Camila Jourdan, a Salomé dos black blocs, quer brincar
comigo…
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Oba! Hoje tem festa! A professora e doutora Camila Jourdan —
a Salomé dos black blocs — resolveu responder a um post que escrevi aqui no
blog, em que demonstro que ela usa prova de filosofia para fazer proselitismo
político de baixa extração. Doeu. Tanto doeu que ela respondeu. E resolveu,
arrogante como é — o que eu já tinha percebido —, brincar de senhora do
“discurso competente”, como diria Marilena Chaui, a decana da ideóloga disfarçada
de filósofa.
Por que ela está tão bravinha? Porque caiu nas graças da
imprensa — que seus amiguinhos chamam “mídia” —, onde se podia ler que, apesar
de ela se misturar a extremistas, seria uma intelectual preparada. Sua “prova”
denuncia o contrário. Não passa de uma prosélita vulgar. Mas vamos à resposta
em que a black bloc decide posar de grande pensadora.
*
“Vou repetir aqui os comentários que fiz na postagem de um
amigo, pois isso precisa ser divulgado. Eu normalmente não leio a mídia falando
de mim para evitar a fadiga e o estresse, mas depois do comentário deste amigo
não pude deixar de ler o link abaixo e responder. Reinaldo Azevedo, desastre
intelectual é você não sabe sequer o que é uma falácia (meus alunos do primeiro
período poderiam talvez ajudá-lo), a avaliação demanda uma simples
formalização, não demanda qualquer avaliação de validade até porque, em sua
maioria, as proposições que devem ser formalizadas não são sequer argumentos.
Não que você saiba o que é validade ou o que é um argumento, já que não sabe
sequer o que é uma falácia. Você tem mesmo, Reinaldo, que olhar cheio de
vergonha para a prova, já que não é sequer capaz de entendê-la, muito menos de
resolvê-la. Falar bobagens sobre a prova é mole, quero ver me enviar ela
resolvida. Mas já que você não sabe o que é formalização, acredita que estou
defendendo posições com a questão e, assim, doutrinando alguém. Por outro lado,
você sim está doutrinando quando fala de algo que poucos conhecem como se
conhecesse e, portanto, leva as pessoas a acreditarem que se trata do que você
falou (ah, isso sim é mesmo uma falácia!). Outra coisa: as formalizações
excluem o conteúdo (claro que você não sabe a diferença entre forma e
conteúdo), por isso o professor ou autor pode usar o conteúdo que quiser. Os
conteúdos atuais são atrativos aos estudantes e este é o caso do conteúdo na
prova em questão. Se isso passa mensagens independentes da matéria, isto é,
independente do que está sendo avaliado (de tal modo que qualquer um pode
discordar de mim e tirar 10, desde que saiba formalizar, o que não é o seu
caso) é outra questão, e é, de qualquer modo, inevitável qualquer que seja o
conteúdo escolhido. Natural que eu passe as mensagens que eu acredito, não que
o aluno precise concordar com isso para acertar a formalização. Ninguém nunca
reclamou das mensagens reacionárias que um dos manuais mais famosos de lógica,
do Copi, utiliza em seus exemplos, defendendo explicitamente o EUA durante a
Guerra Fria. Bom lembrar que este foi, e ainda é hoje, o livro de Lógica mais
adotado nas escolas e universidades. Mas é claro que Reinaldo Azevedo não sabe
disso porque ele jamais estudou lógica. Só mais uma coisa, tenho que agradecer
por terem divulgado minha prova, tenho muito orgulho dela. ” (Camila Jourdan.
06.08.14)
*
Respondo
Isso é professora de filosofia sem SEQUER saber empregar a
palavra “sequer”, tropeçando de modo vergonhoso na regência verbal. Então tire
a máscara, mocinha, e vamos falar como gente grande, sem explosivos na mão. De
todo modo, interessante o estilo: imaginem o efeito que ela provoca em
jovenzinhos assanhados, com a testosterona à flor da pele e sem nenhum livro na
cabeça. Como não sou candidato a seu namorado…
Embora ela apele a um trololó mal digerido sobre a distinção
entre forma e conteúdo — acha que me assusta com essas distinções de meados do
século passado… — para negar que sua prova seja proselitismo intelectualmente
vigarista, admite, sim, que está, como é mesmo?, “passando mensagens”, não é?
Como ignorar esta maravilha de terceira categoria intelectual, redigida num
português de quinta: “Natural que eu passe as mensagens que eu acredito (…)”.
Não! O natural é que a senhora dote seus alunos de instrumentais para pensar
por conta própria. A sua militância pessoal não tem de ser levada para a sala
de aula. Ou, então, monte uma seita religiosa.
Segundo Camila, qualquer um pode discordar dela e tirar 10 —
quanta generosidade! Embora toda a sua prova — submetam a qualquer especialista
— induza os alunos a concordar com ela. A brincadeira desta livre-pensadora é a
seguinte: “Discorde de mim se for capaz”. Com todo o respeito, não passa de
vigarice intelectual — e meio analfabeta, o que é pior.
Um trecho de sua cascata me intrigou: durante a Guerra Fria,
o bom era defender o outro lado, doutora? Pelo visto, segundo as suas
considerações, sim. Desde que se estivesse do lado de cá da Cortina de Ferro,
não é mesmo?, já que os que estavam do lado de lá não tinham a chance de fazer
o contrário. Eu não sei se a senhora entendeu. Acho que não.
Que pena! Até eu cheguei a achar que estávamos diante de uma
pessoa mais interessante. Camila Jourdan é só mais uma que usa o posto
privilegiado de professora — funcionária do estado que ela renega — para se
comportar como “a bufona séria que não mais toma a história universal por uma
comédia, mas a sua própria comédia pela história universal”.
Camila, tire a máscara de professora e vá definitivamente
para a rua ou tire a máscara de black bloc e assuma o seu posto com mais
responsabilidade. Os pobres que pagam o seu salário merecem que esse dinheiro
tenha uma boa destinação.
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