Perto de ser tirada do poder, a comandanta-em-chefa Dilma
Rousseff sofreu a primeira demonstração pública de descontentamento com a
situação nacional feita por um Oficial General de quatro estrelas, em serviço
ativo, e no comando de um dos mais importantes cargos do nosso Exército. O
Comandante Militar do Sul, General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão,
aproveitou um comentário no final da ordem do Dia do Comandante do Exército em
25 de agosto (Dia do Soldado), em Porto Alegre, para mandar um recado:
"Eu não poderia deixar de complementar a Ordem do Dia
do Exmo Sr. Gen Peri. Dirijo-me aos meus Oficiais, Subtenentes, Sargentos,
Cabos e Soldados, da ativa e da reserva. Ainda temos muitos inimigos internos
que impedem o nosso caminho rumo ao progresso e à democracia. Mas se enganam
aqueles que nos imaginam desprevenidos ou
despreparados. ELES QUE VENHAM!". No que a tropa, devidamente
treinada, respondeu de bate pronto: "SERÃO DERROTADOS".
O recado militar ganha repercussão, circulando nos e-mails de
generais da ativa e da reserva, com o título “Atenção à manobra”. As palavras
do General Mourão foram ouvidas, na solenidade, pelo Chefe do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas, General de Exército De Nardi. Desde ontem, no
Ministério da Defesa, já se especula sobre uma “reprimenda ao General crítico”
que o ministro Celso Amorim encomendaria ao Comandante do Exército, General
Enzo Peri. No Palácio do Planalto, a recomendação é não colocar lenha no
episódio para não fomentar o ambiente para uma crise militar em final de
governo.
A mensagem do General Mourão foi interpretada como uma
advertência direta à Comissão da Verdade e ao Procurador Geral da República,
Rodrigo Janot, pela recente manifestação em defesa de uma reinterpretação, na
prática, da Lei de Anistia de 1979, para adequá-la aos tratados internacionais
do Brasil sobre direitos humanos. O jogral do General, mandando os inimigos
virem, com a tropa respondendo que serão derrotados é uma prova direta da
desmoralização final do governo do PT.
Em conversas reservadas, os militares já se preocupam,
seriamente, com o novo governo que se desenha pela via da indução das pesquisas
eleitorais. Nas Forças Armadas, uma eventual vitória de Marina Silva é vista
como “um grande atraso, um retrocesso institucional” – na visão de vários
oficiais generais da ativa. Mesmo que Marina, cautelosamente, já tenha repetido
em entrevistas que não mexerá na Lei de Anistia, os militares a consideram “uma
incógnita radical que pode acelerar a marcha do Brasil a uma hegemonia de
esquerda autoritária e populista, pela via de conselhos populares e grupos de
protesto organizados”.
No meio militar, a previsão é de um ano de 2015 com “crises
de vários tipos”.
Done for you
O economista chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, e o economista
Caio Megale, assinam um paper a investidores internacionais, em inglês,
advertindo que a “estratégia do comitê de política monetária do Banco Central
do Brasil não contempla uma redução da taxa selic em um futuro próximo:
“No entanto, a inflação perto do limite superior da meta,
aumentos adicionais dos preços administrados previstos para 2014 e 2015 e uma
depreciação provável do real nos próximos trimestres parecem não deixar espaço
para uma menor taxa de juros no futuro próximo, em nosso ponto de vista. Assim,
mantemos o nosso apelo de que a taxa Selic será mantida em 11% até o final de
2015”.
O recado parece feito para você, investidor de fora, que
deseja continuar faturando alto com os juros no Brasil...
Desgraça dos juros
O vice-presidente do Sinditêxtil-SP (Sindicato das
Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo), Francisco José
Ferraroli dos Santos, acredita que, após o péssimo resultado do PIB, com
recessão técnica, e o aumento da inflação, não há mais espaço para a utilização
da política de juros altos, que foi mantida ontem pelo Copom do BC do B:
“Os juros altos são um remédio inútil contra a inflação,
além de contribuírem para o enfraquecimento da economia nacional. Outros
fatores agravantes desta situação são os impostos e taxas demasiadamente
onerosos, inclusive incidentes sobre investimentos e folha de pagamentos; os
fretes, cada vez mais atrasados e caros, majorados pela precariedade dos
transportes e a burocracia exacerbada. Precisamos definir estratégias de longo
prazo, desonerar efetivamente a produção, remover o controle artificial da
inflação e oferecer ao mercado um cenário claro e transparente para estimular
os investimentos produtivos”.
O triste é que nenhum dos candidatos à Presidência deixa clara
a intenção de baixar os juros e mexer com rentabilidade dos bancos – grandes
gargalos para a economia brasileira voltar a ser viável e produtiva para quem
trabalha e investe...
Propaganda sem graça
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu, na sessão desta
quarta-feira, multar a presidente da Petrobras, Graça Foster, em R$ 212 mil,
por propaganda veiculada pela estatal de economia mista dentro do período
vedado pela lei eleitoral e com caráter eleitoral.
Graça Foster vai recorrer da decisão ao próprio TSE, com
embargos declaratórios, contra a punição pela publicidade da Petrobras que
tinha o seguinte texto:
"A gente faz tudo para evoluir sempre. Por isso,
modernizamos nossas refinarias e hoje estamos fazendo uma gasolina com menos
teor de enxofre. Um combustível com padrão internacional que já está nos postos
do Brasil inteiro. Para levar o melhor para quem conta com a gente todos os
dias: você".
Novidade
A multa máxima de 100 mil Ufirs foi aplicada à pessoa física
da presidente da estatal e não à Petrobras.
Os ministros Luiz Fux, João Otávio Noronha e o presidente do
TSE, Dias Tóffoli, concordaram com Gilmar Mendes que era preciso elevar o valor
da multa, para que tivesse um “efeito educativo”.
Os ministros Admar Gonzaga, Luciana Lóssio e Maria Thereza
até tentaram aliviar o valor para menos...
Quebradeira
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