Por Gen Bda Paulo Chagas
A Nação brasileira tem sido vítima de uma inteligente
estratégia de construção de um pensamento hegemônico, batizado de
“politicamente correto”. A partir da escola e da mídia, ela invade nossos
lares, buscando intimidar-nos e acovardar-nos, rotulando de retrógrados e
maçantes todos aqueles que, ao não se permitirem a contaminação, insistem em
contrapor-se ao processo.
Trata-se da criação e da difusão de interpretações uniformes
e convenientes de idéias e fatos, fazendo com que as pessoas aceitem como
corretas apenas as versões apresentadas pelos que têm o cinismo e o poder para
disseminá-las. É a massificação do conhecimento, de forma a tornar mais cômodo
pensar como querem seus ativistas, porque este passa a ser o “pensamento de
todos”.
Contrapor-se a uma mentira convenientemente plantada,
procurar e comprovar a verdade, mesmo que ela esteja saltando aos nossos olhos
e gritando à nossa consciência, deve tornar-se tarefa cansativa, infrutífera e
enfadonha, de forma a inibir quaisquer iniciativas ou manifestações de
desagrado ou desacordo, e, ao mesmo tempo, valorizar esfarrapadas, mas
“simpáticas”, falsidades em detrimento da “desagradável” realidade.
Fica, assim, mais fácil aderir e render-se à mentira ou à
postura recomendada do que impor-se a elas. Passa a ser mais conveniente e
socialmente apropriado não ferir a sensibilidade dos mentirosos ou dos
hipócritas, porque isto poderá atrair a sanha destruidora dos intelectuais
orgânicos, ou seja, dos cretinos encarregados da difusão da versão
“politicamente correta”, ou oportunista, dos fatos e das idéias.
Essa estratégia, que aprisiona e inibe sentimentos e
manifestações, tem o poder de transformar heróis em bandidos, orgulho em
vergonha, triunfo em derrota! Ela tem obrigado à escolha cuidadosa de palavras
e meios para descrever a verdade, não por imposição dos bons costumes ou da
convivência e da harmonia social, mas para prevenir as retaliações dos
encarregados de ridicularizá-la e reprimi-la.
A omissão e o retraimento passaram a ser as atitudes
esperadas e, supostamente, recompensadas para os que, mesmo podendo
contrapor-se ao discurso e às atitudes do “intelectual coletivo”, com ele
convivem em falsa harmonia, “pisando em ovos” para não despertar-lhe a ira.
O próprio Antonio Gramsci, mentor da hegemonia do
pensamento, condena esta atitude: “Odeio os indiferentes. Acredito que viver
significa tomar partido. [...]. Quem de verdade existe e vive não pode deixar
de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, é covardia!”
É tempo e é preciso, portanto, que os brasileiros de bem e,
principalmente, as Instituições Nacionais, constitucionalmente comprometidas
com a defesa do Estado e dos fundamentos democráticos, ocupem seus espaços e
vençam a indiferença! É preciso reagir, com as armas da liberdade e da verdade,
enquanto há tempo, para criar obstáculos à conveniência e à submissão
totalitária à uma mentira que nos quer aprisionar a partir das mentes e das
consciências, criando instituições e cidadãos abúlicos, parasitas e covardes!
Fonte: A VerdadeSufocada
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