Por Valmir Fonseca Azevedo Pereira
O povo brasileiro é reconhecido mundialmente por possuir uma
série de qualidades e ser assolado por um elenco de defeitos.
Um amigo nos alertou que possuímos como indivíduos, virtudes
e maus hábitos, entre os últimos, alguns que nem percebemos.
No momento, não pretendemos discorrer sobre as qualificações
do povo nem sobre os seus vícios, ou maus costumes, exceto, apenas um, o
egocentrismo arraigado.
O nome parece extravagante, contudo, como logo votaremos,
este é um bom momento para rogar ao povo brasileiro que ao exercer a sua
cidadania, por favor, esqueça por um segundo os seus interesses e pense no seu
Brasil.
Talvez o elemento mais contundente do egocentrismo do homem
nativo seja o abominável jeitinho brasileiro.
As suas consequências para o Brasil são tremendas e
desmoralizantes, basta que vejamos as pesquisas internacionais, onde
despontamos como o País de maior número de homicídios por ano, idem em
acidentes de trabalho, automobilísticos,
de estupros e outros atos desabonadores.
O jeitinho é um velho e carcomido hábito que em geral
sublinha a falta de cidadania e, por osmose, a falta de responsabilidade.
Estamos certos que ao tentar de alguma forma obter vantagem
em tudo, furando filas, entrando em festa sem ser convidado, rodando com carro
no acostamento e uma infinidade de jeitinhos para se dar bem, o agente do
golpe, pode estar buscando alguma vantagem para si, pecuniária ou a satisfação
imoral de ser mais vivaldino que os outros.
Às vezes consegue, e julga que o macete é ser desleal e
malicioso, e assim, considerar - se melhor do que os demais.
Será que por isso, não se importa quem governe o País? Quanto
mais golpista é melhor?
Ou seja, o péssimo cidadão busca obter alguma vantagem,
pagar menos, não pagar, ganhar algo sem fazer nada, e assim por diante. É o
individuo do QI elevado em esperteza.
Este jeitoso individuo é vidrado nos seus direitos, mesmo
que atropele os direitos dos outros, que julga são um bando de trouxas e
imbecis.
O tal de dever é aquela obrigação que só serve para os
idiotas. Como muitos pensam e agem assim, é fácil entender por que estamos à
matroca.
Hoje, próximos à votação, o nosso apelo é muito pequeno,
apenas imploramos ao esperto nativo, que por um segundo, se esqueça das
vantagens peculiares que a sua votação poderá trazer para si, e por uma boa
ação no ato, vote em benefício da Pátria.
Acorda moleque inzoneiro, malandro de esquina, comedor de
gilete e de outras guloseimas. Desperta, abra os olhos e veja que o País afunda
pela sua omissão, ou melhor, submissão e falta de patriotismo.
Na prática, estamos implorando a você, que por um breve
momento, seja um cidadão. Simples assim.
Pense na Pátria, no bem comum, vote consciente, num ato que
se transforme em beneficio da Pátria e, portanto, no seu futuro e dos demais.
Sabemos que é difícil alguém pensar nos outros, ainda mais
que cercados por cretinos, parece que o restante não vale nada. Ledo engano, a
maioria é aquela que cumpre as suas obrigações.
Os patifes, os corruptos e corruptores são poucos em relação
aos 200 milhões de brasileiros, e, portanto ao alijá - los de seu voto, você
estará praticando a cidadania.
Não estamos citando em quem você deverá votar, pois a
escolha é sua, mas mire a nossa ideológica educação, a nossa moribunda saúde, a
nossa insegurança pública, a nossa ultrapassada infraestrutura, o bacanal de
orgia das greves, e veja como estamos à beira de um profundo abismo.
Você que votará, deve ter capacidade para realizar uma boa
escolha e por certo é lúcido o suficiente para avaliar como vamos mal, após
mais de uma década de irresponsabilidades, um período em que grassou a
impunidade, a corrupção e o desmando institucionalizado.
Acordar disposto a ser um cidadão brasileiro, votando pelo
futuro desta maravilhosa terra é tudo que pedimos, ou melhor, imploramos, para
o seu e para o nosso bem, e para os futuros cidadãos brasileiros.
Acorda, desligado, despreocupado e desinteressado e entra na
nossa imensa fila para expurgar a virulenta praga que corre nas veias da Pátria
e tem prostrado uma Nação, em coma econômico - financeiro e moral.
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Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada,
reformado.
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