Por ucho.info
Jogando a toalha – Deputado federal pelo PT do Paraná e
vice-presidente da Câmara, Andrés Vargas apresentou pedido de licença, o que
permitirá que o parlamentar permaneça afastado do mandato e cargo na Mesa
Diretora da Casa pelo período de sessenta dias.
Na última semana, Vargas, que é acusado pela Polícia Federal
de ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, disse
que estava à disposição para esclarecer os fatos, que o apontam como partícipe
de um esquema criminoso emoldurado por estranho contrato de fabricação de
medicamentos, no valor de R$ 150 milhões, com o Ministério da Saúde.
André Vargas alegou “motivos pessoais” e durante a licença
ficará sem receber salários e outras benesses, mas pelas investigações da PF o
petista não enfrentará problemas financeiros.
Mensagens trocadas por celular e interceptadas pela PF
mostram que André Vargas cobrou o doleiro Alberto Youssef pela falta de
pagamentos a “consultores”, como noticiamos em matéria anterior. Em 19 de
setembro de 2013, de acordo com o site da revista Veja, Vargas reclamou com o
doleiro: “Sabe por que não pagam o Milton?”, perguntou o deputado.
Em resposta, Youssef escreveu: “Calma, vai ser pago. Falei
para você que iria cuidar disso”. Mas André Vargas insistiu. “Consultores que
trabalham com ele há meses e não receberam”, rebateu Vargas. O doleiro tentou
tranquilizar o deputado: “Deixa que já vai receber”.
A troca de mensagens não permitiu a identificação desses
tais ”consultores”, mas a Polícia Federal suspeita que o tal “Milton” pode ser
um dos irmãos de Vargas, que vive nos Estados Unidos e teria sido beneficiado
pelo parlamentar com eventual participação no esquema, como informou o
ucho.info na edição desta segunda-feira (7).
As novas mensagens interceptadas pela PF reforçam a suspeita
de que André Vargas seria o sócio oculto de Youssef, doleiro famoso nos
subterrâneos da política e presença constante em quase todos os escândalos de
repercussão nacional.
Na manhã desta segunda-feira, horas antes do pedido de
licença apresentado por André Vargas, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da
Câmara havia arquivado um pedido formulado pelo PSOL para que o deputado
petista fosse investigado por causa do seu envolvimento com Youssef.
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