“Está tudo dominado”, continua a lamentar nas redes sociais
a multidão de brasileiros que rejeitam tanto o governo lulopetista quanto
qualquer vestígio de otimismo autorizado por fatos. Como demonstra o comentário
de 1 minuto para a TVEJA, esse mantra é uma bobagem. Desde que foi escrito pela
primeira vez por algum passageiro da desesperança, faz tanto sentido quanto os
discursos de improviso de Dilma Rousseff.
Embora involuntariamente, quem acredita nessa miragem agride
a verdade, insulta os que jamais admitiram a hipótese da capitulação, ofende os
que não se renderam mesmo quando confrontados bem mais temíveis. Endossar tal
fantasia é fechar os olhos às profundas mudanças na paisagem, visíveis a olho
nu até míopes com as pálpebras cerradas. Faltam poucas batalhas para o fim da
guerra. A vitória nunca esteve tão próxima, mas continua de bom tamanho a
legião dos democratas que teimam em ver um exército poderosíssimo onde só há
patrulhas em andrajos.
Se tudo estivesse dominado, nenhum mensaleiro teria
descoberto como é a vida numa cadeia. Se tudo estivesse dominado, não haveria
uma Operação Lava-Jato, e a bandidagem envolvida no Petrolão já teria
silenciado o juiz Sérgio Moro, os procuradores federais, a Polícia Federal e os
jornalistas que insistem em contar o que está acontecendo. Se tudo estivesse
dominado, esta coluna não existiria. Se tudo estivesse dominado, as portentosas
manifestações de rua promovidas por milhões de indignados ainda seriam apenas
um brilho no olhar dos resistentes.
Há um ano, ninguém conseguiria imaginar um grande
empreiteiro na cadeia. Hoje, os ricaços pilhados com a mão no cofre da
Petrobras são vizinhos de cela ou de beliche em Curitiba. Em novembro passado,
eufórico com a reeleição do poste que instalou no Planalto, Lula já se via com
a faixa presidencial enfeitando o peito em janeiro de 2019, pronto para mais
quatro anos de tapeação. Neste fim de semana, o gabola compulsivo obrigou-se a
confessar que luta pelo adiamento da morte política chapinhando no volume
morto.
Sim, o PT e seus comparsas continuam infiltrados em todas as
ramificações da máquina administrativa federal. Sim, é perigoso subestimar o
maior de todos os clubes dos cafajestes. Também é verdade que tumores
liberticidas infestam o organismo democrático. Mas o partido que reivindicava o
monopólio da ética transformou-se num bando desprezível, numa patética
caricatura da sigla em sua infância. Devastado pela vigarice e pelo cinismo, o
PT virou uma abjeção controlada por delinquentes disfarçados de guerreiros do
povo brasileiro.
Os resultados de todas as pesquisas berram em coro: o
governo Dilma agoniza e os devotos da seita que têm em Lula seu único deus são
uma espécie em extinção. O desempenho da presidente da República é considerado
lastimável por 7 a cada 10 eleitores. Só Fernando Collor chegou perto disso. O
chefão que posava de reizinho das urnas se vai reduzindo a candidato nanico. Na
mais recente pesquisa Datafolha, o índice que conseguiu seria alcançado por
qualquer Sibá Machado repaginado por algum marqueteiro malandro.
O agravamento da crise econômica que mal começou se somará
ao que vem por aí a bordo da Operação Lava-Jato para reduzir a quase nada as
chances de sobrevivência do ajuntamento em estado terminal. Restarão milhares de
fanáticos, claro, mas enfim submetidos aos mandamentos das democracias
modernas. Eles consumiram mais de 12 anos tentando mandar em tudo. Falta pouco
para que estejam todos dominados.
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