Por Diário do Poder
Ministro diz que as doações para campanha de DILMA
foram
"LEGAIS". (Foto: Agência Brasil)
|
Ministro citado na LAVA JATO quer processar quem o delatou
O ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação da
Presidência da República, disse hoje (27) que está havendo um “vazamento
seletivo” das informações da delação premiada do ex-presidente da empreiteira
UTC Ricardo Pessoal, assinada com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em coletiva à imprensa no início da tarde deste sábado (27),
Edinho disse que a UTC é historicamente conhecida por fazer doações em
campanhas eleitorais a diversos partidos e se mostrou indignado por apenas os
repasses feitos ao PT serem alvo de suspeita. “As doações são públicas – estão
lá no Tribunal Superior Eleitoral. A UTC não fez doações apenas para a campanha
da presidente Dilma e me estranha que as suspeitas sejam colocadas apenas sobre
as doações legais da presidente”, destacou.
De acordo com reportagens divulgadas ontem (26) pela revista
Veja, Pessoa teria citado, na delação, o nome de 18 pessoas que receberam contribuições
dele. Segundo o delator, os repasses, alguns oficiais outros não, foram feitos
por receio de perder seus negócios relativos à Petrobras. Na delação, o
empreiteiro diz que repassou R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma de 2014.
Entre os que receberam dinheiro, foram citados o
ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e o da Casa
Civil, Aloizio Mercadante. Edinho, que atuou como tesoureiro da campanha da
presidenta Dilma Rousseff em 2014, confirmou que recebeu R$ 7,5 milhões da UTC,
mas ressaltou que em doações lícitas, conforme prevê a legislação.
O ministro disse que está constituindo advogado para ter
acesso ao documento e que, se as informações da imprensa se confirmarem, ele
pedirá para ser ouvido no processo. O ministro acrescentou que pedirá a
anulação dos benefícios da delação premiada, caso haja informações falsas.
O Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, que também
participou da coletiva, esclareceu que o governo não teve acesso ao conteúdo da
delação premiada, mas de acordo com o que ele está acompanhando pela imprensa,
os valores se tratam das doações legais. “É importante frisar que essa delação
está em sigilo legal e que, portanto, o Ministério da Justiça não tem acesso,
razão pela qual de imediato nós não podemos afirmar a veracidade que se consta
ou não dessa delação premiada”, disse Cardozo, acrescentando que as informações
que tem são as da imprensa.
Cardozo ainda destacou que a delação premiada deve ser muito
bem analisada, já que um instrumento que traz benefícios ao réu e pode ser
usado de forma inadequada. "Temos que entender o contexto em que a delação
premiada é feita. É um contexto em que a pessoa quer obter benefícios”, disse.
“Pode ser seletiva também nas informações que presta. Isso tem que ser apurado
e investigado". Os dois ministros estiveram reunidos na manhã de hoje com
a presidenta Dilma Rousseff para discutir o conteúdo das informações da
delação. A presidenta embarcou, em seguida, para os Estados Unidos.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, confirmou que
recebeu dois pagamentos de R$ 250 mil, da UTC e da Constran, para sua campanha
ao governo de São Paulo, em 2010. Disse, no entanto, que os valores foram
recebidos de forma legal e declarados à Justiça Eleitoral, que aprovou a prestação
de contas. A direção do PT também reafirmou que todas as doações recebidas pelo
partido são legais e registradas na Justiça Eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário