A Vivo garante a segurança total da rede de internet sem
fio, criptografada, usada pela Presidência da República. Por isso,
especialistas em informática consideram inconsistente a desculpa esfarrapada
oficial do governo Dilma Rousseff – cuja assessoria de campanha reeleitoral
cometeu ontem a covardia de não comentar a gravíssima denúncia de que algum
funcionário no Palácio do Planalto alterou, com mentiras, na Wikipédia, os
perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, das
Organizações Globo, em maio do ano passado.
Pior que a barbaridade cometida – mais petralhice que tende
a dar em nada, mesmo se for investigada com rigor – é a versão fantasiosa que
circulou ontem nos bastidores da sede presidencial. Alguns membros do governo
chegaram a sugerir uma impossível invasão, por hackers militares, do Internet
Protocol do Palácio do Planalto. Na inventiva teoria conspiratória palaciana,
teria sido praticada uma vingança fardada contra Miriam Leitão – que vem
detonando o regime de 1964, através da exumação histórico-editorial do caso
Rubens Paiva. O problema é como aplicar a mesma “tese” maluca para justificar a
sacanagem contra o Sardenberg... Os milicos ficarão PTs da vida ou vão morrer
de rir com mais esta tortura mental...
O Globo denunciou que o IP 200.181.15.10, da Presidência da
República, foi usado na enciclopédia colaborativa virtual para fazer alterações
em maio do ano passado. O governo confirmou que “o número do protocolo de
internet (IP) citado pela reportagem é o endereço geral do servidor da rede sem
fio do Palácio do Planalto”. O triste foi a interpretação oficial para o
incidente: “Isso significa que qualquer pessoa que utilizou essa rede via
internet móvel terá como endereço de saída este número geral de IP. Por isso,
não é possível apontar com segurança a identidade de quem alterou os textos
citados pela reportagem a partir deste número de IP em maio de 2013”.
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que tem
arquivado sucessivas denúncias contra o governo Dilma, alegando falta de
provas, já avisou que tal caso merece investigação rigorosa. Por isso, o líder
do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), correu ontem e protocolou uma
representação pedindo que se investigue o uso da rede de internet do Palácio do
Planalto na alteração criminosa dos perfis dos jornalistas Míriam Leitão e
Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia.
O parlamentar também apresentou requerimento na Câmara
pedindo a convocação do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República, Thomas Timothy Traumann, sobre o escândalo – que
deveria ser o “Watergate” da Dilma. O líder do DEM, Mendonça Filho, pedirá a
convocação de dois ministros: o general José Elito Siqueira, do Gabinete de
Segurança Institucional, e Aloísio Mercadante, da Casa Civil, para que
expliquem o inexplicável.
Uma brincadeira criminosa dessas só pode ter sido obra do
ente ficcional chamado “Palhaço do Planalto”...
Demita-se o “servidor”?
A solução mais recomendável para este caso, no melhor estilo
do governo que nunca sabe de nada, seria a imediata “exoneração” do tal
"Servidor de IP".
Se já não mandaram ele embora ontem, é alto o risco de se
descobrir o autor da petralhice contra Miriam e Sardenberg.
Talvez, uma boa desculpa, seja jogar a culpa em alguém da
NSA (a agência de segurança do governo dos EUA) que foi acusada de espionar o
governo brasileiro, a Dilma, os petistas e a Petrobras...
Suspeito silêncio
A Assessoria de campanha de Dilma Rousseff preferiu,
covardemente, não tratar do assunto.
Mas os três candidatos à Presidência, Aécio Neves, Eduardo
Campos e Pastor Everaldo sentaram o verbo no governo:
Bronca do Aécio: “É lamentável o desrespeito que setores do
governo demonstram ao contraditório. Talvez ninguém mais do que eu tenha sido
vítima da intolerância criminosa de setores do partido do governo, como já
comprovado em vários casos. É preciso que essas denúncias sejam investigadas a
fundo e os responsáveis punidos. Mas também é necessária uma palavra da
presidente da República que, em última instância, é responsável pelas pessoas
que nomeia e pelo que ocorre na sede do governo brasileiro”.
Bronca do Campos: "É inaceitável e gravíssimo ver o
Palácio do Planalto transformado em bunker para ataques anônimos, e portanto
covardes, a qualquer pessoa. Mais ainda quando as vítimas são jornalistas, que
devem ser protegidos e respeitados em sua função de analisar, opinar e
criticar. Espero que a Justiça aja também para impedir a transformação das
instituições da república em porões da disputa eleitoral".
Bronca do Everaldo: “Eu defendo a liberdade de imprensa e
sou contra o marco regulatório da mídia. Condeno esse tipo de atitude que não
combina com o espírito democrático e se for algo feito pelo Palácio do
Planalto, é ainda mais degradante, inadmissível, porque demonstra o espírito
totalitário que não permite opiniões contrárias”.
Batismo no Fogo...
Convertida reeleitoral
Errando na mão
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