sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Cuba é um objeto de museu



Amanhã, sexta-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, estará em Havana. Participará da reabertura da embaixada dos Estados Unidos. Ele vai hastear a bandeira do país dele, que só aparecia em Cuba para ser queimada, em protestos patrocinados pelo governo. Isso desde 1961, quando os dois países romperam relações diplomáticas. 

E vejam que curioso. Kerry é o primeiro chefe da diplomacia americana a pôr os pés em Havana em 70 anos. E mesmo sendo uma coisa bem excepcional, ele não vai ser recebido pelo ditador Raúl Castro. Para compensar, ele tem encontro marcado com líderes de grupos de dissidentes políticos. Mesmo assim, existem razões para comemorar essa reaproximação decidida no finalzinho do ano passado, e que é um episódio importante para a redemocratização da ilha do Caribe. Na minha opinião, Cuba é um objeto de museu. 

O socialismo por lá está envelhecido. Está coberto de poeira. A população já deu sua quota de sacrifícios, nesses 66 anos de regime comunista. E ela está sendo ainda sacrificada pelo embargo comercial dos Estados Unidos. Barack Obama anunciou no mês passado que pretende suspender o embargo. Mas não depende dele. Depende do Congresso, onde a oposição do Partido Republicano tem maioria na Câmara e no Senado. Esses deputados e senadores da direita sabem que o comércio com Cuba representaria muito pouco para os americanos. Mas ficam bloqueando as coisas pelo valor simbólico que elas têm. 

E no falar em Cuba, hoje Fidel Castro está completando 89 anos. O ex-ditador se afastou há quatro anos de seus cargos oficiais. Ele esteve muito doente. Já aposentado, Fidel virou blogueiro e escreve artigos para a imprensa oficial. Publicou um texto hoje. 

Em lugar de comentar a reabertura da embaixada americana, ele exigiu que os Estados Unidos paguem indenizações por causa do embargo comercial. Ele pode até ter razão. Mas vou dizer para vocês uma coisa: esse Fidel Castro me cansa. É assim que o mundo gira.

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