo?
Não! Eu não estou nessa porque o comando da educação brasileira está com o PT ou só porque o ensino universitário, há muito tempo, vive sob a ditadura de minorias de esquerda — o que certamente contribui para a sua baixa qualidade. Meus motivos são bem mais amplos.
O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, sim, e o ensino universitário brasileiro tem pouco, ou quase nada, a ver com isso. Em poucos países do mundo, o abismo existente entre aquela que deveria ser a elite do pensamento e do desenvolvimento científico e a economia real é tão largo e tão profundo. Bilhões são torrados por ano no ensino público de terceiro grau para produzir, com as exceções de praxe, proselitismo vigarista e analfabetos morais e funcionais. Mas com a cabecinha lotada de livros que já foram mal lidos por seus mestres. Entro em questões assim em razão disso tudo, mas também porque é o que devo ao mundo civilizado.
A foto
Ah, sim: a foto lá do alto. É do deputado federal petista Paulo Pimenta, nascido em Santa Maria. Ali está parte do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, do qual ele é uma das estrelas. Todas as entidades signatárias daquele malfadado documento cobrando informações sobre a presença de alunos e professores israelenses no campus da UFSM são franjas do PT.
Eu lido com fatos, não com preconceitos. E leio o que as pessoas escrevem, não o que elas dizem ter escrito. Pimenta, aliás, é autor de um artigo sobre Israel. Acreditem! Sabem por que, segundo ele, os judeus escolheram aquele território? O grande intelectual e estudioso, membro do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino explica:
“Israel escolheu a Palestina para ocupar por sua localização estratégica entre três continentes, Europa, Ásia e África, porque a Palestina é o berço das três religiões monoteístas mais importantes do mundo (islamismo, cristianismo e o judaísmo) e, porque é a terra de Jesus e dos profetas.”
Entenderam? Segundo Pimenta, um dos motivos por que os judeus “escolheram a Palestina” é o fato de ser aquela a “terra de Jesus”.
Judeus malvados!
Eu não brinco em serviço, não, doutor Zalmir Chwartzmann. E não gosto que brinquem comigo.
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