O "Estado Capimunista Autista" (ECA) do Brasil
nunca teve suas falhas estruturais tão questionadas quanto agora. Domingo que
vem, dia 13, a massa volta às ruas para protestar. A maioria baterá em Lula,
Dilma e no desgoverno, exigindo mudanças. Uma minoria cínica, messiânica, vai
defender o indefensável: o Presidentro e a Presidenta. Confrontos podem
ocorrer. Mas devem ser pontuais. Como de costume, as Forças Armadas estão de
olho...
Lula, Dilma e a petelândia querem apenas ganhar tempo.
Embora tenham avançado muito, ao longo de três décadas passadas, em seu
processo de geração das pré-condições psicossociais para o projeto
revolucionário de tomada no poder, as condições políticas, econômicas e
culturais do Brasil dificultam os planos de implantação de um bolivarianismo
radical, nos moldes desejados pelo Foro de São Paulo. Aqui, a corrupção, o
rentismo e o espírito carnavalesco conseguem se organizar. Todo o resto tem
extrema dificuldade orgânica. Por isso, qualquer mudança é lenta, aquém do
desejável e do necessário.
1964, com tomada direta do poder pelos militares,
dificilmente vai se repetir. Não porque os Generais não queiram. Mas sim porque
a modelagem da Intervenção Constitucional tem de ser essencialmente cívica - e
não na mera base golpista sobre a cúpula estatal. Mudanças efetivas só vão se
acelerar se os segmentos esclarecidos e organizados da sociedade
(cidadãos-eleitores-contribuintes) conseguirem forçar, na base da pressão, a
criação de mecanismos de controle de vários mecanismos da máquina estatal pela
sociedade. Enquanto tal tendência não se intensificar, as grandes mudanças não
ocorrerão ou demorarão mais tempo para ocorrer.
A ação de ordem tem de se basear em pressão legítima da
cidadania organizada. Isto o desgoverno do crime organizado não suporta. Mera
gritaria nas ruas, no ritmo de um catártico desfile carnavalesco, pode não
tirar Dilma do poder ou acelerar a ação judicial contra Lula. No entanto,
servirá para assustar a desqualificada classe política - em um País que tem um
Congresso com mais de 200 parlamentares formalmente incriminados, porém sem
punição exemplar, no tempo certo, justo e perfeito.
Pressão, muita pressão, tem de aumentar para tirar o Brasil
da Era da Esperteza - que facilita a governança organizada do crime, que vai
reagir com retórica mentirosa e com a exacerbação da violência urbana, para
gerar medo e tentar inibir a ação dos cidadãos honestos. Por enquanto, a
hegemonia estrutural é da bandidagem. Virar este jogo é o maior desafio dos
brasileiros. A batalha não será fácil. Por enquanto, estamos perdendo de 7 a
1...
Dente arreganhado
Todos na rua
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