Às vésperas do aniversário de 50 anos do golpe de 1964, o
centro de São Paulo foi palco neste sábado de dois protestos com bandeiras
opostas.
Manifestante pediam a volta dos militares ao poder |
De um lado, a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade,
em que manifestantes pediam a volta dos militares ao poder.
A ideia era reeditar a famosa marcha anticomunista de mesmo
nome, que reuniu centenas de milhares de pessoas no centro da capital paulista
em 19 de março de 1964.
Na ocasião, grupos de classe média da cidade saíram às ruas
para protestar contra o comunismo, em um ato que acabou abrindo caminho para o
golpe militar, que culminou poucos dias depois, em 1º de abril.
Convocada pelo Facebook, a marcha tinha mais de 2 mil
confirmados. Segundo estimativas da PM, cerca de mil pessoas participaram.
A marcha começou na Praça da República às 15h e seguiu até a
Praça da Sé – exatamente o mesmo trajeto da marcha de 64.
A poucas quadras dali, também às 15h, tinha início a Marcha
Antifacista – Contra a Ditadura, que lembrava os horrores das torturas e das
mortes ocorridas no período.
Os manifestantes partiram da Praça da Sé e caminharam até o
prédio onde funcionou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de
Operações de Defesa Interna do 2º Exército (DOI-Codi), no bairro da Luz.
No momento em que passava pelo Largo General Osório, o
protesto reunia cerca de 800 pessoas, segundo a PM.
Os dois grupos não chegaram a se encontrar durante as
marchas, e a PM formou cordões de isolamento para evitar confrontos.
Somente incidentes isolados foram registrados durante os
dois protestos, com a detenção de manifestantes que fizeram provocações na
marcha oposta.
Enquanto na Marcha Antifacista os manifestantes entoavam
gritos como o de “Abaixo a Ditadura” e “Não ao Golpismo”, do outro lado do
Centro, o que se ouvia eram frases como “Um, dois, três, quatro, cinco mil,
queremos os militares protegendo o Brasil” e “um, dois, três, Dilma no xadrez”,
de acordo com a Agência Brasil.
Confronto no Rio
O Rio também abrigou duas marchas opostas. No entanto, os
manifestantes cariocas contra e a favor de uma intervenção militar no Brasil
acabaram entrando em confronto durante algumas ocasiões em que ambas as marchas
se encontraram.
Ainda segundo a Agência Brasil, o conflito
ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, no centro da cidade, quando
manifestantes opositores trocaram socos e chutes. Policiais militares do
Batalhão de Grandes Eventos usaram então cassetetes e balas de borracha para
acabar com a confusão.
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