Manifestantes empunham bandeiras azuis para protestar contra
o comunismo; grupo distribuiu lacres de plástico para prender adversários.
Jovens distribuíram lacres de plástico na Marcha da Família (Felipe Frazão/Veja) |
A reedição da Marcha da Família reúne cerca de 1.000 pessoas
no Centro de São Paulo neste sábado. Os manifestantes se concentraram na Praça
da República e por volta das 16h30 seguiram para a Praça da Sé pela avenida São
Luis. No trajeto, eles entoaram gritos de guerra como “Deus, pátria e família”.
Cerca de cem jovens dos grupos Frente Integralista Brasileira e Resistência
Nacionalista, vestidos com coturnos, calça jeans e suspensórios, distribuíram
entre si lacres de plástico — sua finalidade seria a de prender adversários que
encontrassem pelo caminho.
Duas pessoas foram detidas no momento em que a marcha chegou
na Preça da Sé. Um casal provocou os manifestantes e foi agredido antes de se
refugiar em uma farmácia. O rapaz foi detido e apresentava ferimentos no rosto.
Outros dois homens vestidos de mulher satirizaram a marcha e também foram
agredidos por integrantes de grupos nacionalistas no Largo São Francisco.
Antes, outra confusão foi registrada quando uma mulher que
assistia à movimentação foi agredida após gritar “Coxinhas, reaças”. Ela levou
empurrões e foi perseguida até se refugiar na estação República do metrô.
Um homem foi agredido e expulso por ter sido apontado como
petista por manifestantes. Bandeiras do Brasil e da cor azul — uma contraposição
ao vermelho-comunista, segundo os organizadores — são empunhadas.
Policiais da Rocam e da Força Tática acompanham a passeata.
Um manifesto publicado em blog criado especialmente para o
evento é assinado por 17 entidades que, segundo o organizador, o fotógrafo
Bruno Toscano Franco, de 40 anos, são formadas por “brasileiros democráticos,
legalistas e constitucionais que estão cansados
de pagar impostos e vê-los gasto em metrô na Venezuela e para
revitalizar a rede hoteleira em Cuba”.
“Nosso movimento é contra a corrupção”, diz Franco. Mas o
fotógrafo também acredita que, 50 anos depois do golpe de 64, os militares
deveriam ser chamados novamente a desempenhar um papel na arena política
brasileira. “Defendemos a intervenção militar para que haja uma transição de
governo", diz ele. As eleições marcadas para este ano não bastam para
Franco. "Não temos confiança nas urnas eletrônicas.”
Oposição - A Marcha Antigolpista Ditadura Nunca Mais,
organizada por movimentos de esquerda para contrapor a Marcha da Família, reúne
cerca de mil pessoas que saíram da Praça da Sé rumo à região da Luz neste
sábado. O plano era caminhar até a antiga sede do Dops, mas o trajeto foi
mudado para evitar confronto com os integrantes da Marcha da Família, que
também teve seu rumo alterado pelo mesmo motivo.
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