Por UCHO.INFO
Hora da verdade – Deputada federal pelo PPS do
Maranhão e titular da CPI da Petrobras, Eliziane Gama protocolou nesta
segunda-feira (2) requerimentos de convocação de 23 pessoas para depor na
Comissão criada para investigar a roubalheira na estatal. Além disso, a
parlamentar apresentou requerimento de criação e instalação de quatro
sub-relatorias. Dentre os suspeitos que a deputada quer ouvir estão o
ex-ministro José Dirceu de Oliveira e Silva, condenado no escândalo do Mensalão
do PT; o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto; o
ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci Filho; o senador Fernando Collor
(PTB-AL), o ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco; e o
ex-diretor de Serviços da companhia, Renato Duque.
Eliziane também quer ouvir o ministro da Justiça, José
Eduardo Martins Cardozo, que se enrolou no escândalo no momento em que chamou
para reuniões no ministério advogados de algumas empreiteiras, em especial das
empresas cujos executivos estão dispostos a contar o que sabem. Cardozo será
chamado para explicar os tais encontros aconteceram fora da agenda oficial do
ministro e em caráter reservado.
Já o ex-ministro José Dirceu, que cumpre pena por
envolvimento no Mensalão do PT, é apontado pelo doleiro Alberto Youssef como
beneficiário de recursos pagos por empreiteiras investigadas na operação
Lava-Jato. Parte desse dinheiro, segundo o delator, teria ido para o PT por
meio da atuação de Vaccari e Dirceu.
A deputada maranhense quer que o ex-ministro Antonio Palocci
(governos Lula e Dilma) explique um pedido de “doação” de R$ 2 milhões para a
campanha da presidente da República, à época candidata ao cargo, feito em 2010,
conforme informação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras.
Fernando Collor de Mello, se convocado, terá de explicar o
recebimento de propina resultante de um contrato de R$ 300 milhões, assinado em
2012 entre a BR Distribuidora e a rede de combustíveis São Paulo. O negócio foi
intermediado, de acordo o jornal “Folha de S. Paulo”, por Pedro Leoni Ramos,
emissário de Collor.
O depoimento de Pedro Barusco, segundo requerimento de
Eliziane Gama, “é de extrema importância para a CPI”. Ele foi braço direito de
Renato Duque , que chegou ao cargo por indicação de José Dirceu. A diretoria
comandada por Duque cuidava de projetos e licitações, como a refinaria de Abreu
e Lima e a Comperj, obras cujo custo ultrapassa R$ 200 bilhões. Dois delatores
da Lava-Jato disseram ter pago propina de R$ 97 milhões a Duque e a Barusco em
nome das empreiteiras, como forma de conseguir contratos de cinco obras.
Nitroglicerina pura
Um depoimento que pode causar estrago devastador é o do
empresário Auro Gorentzvaig, que ao lado do irmão luta na Justiça para reaver a
participação da família na Petroquímica Triunfo, que o governo do PT, sem
qualquer cerimônia e seguindo a cartilha usada pelos mafiosos, transferiu para
o Grupo Odebrecht, que atualmente controla o monopólio do setor petroquímico no
País.
Em denúncia enviada ao Procurador-Geral da República, Auro
Gorentzvaig não poupa os responsáveis pela expropriação da Triunfo. Em
determinado trecho do documento (clique e confira a íntegra da denúncia), o
empresário coloca no rol dos artífices do golpe vários políticos conhecidos.
“Os participantes da transação são: Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff,
José Sérgio Gabrielli de Azevedo e Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma
Gorentzvaig.
“No mesmo período, como demonstrou a Operação Lava-Jato, da
Polícia Federal, coincidentemente Paulo Roberto Costa recebeu US$ 23 milhões de
propina em bancos na Suíça. O pagamento foi feito pela Odebrecht, sendo o
diretor de plantas industriais da empresa o senhor Rogério Santos de Araújo”,
destacou o empresário e um dos sucessores de Boris Gorentzvaig.
Extremamente grave, a denúncia enviada ao procurador Rodrigo
Janot foi revelada com absoluta exclusividade pelo UCHO.INFO, que há meses
abriu espaço para um escândalo que pode superar, em valores e manobras, todos
os outros ocorridos até então no Brasil, que há mais de uma década vive à
sombra da impunidade.
Sub-relatorias
Eliziane Grama informou que o PPS quer que a Comissão
Parlamentar de Inquérito tenha sub-relatorias de superfaturamento e gestão
temerária na Petrobras; de constituição de empresas subsidiárias com o fim de
praticar atos supostamente ilícitos; de superfaturamento e gestão temerária na
construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e
navios-sonda; e a última, para relatar denúncias de irregularidades na operação
da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras para a África.
Os alvos dos requerimentos
Auro Gorentzvaig (convite)
Atan de Azevedo Barbosa
Antonio Palocci
Augusto Amorim Costa
Bernardo Schiller Freiburghaus
Cesar Roberto Santos Oliveira
Fernando Collor de Mello
Fernando de Castro Sá
Geovane de Moraes
Guilherme Esteves de Jesus
Joao Vaccari Neto
José Dirceu
José Eduardo Cardozo
Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva
Mário Frederico Mendonça Goes
Milton Pascowitchi
Paulo Okamoto
Pedro Barusco
Renato Duque
Shinko Nakandakari
Venina Velosa da Fonseca
Zwi Skornicki
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