domingo, 23 de março de 2014

Cabo de guerra no “Pasadenagate” pode desvendar esquema de adulteração de combustíveis

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Pronto para explodir – Está longe de ser amistoso o clima que impera nos bastidores da escandalosa aquisição da refinaria texana de Pasadena, pela Petrobras. Os envolvidos diretamente no caso tentam escapar do olho do furacão, mas a cada movimento brusco a situação piora sobremaneira. A tentativa da presidente Dilma Rousseff de transferir a responsabilidade a outros conselheiros e diretores da petroleira também não deu certo. Pelo contrário, produziu uma repercussão negativa do imbróglio, em cujas coxias já começam a sobrar a ameaças.

Os primeiros a mandarem recados ao Palácio do Planalto foram o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor da área internacional da empresa, Nestor Cerveró, acusado de ser o responsável pelo laudo técnico que Dilma classificou como “falho”. Cerveró tem evitado opinar publicamente sobre o escândalo, mas nos bastidores tem se valido de interlocutores para mandar recados nada simpáticos ao staff palaciano.

Um detalhe que chama a atenção é que no meio político ninguém quer assumir a indicação de Nestor Cerveró para diretoria internacional da Petrobras. Inicialmente, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Delcídio Amaral (PT-MS) trocaram farpas por causa do assunto, mas a turma do “deixa disso” entrou em ação e os ânimos arrefeceram. Há quem garanta que Cerveró foi indicado ao cargo por Renan, enquanto outros dizem que a indicação foi de Delcídio. A essa altura dos acontecimentos não importa quem indicou o ex-diretor, porque a lambança está feita e o escândalo tem crescido como massa de pão.

Nesse cabo de guerra que se formou a partir da desastrada nota divulgada por Dilma Rousseff, apenas a Polícia Federal é que poderá se beneficiar. Isso porque há de prevalecer a máxima popular de que “em briga de bandidos quem ganha é a polícia”. Tudo leva a crer que os envolvidos no imbróglio de Pasadena são bandidos profissionais, mas ainda é preciso provar isso. E só a PF será capaz de mostrar aos brasileiros a verdade sobre a bilionária compra de uma refinaria obsoleta e que desde o início das negociações não tinha condições de atender às necessidades da Petrobras.


No caso de a Polícia Federal se aprofundar nas investigações, com a devida e necessária independência, o Brasil poderá se surpreender com os muitos escândalos conexos à polêmica aquisição da refinaria texana. Um dos casos que pode vir à tona é o de adulteração de combustíveis na região Centro-Oeste do País. O esquema criminoso é grande, funciona há muitos anos e se descoberto poderá implodir parte da República. As autoridades sabem do caso, mas nada fazem para interromper o negócio ilícito porque alguns dos envolvidos são figuras conhecidas na Esplanada dos Ministérios.

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