O armageddon Petralha está mais próximo que nunca. A maior
preocupação do grupo de Luiz Inácio da Silva não é com o depoimento que será
prestado hoje à tarde, em videoconferência entre Salvador e Curitiba, pelo
ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ao juiz Sérgio Fernando
Moro, da 13ª Vara Federal, que cuida de vários processos da Operação Lava Jato.
O terror imediato da cúpula petista é com os previsíveis desdobramentos de
escândalos que podem se entrelaçar: Lava Jato, Porto Seguro, Mensalão e a
bronca gigante prestes a estourar sobre o ricaço Eike Batista.
Um dos problemas que mais apavora é a ação do Ministério
Público Federal sobre o Banco do Brasil. Principalmente sobre o presidente
Aldemir Bendine - denunciado pelo motorista que serviu a ele e a Rosemary
Noronha. Pior que isto e as delações premiadas de Paulo Roberto Costa só as
ligações perigosas entre os principais fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef
e Prece), além do sistema BNDES e BNDESpar, com vários negócios bilionários em que
petistas e aliados estão envolvidos. O mundo virá abaixo se as empreiteiras,
confirmando uma ação de cartel em defesa judicial, concretizarem a ameaça de
revelar, em processo de leniência, tudo sobre os mais variados escândalos,
pagando multas, em troca de condenações judiciais.
Falando como testemunha na Lava Jato, Gabrielli deve
acrescentar nada. No entanto, dependendo do que não revelar ou for obrigado a
tentar desmentir, corre o risco de acabar comprometido pelas negociatas feitas
pelo premiado delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da
estatal. Gabrielli será forçado a alegar que “nada sabia” sobre a denúncia de
Costa sobre um desvio de 3% do valor de cada contrato negociado na Petrobras
para o pagamento de propinas a políticos de vários partidos.
A inacreditável tese de “ignorância”, comumente usada pelos
petistas, será complicada de se sustentar, já que Gabrielli presidiu a
Petrobras entre 2005 e 2012, mesmo período em que Paulo Roberto Costa cuidou do
“abastecimento”. Pela estrutura decisória na Petrobras, altamente centralizada,
é praticamente impossível supor que de nada saibam o presidente da empresa,
seus conselhos executivo, administrativo e fiscal e a Presidência da República,
cujo ocupante representa a União, controladora majoritária da companhia.
Os petralhas sabem muito bem que uma devassa nos contratos
das chamadas Sociedades de Propósito Específico da Petrobras, com grandes
empresas e empreiteiras, pode escancarar um esquema de incompetência e
corrupção nunca antes visto na História do Brasil. Se Dilma vencer a reeleição,
seu próximo mandato ficará inviabilizado pela explosão judicial de tais
escândalos. Se Dilma perder, os inimigos terão farto material para destruir os
petistas corruptos.
Viva a liberdade...
Releia o artigo de domingo: A Tragicomédia,sem graça, da sucessão na Roubobras
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