É… Guardem este nome: Labogen Química Fina e Biotecnologia.
Segundo a Polícia Federal, trata-se de um dos braços do esquema de lavagem de
dinheiro do doleiro Alberto Youssef, o mesmo que levou à prisão o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, que colaborou com o rolo da refinaria de
Pasadena.
Pois bem: essa tal Labogen assinou com o Ministério da Saúde
um contrato de R$ 150 milhões para o fornecimento de citrato de sildenafila, o
princípio ativo do Viagra. A PF descobriu que essa “empresa” não tem planta
industrial e que o remédio seria fabricado por outro laboratório, ao qual a
Lobogen repassaria 40% do contrato. Ou por outra: segundo a Polícia, a turma
pagaria R$ 60 milhões pelo remédio e embolsaria nada menos de R$ 90 milhões.
Uma beleza!
“Eles” estão começando a perder qualquer modéstia, né? Os
escândalos subiram de patamar. Já começam na casa dos R$ 100 milhões. Leiam
reportagem publicada na VEJA desta semana.
Pré-candidato petista ao governo de São Paulo nas eleições
deste ano, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha é citado nominalmente no
inquérito da Polícia Federal que investiga a rede de lavagem de dinheiro
comandada pelo doleiro Alberto Youssef. Em um dos relatórios da Operação
Lava-Jato, há ainda uma foto de Padilha ao lado de um homem que os
investigadores apontam como laranja de Alberto Youssef, no ato de assinatura de
um contrato que levou a investigação para dentro do Ministério da Saúde.
A imagem foi interceptada pelos agentes na caixa de e-mails
de um dos investigados. O contrato foi assinado por Padilha com a Labogen
Química Fina e Biotecnologia, uma empresa que, segundo a Polícia Federal, é
tudo menos um laboratório farmacêutico, e ainda assim foi contemplada com uma
parceria em que planejava receber 150 milhões de reais em vendas de remédios
para o ministério. Um grande — e suspeitíssimo — negócio.
Pelo modelo de contratação adotado, o Ministério da Saúde
escolhe empresas privadas dispostas a fazer parceria com laboratórios públicos
para a produção de remédios. A Labogen, com sede em São Paulo, foi uma das
escolhidas no ano passado para fornecer citrato de sildenafila, medicamento com
o mesmo princípio ativo do famoso comprimido azul para disfunção erétil. O
ministério informou que as empresas interessadas em firmar parcerias passam por
um rigoroso processo de seleção e análise de capacidade técnica que envolve
vários órgãos públicos. No papel, segundo o ministério, a situação da Labogen
estava o.k.
No mundo real, a polícia concluiu que a Labogen
não tem uma planta industrial e passa longe de ser uma companhia de porte,
compatível com os valores milionários a ser recebidos do governo. Documentos
juntados no inquérito mostram que, na verdade, os remédios seriam fabricados
por um outro laboratório, de Goiás, ao qual a Labogen repassaria 40% do valor
do contrato. Sem produzir um único comprimido, a empresa do doleiro pretendia
faturar 90 milhões de reais. Os sócios da Labogen figuram como titulares de
remessas milionárias para contas no exterior, operações que os investigadores
dizem ser simuladas. A empresa tinha planos de ampliar a lista de remédios a
ser fornecidos ao governo. Diz a PF: “Pode-se estar diante, portanto, de mais
uma ferramenta para sangria dos cofres públicos”.
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