Faz quatro meses, as vendas dos hiper e supermercados caem.
Estão mais de 2% menores que no ano passado. Isso até agosto, último número
disponível, que foi divulgado hoje. Se a crise não para nem nas compras do
supermercado, o que dirá do resto do varejo? Queda de mais de 6% em roupas e
têxteis. Queda de 12% em móveis e eletrodomésticos. Ponto Frio e Casas Bahia
estão fechando lojas.
Pelas primeiras estimativas, setembro foi tão ruim quanto
agosto. Quando isso vai parar? Até o fim do ano, as vendas vão continuar a
cair. Janeiro e fevereiro costumam ser meses mais fracos, em qualquer ano.
Logo, a esperança de melhora fica adiada lá pelo Carnaval ou Semana Santa.
Não há motivos de melhora. As vendas caem pelos motivos
conhecidos.
A renda diminuiu, por causa de demissões, reajustes menores
de salário e inflação. O dólar ajudou a encarecer ainda mais as coisas.
Não há crédito, praticamente. Na verdade, o total de
dinheiro emprestado pelos bancos está diminuindo. O valor dos novos empréstimos
não basta para cobrir o valor do que vai sendo pago. As taxas de juros estão
altas. Quem ainda tem algum dinheiro de sobra, pode aplicar a taxa de juros de
mais de 7% ao ano, mais inflação, no Tesouro Direto.
Falta confiança para o consumidor. Todo mundo sabe da crise,
das demissões, da recessão prevista também para o ano que vem. Menos gente vai
se arriscar em financiamento longo e caro.
Enfim, o país inteiro assiste bestificado o lamaçal da crise
política, que dá raiva e medo ao mesmo tempo.
Não há, por enquanto, motivos pra volta da confiança, pois
ainda vai haver mais demissão e a crise política não tem data pra terminar.
Agora, nem mais se sabe quando os juros vão cair.
Sim, infelizmente, a crise deu uma piorada desde julho,
agosto, graças a mais bobagens do governo, com ajuda do Congresso. Até junho, a
gente achava que começava uma recuperaçãozinha na metade do ano que vem. Agora,
está tudo nublado.
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