Por Diário do Poder
TSE quer saber se grana da PETROBRAS foi parar
em Campanha
Presidencial
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Denúncia é de uso da PETROBRAS para captar grana para
campanha
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João
Otávio de Noronha, determinou que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, delatores da Operação Lava-Jato, sejam ouvidos
no processo ajuizado pelo PSDB que pede a investigação eleitoral da campanha de
2014 da presidente Dilma Rousseff. A ação foi proposta pela coligação do
senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais, e pelo
diretório do PSDB no final do ano passado, antes da diplomação da presidente.
Eles querem investigar suposto abuso de poder econômico e político por parte da
presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer na campanha do ano passado,
com cassação do registro dos candidatos — o que pode gerar a cassação do
diploma dos dois.
No início da semana passada, o PSDB apresentou um recurso
contra a decisão de Noronha que negou pedidos de colheita de provas e
inquirição de testemunhas na ação. O ministro, então, reconsiderou a decisão e
determinou o envio de uma carta ao juiz da 13ª Vara Criminal do Paraná, Sergio
Moro, para solicitar o depoimento de Costa e Youssef para que os dois façam
"esclarecimentos capazes de influir" no processo.
O PSDB alega que o tribunal deve examinar a possível
captação de recursos de forma ilícita de empresas com contratos firmados com a
Petrobras, repassados posteriormente aos partidos que formaram a coligação de
Dilma, formada por PT, PMDB, PDT, PC do B, PSD, PP, PR, PROS e PRB.
Na delação premiada realizada no âmbito da Lava-Jato, Costa
disse que Youssef solicitou R$ 2 milhões para financiar a campanha da então
candidata à presidência Dilma Rousseff. O destinatário do dinheiro, segundo o
relato, teria sido o ex-ministro e coordenador da campanha petista, Antonio
Palocci. As denúncias sobre a campanha de 2010, contudo, não são objeto da
análise desta ação no TSE, que investiga a campanha eleitoral de 2014. Costa e
Youssef deverão esclarecer à Justiça Eleitoral, portanto, se foram feitos
repasses à coligação encabeçada pelo PT no ano passado.
O TSE também quer ouvir um servidor do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), pois o PSDB acusa o órgão de ser envolvido em
ocultação de dados econômicos e sociais negativos durante a campanha. Há outros
documentos solicitados para apurar a influência da força do governo durante a
campanha, como dados sobre eventos realizados no Palácio da Alvorada durante o
período eleitoral. (AE)
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