Por Pedro Vitor Souza*
Já se passaram 50 anos desde o golpe militar e ao que parece
o brasileiro não tem dado o devido valor à liberdade que conquistou. Embora não
seja incomum ouvir, principalmente em discursos políticos, palavras tristes de
lembrança da época em que esse país vivia em um regime autoritário, mas nas
urnas eletrônicas a população brasileira há anos tem votado contra a
democracia. Muitos alertas foram dados. A nefasta história política e
ideológica da nossa presidente, hoje, é conhecida e muitas vezes divulgada.
Infelizmente, parece ter sido em vão, pois tais alertas simplesmente foram
ignorados, ou não chegaram ao conhecimento da maior parte da população.
Portanto, com este intuito, farei aqui um pequeno balanço das medidas
totalitárias tomadas pelo Partido dos Trabalhadores nos anos em que se instalou
no governo federal.
Deve-se notar primeiramente que durante os 12 anos de
governo do PT ocorreram notáveis aproximações do Brasil com regimes que não tem
apreço nenhum pela democracia, sendo que este ponto foi citado, por José Serra,
nas ultimas eleições, na qual fazia oposição a então candidata Dilma Rousseff.
A verdade é que financiamos obras em Cuba e nutrimos relações com países como
Irã. Somos grandes parceiros da Venezuela, Rússia e até mesmo da China. Seria até justificável, se tais parcerias ao
menos fossem importantes para o comércio internacional, ou se a sobrevivência
da econômica do Brasil estivesse intrinsecamente ligada a algum destes países.
Mas o que vemos, na maioria das vezes, é justamente o contrário. A Venezuela,
por exemplo, atua como uma verdadeira sanguessuga, pois tem a sua economia
drasticamente prejudicada pelo sistema socialista vigente, e nenhuma riqueza
tem a oferecer ao Brasil.
Outra relação que diz bastante sobre as verdadeiras
características ideológicas e os planos de dominação do PT é a ligação, não
apenas ideológica, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Nenhum governante do partido tomou medidas de combate a este grupo terrorista
durante todo esse tempo, enquanto, com um olhar nas estatísticas, verificamos
que o consumo de drogas ilegais no país subiu vertiginosamente durante os
últimos anos. Não entrarei em discussão sobre legalização ou legitimação da
proibição do consumo de droga alguma, pois posições das mais variadas a esse
respeito estão presentes mesmo no meio liberal, apenas posso dizer que, sendo
hoje proibido, foi delegada ao estado a função de impedir entrada das drogas
ilegais nas fronteiras legais do país, mas isto não está acontecendo. O estado,
dominado por um partido ligado as FARC, tem cada vez policiado menos as suas
fronteiras, consequentemente facilitando o consumo e venda dos mesmos ativos
ilegais e maximizando o lucro dessa organização criminosa, que tem no
narcotráfico um dos seus principais meios de arrecadação de fundos. Vale
lembrar também que um dos chefões das FARC, o falso Padre Olivério Medina, mora
no Brasil na condição de “refugiado político”, 0desde 2006. Dele se diz ser um
“ex-terrorista”.
A Secretaria Nacional de Justiça teve sua função totalmente
distorcida pelo atual governo e seu antecessor, o presidente Lula, sendo hoje
uma instituição que em constante descrédito. Cito aqui o livro Assassinato de
Reputações, de Romeu Tuma Jr, no qual o autor afirma que recebia ordens para
atacar os adversários políticos do PT, do Palácio do Planalto, da Casa Civil, e
até mesmo do próprio Ministério da Justiça. Vazando documentos considerados
sigilosos. Essas são apenas algumas das muitas medidas autoritárias tomadas no
âmbito da justiça. Podemos olhar para o próprio Supremo Tribunal Federal, que
hoje opera sem autonomia nenhuma, com ministros indicados apenas com o objetivo
de favorecer os interesses da presidência da república, muitas vezes tornando mais
lento o andamento de alguns processos e até mesmo mudando o resultado, por
maioria de circunstância. O aparelhamento avança em todas as direções e chegou
até aos órgãos que nunca foram usados para fazer política desta forma, como a
Receita Federal, com a tal contabilidade criativa, usada para camuflar o
fracasso do governo em controlar o gasto público, e o IPEA, que costuma ser
conhecido pelos seus técnicos sérios, muitos com trabalhos reconhecidos
internacionalmente, e que tem suas pesquisas usadas para promover a luta de
classes e seguir com a política de vitimização de alguns grupos.
