Há um buraco na porta da garagem do Instituto Lula. A direção
diz que foi provocada por uma bomba caseira, atirada de um carro, por volta das
22h, contra o prédio. Celso Marcondes, diretor da entidade, disse tratar-se de
um “ataque político”. O instituto comunicou o corrido às Polícias Civil e
Militar, à Secretaria de Segurança Pública e ao Ministério da Justiça. Como se
dizia antigamente, só faltaram as autoridades eclesiásticas na lista… As civis
e militares estão aí.
Comecemos do começo: foi coisa de delinquente, sim, de
bandido. É a única certeza que dá para ter.
As certezas começam a diminuir quando a gente especula a
natureza do bandido.
Aí pode ser um monte de coisa.
Celso Marcondes diz ter a certeza de ser um “ataque
político”. Por que ele afirma isso antes da investigação? Porque, para a,
digamos, metafísica petista, a suposição é útil. Afinal, os companheiros
inventaram a tese de que o “antipetismo é igual ao nazismo” — afirmação que é,
antes de mais nada, um crime moral.
Quem faria uma besteira dessas?
No dia 15 de março, entre 1 milhão e 2,5 milhões de críticos
do PT foram às ruas, e não se registrou nenhum ato de violência contra o
patrimônio público ou privado ou contra símbolos do poder vigente. Nada!
A quem interessariam hoje a violência, a luta campal, os
ataques covardes? Com absoluta certeza, não àqueles que se opõem ao statu quo.
“Está sugerindo que isso é coisa dos próprios petistas?” Não
estou sugerindo nada. Quando quero sugerir, não sugiro, afirmo. E eu estou
afirmando que Celso Marcondes deve ser mais prudente.
Esse pessoal tem de aprender uma coisa de uma vez por todas:
a luta para pôr fim às mazelas do país — e isso supõe, sim, o PT fora do poder,
condição necessária, mas não suficiente — é democrática, pacífica e repudia
crimes de qualquer natureza.
Qualquer ação fora dos parâmetros da civilizada só interessa
àqueles que fazem da incivilidade, inclusive o roubo, um método.
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