Por ucho.info
Pronto para explodir – Está longe de ser amistoso o clima
que impera nos bastidores da escandalosa aquisição da refinaria texana de
Pasadena, pela Petrobras. Os envolvidos diretamente no caso tentam escapar do
olho do furacão, mas a cada movimento brusco a situação piora sobremaneira. A
tentativa da presidente Dilma Rousseff de transferir a responsabilidade a
outros conselheiros e diretores da petroleira também não deu certo. Pelo
contrário, produziu uma repercussão negativa do imbróglio, em cujas coxias já
começam a sobrar a ameaças.
Os primeiros a mandarem recados ao Palácio do Planalto foram
o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor da área
internacional da empresa, Nestor Cerveró, acusado de ser o responsável pelo
laudo técnico que Dilma classificou como “falho”. Cerveró tem evitado opinar
publicamente sobre o escândalo, mas nos bastidores tem se valido de
interlocutores para mandar recados nada simpáticos ao staff palaciano.
Um detalhe que chama a atenção é que no meio político
ninguém quer assumir a indicação de Nestor Cerveró para diretoria internacional
da Petrobras. Inicialmente, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Delcídio
Amaral (PT-MS) trocaram farpas por causa do assunto, mas a turma do “deixa
disso” entrou em ação e os ânimos arrefeceram. Há quem garanta que Cerveró foi
indicado ao cargo por Renan, enquanto outros dizem que a indicação foi de
Delcídio. A essa altura dos acontecimentos não importa quem indicou o
ex-diretor, porque a lambança está feita e o escândalo tem crescido como massa
de pão.
Nesse cabo de guerra que se formou a partir da desastrada
nota divulgada por Dilma Rousseff, apenas a Polícia Federal é que poderá se
beneficiar. Isso porque há de prevalecer a máxima popular de que “em briga de
bandidos quem ganha é a polícia”. Tudo leva a crer que os envolvidos no
imbróglio de Pasadena são bandidos profissionais, mas ainda é preciso provar
isso. E só a PF será capaz de mostrar aos brasileiros a verdade sobre a
bilionária compra de uma refinaria obsoleta e que desde o início das
negociações não tinha condições de atender às necessidades da Petrobras.
No caso de a Polícia Federal se aprofundar nas
investigações, com a devida e necessária independência, o Brasil poderá se
surpreender com os muitos escândalos conexos à polêmica aquisição da refinaria
texana. Um dos casos que pode vir à tona é o de adulteração de combustíveis na
região Centro-Oeste do País. O esquema criminoso é grande, funciona há muitos
anos e se descoberto poderá implodir parte da República. As autoridades sabem
do caso, mas nada fazem para interromper o negócio ilícito porque alguns dos
envolvidos são figuras conhecidas na Esplanada dos Ministérios.
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