Compreendemos
que o Exército Brasileiro limite-se a rememorar os feitos militares da época,
ao dedicar o dia 19 de Abril à simbólica formação da Força Terrestre, como um
culto à histórica vitória em Guararapes, nos idos de 1648.
No entanto,
não se restringe às batalhas contra os holandeses o papel que desempenhou,
ainda, como “forças luso-brasileiras”. Nesta situação, deram início à
unificação nacional que não podia prescindir da língua portuguesa, àquela
época, relegada em favor da “língua geral”, politica e estrategicamente
disseminada pelos jesuítas, que objetivavam a transformação do Brasil no
“Império Teocrático”.
Desde a sua
formação, o Brasil sempre foi vítima de grupos que se empenharam em desviar a
sua trajetória em direção a rumos escusos, diferentes do traçado para o seu
desenvolvimento e projeção como soberana nação. Não conseguiram.
Se a
presença militar do Mestre de Campo português Francisco Barreto de Menezes foi
fundamental na manutenção do idioma luso, coube aos demais participantes,
miscigenados, serem os implantadores da língua pela presença militar em cada
canto em que estivessem.
Sim, a
língua seguiu a tropa e com a tropa acampou; e continua seguindo a tropa e com
a tropa acampando. Graças a esse convívio diário, devemos, ontem, às forças
luso-brasileiras, hoje, ao Exército Brasileiro, a contínua tarefa de manutenção
da unidade nacional, para a qual é essencial a constante transmissão da língua
àqueles que, distantes, precisam integrar-se ao território e identificar-se
como brasileiros pela cultura comum que ela transmite.
Que sejam
repelidos, como apátridas, todos os que tentam destruir a unidade nacional
conquistada com muita luta e sangue; que sejam rechaçados os devotados aos
interesses antibrasileiros; que sejam afrontados os que objetivam o
enxovalhamento da língua, pelo desprezo que a ela dedicam as entidades
educacionais, de onde, hoje, saem grades curriculares mantenedoras da
ignorância e do atraso.
]A presença
do Exército em cada ponto longínquo do país é a garantia de que as unidades
territorial e linguística serão escrupulosamente preservadas, por não
sobreviver uma sem a outra.
Por esta,
entre outras exemplares ações, cumprimentamos o Exército Brasileiro, nesta sua
data de 19 de Abril, pelos 367 anos de gloriosa existência!
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Aileda de
Mattos Oliveira é Doutora em Língua Portuguesa. Vice-Presidente da Academia
Brasileira de Defesa.
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