No âmbito econômico este governo se mostra um desastre.
Aumentou-se o gasto público de maneira irresponsável, todas as políticas de
“estímulos” tem se mostrado fracassadas, além do que, o velho método de se
presentear com juros do BNDES apenas os “amigos do rei”, ou no caso, da rainha,
continua em vigor e avança constantemente. A inflação tem se descontrolado
paulatinamente; devo alertar que não faz tanto tempo assim em que a nação
sofria com um descontrole inflacionário que, com as variações de valor da
moeda, prejudicava todo o conjunto das pessoas, além, é claro, de ser um dos
mais poderosos concentradores de renda conhecidos, o que nos faz refletir sobre
as promessas de diminuição de desigualdade social repetidas interminavelmente
pelos políticos do Partido dos Trabalhadores. Ora, como diminuir a desigualdade
social, estimulando um grande concentrador de renda, como a inflação? E não
para por ai, desde o governo do presidente Itamar Franco, importantes mudanças
no que se diz respeito às políticas econômicas vinham acontecendo, como
privatizações, lei de responsabilidade fiscal, diminuição de alguns tentáculos
do estado, e o gasto público estava, de certa maneira, enxugado. Depois de
tantos anos é possível afirmar veementemente que o atual governo retrocedeu em
todas as áreas. Alguns desses retrocessos têm terríveis efeitos de longo prazo,
mas mesmo hoje, no curto prazo, já é possível notar a perda constante da
competitividade do país e um crescimento pífio dos setores da economia.
As estatais; aquelas que há tempos deveriam ter sido todas
privatizadas, hoje operam no vermelho e tem seu valor diminuído. O
aparelhamento também chegou a elas. Servem basicamente como cabides de emprego
e também como meios do partido executar suas medidas populistas. Os bancos
estatais costumam baixar juros na marra, prejudicando todos os bancos
privados. Sem falar a Caixa Econômica
Federal, nos últimos anos, tem emprestado dinheiro e feito financiamentos a
pessoas que provavelmente não terão meios de paga-los. Se atualmente o governo
já usa a tal contabilidade criativa pra mascarar seus gastos exacerbados; o que
sugere que a situação financeira é ruim, então imagine só quando a conta da
Caixa Econômica chegar? Este é apenas um exemplo. Diversas irregularidades
pairam sobre as estatais. A própria Petrobrás compra sucata a preço de ouro em
Pasadena, e ao que parece esta é só a ponta ao iceberg.
Não podemos esquecer-nos da tão falada Copa do Mundo de
Futebol, onde o Estado mostra todo o seu poder, usando o dinheiro pelo qual
trabalhamos e que por eles foi confiscado, via imposto, para fazer algo que a
grande maioria dos brasileiros considera inútil. De certa forma, a rejeição que
o evento tem desperta alguma esperança de mudanças, tendo em vista que
inicialmente a realização do evento era uma medida populista, que deixaria o
país em um clima de festa e facilitaria a reeleição da senhora Rousseff, porém,
ao que parece, está ocorrendo o efeito contrário.
Em contrapartida, há algum sentimento de esperança.
Lembro-me que foram (e são) propostas inúmeras regulamentações que visam
censurar e controlar de maneira autoritária tudo o que pode ser usado de arma
contra a coerção estatal. Estatuto do desarmamento, marco civil da internet e,
mais recentemente, Lula chegou a dizer, sob aplausos da mesma esquerda que
lutava contra o regime militar, que o Brasil precisa de um marco regulatório da
imprensa. Essas e outras medidas têm nos mostrado a verdadeira face (totalitária)
destas pessoas que tomaram de assalto todas as instituições públicas do país.
Como costumo ser otimista, tenho esperança de que, com o cair da máscara que
eles próprios criaram, este partido seja retirado pelos mesmos votos que o
colocou lá, para que possamos sonhar em voltar a crescer e possamos, ao menos,
dormir em paz, com nossas liberdades básicas garantidas. Não temos grandes
oposicionistas no país e os poucos não ousam hastear bandeiras mais liberais do
que as comumente levantadas. Nenhum partido político nunca foi tão nocivo às
liberdades como o PT é hoje, como nota-se neste pequeno balanço.
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*Pedro Vitor Souza é Estudante
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